"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
sábado, 9 de novembro de 2013
Romance da vida.
Como Vinicius foi persistente! Cada muro erguido, ele saltava. Cada questão levantada, ele solucionava.
Cada não ouvido dela, era estímulo. Cada "mas", virava "MAIS".
Quando Rute pensava que ele tinha, finalmente, desistido...lá estava ele esperando com tranquilidade.Ela não sabia mais o que fazer para fazê-lo desistir, e falar 'não' naquele momento da vida dela seria loucura. Afinal, ela precisava avançar. O cara que possuía seu coração já tinha sumido há tempos!
E Vinicius teve toda paciência e determinação do mundo! Inacreditável!
E ele foi conquistando-a pouco a pouco.
Eles gostavam da companhia um do outro. Ele sonhava se casar com ela, ter filhos e fazia planos. Ela? Bom, isso a deixava bem perturbada. E não era medo de se envolver ou de dar um passo tão grande. Não! Era porque ela não o AMAVA (amorrrrrr mesmo, sabe?! Aquele amor que te dá toda a certeza do mundo mesmo sem ter qualquer motivo, aquele amor que te dá frio na barriga e um certo desequilíbrio...sabe?!).
Mas, eles estavam vivendo muito bem como casal atualmente. Porém não foi sempre assim. Não para Rute.
Ver toda aquela devoção, aquela vontade e não conseguir corresponder a massacrava. Ela sentia-se como se estivesse o enganando, mas ela estava tentando com todas as forças.
Demorou bastante até que eles tivessem sua primeira noite de amor. E quando tiveram...Ahhh pra Vinicius foi incrível (no sentido bom da palavra), e para ela incrível (no sentido 'NÃO CRÍVEL'). Ela não acreditava que aquilo estava acontecendo. O tempo todo ela pensava: "não era ele quem tinha que estar aqui, não era...".
Aos poucos ela foi aprendendo a conviver com aquela sensação de traição surreal que a acompanhava toda vez que ela não estava com o grande amor de sua vida. O amor? João era seu nome.
João estava longe, levando sua vida com outra mulher. Mas vez ou outra pensava em Rute. Era inevitável, ela morava dentro dele apesar de todas as tentativas de matá-la dentro de si.
Por que isso? É uma pergunta que Rute nunca conseguiu responder. Eles nunca brigaram! Discutiram coisas, normal...expuseram opiniões, mas sempre tão respeitosos um com outro... E sempre se pertenceram. Antes mesmo de se entregarem, eles se pertenciam. Era visível. Mas algo afligia João. Talvez ele tenha uma versão feminina de "Vinicius", um alguém que persiste tanto que a gente fica sem saída, sem jeito de dizer tchau, de falar "não"... Talvez... Talvez tanta coisa!
João feriu Rute propositalmente para que ela desaparecesse! Como se isso a fizesse sumir de seus pensamentos também...
Claro, ela se assustava, doía, mas ela sabia que ele a amava. E esse "saber" a incentivava a perdoá-lo, porque ela sabia que quando a gente machuca alguém que ama, primeiro dói na gente, e vê-lo chorar (por dentro) a comovia, a movia. E ela o aceitava mesmo sem entender, e o amava mesmo sem querer.
Um dia João ouviu rumores de que Rute estava noiva. Bateu um certo desespero. Uma reação que nem ele entendeu, afinal, ele negava seus sentimentos. E pela primeira vez, ele decidiu se abrir de verdade com um amigo: - cara, a Rute está noiva.
-Sim, fiquei sabendo. E você está namorando há anos com a Cláudia!
-É, eu sei. Mas...
-Mas o quê, mano? Ela mexe com você ainda?
-Não sei, me deu um nó no estômago.
-Cara, não deixe essa mulher escapar. Não é qualquer mulher que causa isso na gente! Ela é a mulher que você sempre quis e sei lá porquê você se negou recebê-la.
-Mas e a Cláudia? E o noivo da Rute? Eu não posso fazer isso com nenhum deles, nem com Rute.
-Você não pode é ser omisso mais uma vez! Cara, todo mundo sabe que a Rute te ama, ela jamais te diria "não"!
-Ah não viaja...Isso é coisa de filme, novela,...
-Não, isso é coisa de quem ama e sabe o valor que é amar alguém! Se ela se casar com o outro cara, será incompleta, assim como você. Se vocês se casarem cada um com outra pessoa, apesar do casamento, serão dois encalhados. Isso mesmo, ouvi isso esses dias, casados e encalhados. Entende?! Dá tempo de você fazer a coisa certa! Orgulho pra quê?
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