sexta-feira, 12 de julho de 2013

Sublimação.



Não sei se é mania, fraqueza ou força, sei que gosto de olhar além.
E no verão, as pessoas passeiam nos bosques e vêem árvores frondosas, de folhas belas. 
Eu?! Eu olho para a raiz, para a origem. Claro, gosto da sombra que as árvores fazem, gosto do verde, da esperança, da vida. Mas há mais, muito mais pra se olhar.
No inverno, os bosques continuam ali, mas não é tempo de nova folhagem, é tempo de nova roupagem. E a roupa das árvores é a nudez. Elas parecem secas, vazias. As pessoas olham-as e julgam-nas "sem vida". 
Eu?! Novamente, olho a raiz e vejo a mesma esperança da estação passada.
Não sei o que é isso. Não sei porquê isso. Sei que sublimo um retrato, uma pintura, um ato. 
Para alguns, isso é chatice, filosofia demais na veia, ou "querer justificar" os outros. Pra mim, isso sou eu.

Mas, como disse no início, não sei se é fraqueza ou força. Talvez as duas coisas. Porque são lados opostos de uma mesma moeda.
Me entende?
Porque, às vezes, é nessa força camuflada que está toda vulnerabilidade.
Porque quase toda força deixa rastros de sua origem, e sabendo a origem pode-se descobrir a fraqueza, a inocência, o puro.
Será que estou sendo obscura ou subjetiva demais?!
Tentarei clarear.
Minha força é justamente olhar além, tentar entender comportamentos, gestos ou ausência deles. Isso é bom porque consigo sublimar, captar a essência e transferi-la para outras situações. Assim aprendo mais, julgo menos, amo mais, perdoo mais.
MAS, nessa força é onde reside minha fraqueza. Consigo olhar além porque minha sensibilidade é elevada ao quadrado. Sendo assim, tudo tem um significado (sentido), uma significância (gesto que expressa o sentido), e um significante (quem expressa o sentido).
Cada palavra, cada vírgula no lugar errado, cada segundo a mais na espera de uma resposta...tudo diz alguma coisa. E tudo passa a ter um peso grande. E é aí que me lasco, viro fiasco.
Uma palavra de amor é árvore, e eu vejo raiz. 
Mas palavras podem ser enganosas, pessoas podem ser mentirosas...e essas palavras torpes me agridem além do normal. Porque é depois do baque que, às vezes, percebo que era apenas um momento banal.
Há vezes que é depois do susto no coração que faço a tal sublimação.
Então, preciso viver sob "auto-vigilância" pra discernir o que é real do que é "ego-fingindo-amar-pra-si-e-pra-outros"...pra saber o que fala por trás e o que é maldade humana.

Não sei, as ideias ainda borbulham por aqui. Estão ainda sem ordem. Talvez ficamos para um próximo encontro. Há ideias e descobertas que precisam ser divididas em partes.
Agora, sou eu quem parte.

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