sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Dia nublado.

Hoje o dia amanheceu sem cor.
O tempo esfriou.
Dentro de mim esfriou.
A decepção chutou a porta e ainda tenta entrar (mas não vou deixar!).
Que ela apareça é natural, mas entrar em mim não. 
Não hospedo esse tipo de sentimento, porque eles alteram nossa visão, "amargurecem" o coração.
E coração pesado eu não sei ter.

Mas ainda assim, o dia está sem cor. O silêncio grita dentro de mim.
Minha razão condena algumas atitudes, meu coração absolve. 
Há um impasse aqui dentro.
Tento o neutro, o indiferente mas a indiferença faz eu me sentir morta.
E não dá pra ser morta com tanta vida em mim!

É engraçado como a humanidade (a parte fraca) do outro nos choca, ne?! Não deveria.
Afinal, somos todos humanos.
Na verdade, o que me choca é o falho fantasiado de acerto, o equivocado se considerando verdade.
Não tenho problema algum com erro, tenho problema com os disfarces.

Estava bom, estava leve, estava caminhando pro doce.
De repente, perdeu a graça, ficou pesado, amargo.
Ficou vazio de sentimento e cheio de razão.
Vazio de amor e cheio de argumento.
E amor se ama. Apenas isso!
Cada vez que tentamos o enquadrá-lo, o sufocamos.
Amor tem asas e em gaiola ele fica triste, fica preso, fica fora de contexto.

Hoje senti a falta dele. Da pessoa mesmo e não daquilo que me causou.
Sinto falta dele e não o acho. Se perdeu em suas razões. Se perdeu sem suas paixões.

O dia está sem cor.
Não consigo concluir, não consigo enxergar. Tá nublado.
Tá vago.
Mas mesmo que esteja nublado, ainda é dia. E há sempre um outro dia, um novo dia.
Que amanheça logo...

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