"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Não importa como, apenas me chame ( VII ).
Final de tarde.
Lá estava Emanuel sentado diante do mar, esperando.
Dessa vez ele não tinha calma nem paciência. Estava agitado e cantando pra tentar relaxar e fingir discontração.
Depois de uma hora, que mais parecia uma eternidade, sentiu uma mão em seus cabelos.
Nina chegou.
Ele se levantou e a abraçou fortemente. Ela chorou e se desarmou.
Ele se sentou na areia e, ao lado dele, ela se deitou olhando para o Céu.
-Nina, meu amor, eu...
-Espere! Não fale nada ainda. Preciso te contar uma coisa.
-Eu já sei! Recebi a carta e desde então venho tentando falar com você!
-Não...não é isso.
-Se não é...então o que você tem a dizer pode esperar.Sabe, ...eu vinha lutando comigo mesmo e nada consegui. O que eu sinto não pode mais ser reprimido ou ignorado, e preciso te dizer que eu sempre a amei, e....
Nina ficou um pouco espantada com a declaração assim, mas teve receio de que ele estivesse falado aquelas coisas por causa de Sofia. Então o interrompeu:
-Só Deus sabe como eu esperei ouvir isso de você mas...Eu perdi nossa filha. Ontem mesmo. Não aconteceu nada de mais, não fiz nenhuma extravagância...O médico disse que isso acontece até o terceiro mês.
- Terceiro mês?
- Sim, quando eu te contei já estava com quase dois.
Nina falava ainda olhando para o Céu, enquanto lágrimas desciam discretamente. Ela tentava ser forte mas não era tão fácil.
Emanuel se deitou também, puxou-a pra mais perto. O silêncio se instalou por alguns minutos, até que...
- Lamento muito por nossa filha, eu a desejei fortemente. E mais ainda desejo ter um filho com você! Eu poderia julgá-la, como sempre fiz erroneamente, diante dessa história de você ficar noiva de um cara que você não ama. Mas a coragem que a motivou a isso, tentando dar segurança e família para Sofia...me fazem a admirar ainda mais! Eu te amo como nunca havia amado alguém, por isso não sabia o que fazer...[...]Nina, me diga alguma coisa!
-Nina?, falou ela esboçando um sorriso.
-Como devo chamá-la?
-"Minha querida", quando estiver zangado comigo. "Delícia", quando me desejar. ". E "Meu amor", quando estiver muito feliz, me desejando, me amando,...
-MEU AMOR...MEU AMOR...
-Não importa como, apenas me chame.
FIM.
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Que isso Rê profundo, triste mais profundo, deveria ir até o X!
ResponderExcluirMas teve final felizzzzzzzzzzzzzzzzzzzz!!!!
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