sexta-feira, 26 de julho de 2013

Um estranho.


Era estranho.
Ana não o conhecia mais.
Ele agora era um outro cara.
Não era mais o cara educado por quem ela havia se apaixonado. Esse agora a deixa falando sozinha (sem um pingo sequer de cordialidade).
Não era mais o cara gentil que ela tanto admirava...é grosseiro.
Não era mais o cara que a fazia rir. Agora, ele fazia-a chorar com tanta indiferença.
Fingia, infantilmente (sem nenhum motivo aparente, real ou fundamentado), que não a conhecia.
Fingiu tanto e tão bem que Ana acreditou: ela não o "re-conhecia".
O cara que ela tanto admirava se perdeu. Perdeu a doçura, a simplicidade. E o amargo e complicado estava difícil de engolir.
Aquele cara de encaixe perfeito, humildade no peito, coração aberto....AQUELE CARA que, em meio a tantas virtudes, havia despertado o amor dela com naturalidade....não era mais O CARA!
Era um outro. Talvez agora seja o real, verdadeiro.
Era estranha aquela situação.
Agora ela tinha o amor despertado mas não existia mais quem despertou aquilo tudo.
E o amor ficou desabrigado. Ficou brigado (com sua origem).
Era estranho.
O amado já não existia, o amor persistia, mas agora, Ana desistia.
Desistiu.
Agora não era mais a situação, era o cara...UM ESTRANHO.

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