"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Pra mim, é nutrição de alma.
Eu sei que a maioria tem facilidade em desfazer, desconhecer pessoas e tal.
Talvez porque cria uma perfeição pra alguém e quando percebe que a pessoa não é aquilo, quando percebe que a pessoa não segue o roteiro criado na cabeça dela para a tal, a pessoa já não serve mais. Então desfazem os laços criados juntamente com as expectativas, e jogam as pessoas num cesto como se fossem rascunhos amassados.
Será que estou sendo muito extremista? Talvez. Mas é o que faço quando escrevo. Amplio detalhes para que a gente enxergue.
Eu sempre tive certa dificuldade em fazer esse retrocesso. Fingir que não conheço alguém, fingir que alguém não me desperta alegria em ver, fingir que sei apenas seu nome. Aliás, fingir não é minha praia.
[Me falam constantemente que esse é o "Jogo da Vida" e que todo mundo faz esse jogo: fingir. Mas não dá, não é a minha praia mesmo! Nessa hora eu acredito quando minha mãe dizia "você não é todo mundo". É, ela estava certa.]
Meu processo é inverso ( e in-verso), eu conheço alguém e dou um papel em branco (na minha imaginação), e cada gesto vai construindo a pessoa dentro de mim. Conforme o tempo passa e eu tenho afinidade com aquilo que está sendo desenhado, eu vou sendo conquistada cada dia mais.
Enquanto as pessoas "desgostam" com o passar do tempo, eu faço é gostar mais! Porque, pra mim, não há nada mais encantador do que ver a nudez de alma do outro, a "HUMANIDADE" (o outro que é tão imperfeito quanto a mim). Sinto que entrei numa área restrita, e essa área me atrai profundamente.
Entenda. Não estou dizendo que gosto de alguém porque me sinto bem ao ver os defeitos do outro. Não, não busco algo pra justificar minhas próprias falhas. Estou apenas dizendo que meu processo de conquista é gradativo, é crescente. Talvez porque eu me entregue mais a medida que crio mais raízes na pessoa, porque eu gosto de raízes, de constância.
Aliás, acho que é por isso também que seja tão complicado pra mim entender o raso, o superficial, o inconstante. Porque não sou planta rasteira, me nutro na profundidade.
Não é o tempo que apaga a pessoa da sua memória, nem o tempo que grava a pessoa na minha.
Não é uma questão de tempo, é questão de profundidade.
Isso não significa que seja melhor ou que você seja melhor. É apenas uma diferença. Há pessoas que ficam na superfície e outras criam raízes.
Quem fica na superfície sofre menos, mas quem cria raízes é mais nutrido. Tudo tem vantagem e desvantagem.
Eu prefiro uma boa nutrição de alma. É uma questão de escolha.
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