"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
sábado, 27 de julho de 2013
Sem venda nos olhos.
Nem toda dor gera morte.
Há dores que geram vida. A dor do parto, por exemplo.
A dor da decepção, por exemplo, gera um despertar.
Às vezes a decepção é bem vinda.
Porque no meio da tristeza, da raiva, da frustração, do amargo, da "inacreditável" tolice....no meio daquela mistura toda de sentimentos que trazem a decepção, eu passo a mão no rosto e esbarro na venda que tapava meus olhos. Arranco-a.
Como é clara a realidade!
Não existe nada na minha frente. Nada. Nunca existiu.
Foi criação de minha cabeça criativa. Um amor imaginário.
Aliás, um amado imaginário.
Porque não tem jeito, não sei como, mas o amor nasceu mesmo sendo a partir de alguém que nunca existiu.
O que fazer agora? Eu me pergunto isso também.
Guardo o amor nascido de minha realidade sonhada, imaginada.
Quanto ao amado? Bom, sigo em frente, desfazendo a nuvem do sonho, aprendendo a lidar com a verdade da inexistência dele. Foi isso que aprendi: ao ter minha existência ignorada por quem eu mesma criei, percebi que foi ele quem nunca existiu.
E a realidade volta a ficar assim, calada.
Minha estrada volta ao normal, sonhada.
E eu volto ao meu estado original, como Deus me criou, amada.
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