segunda-feira, 25 de junho de 2012

A descoberta.


Esse texto vou começar na 1ª pessoa mesmo. Sem personagens, sem máscaras. 
Hoje,... hoje é inútil. 
Sempre fui vista como corajosa, hoje fiquei sem chão. Não sabia o que pensar, o que dizer...não tinha como justificar! Sempre gostei de escrever, expor o meu mundo particular sem me preocupar com julgamentos alheios. E é exatamente essa exposição crua que sempre atraiu leitores impressionados com tamanha coragem de mostrar a nudez da alma (é o que me dizem, pelo menos). 
Mas hoje me senti covarde, pequena e ao mesmo tempo tão grande que não adiantava me esconder pois nada me cobriria naquele momento. Uma mistura de vergonha, burrice, medo...Agora eu estava sem defesas, completamente exposta!
Alguns textos são muito particulares e embora misture verdade e ficção, "AQUELE que me conhece e era o motivo de tanta inspiração" saberia distinguir cada vírgula dita(e não dita). Ele sabia exatamente o que era ficção ou não. 
Nunca me preocupei pois sempre tive certeza que ele jamais leria, afinal, sempre me ignorou (não, não é drama, só uma triste constatação da realidade). Mas acho que num dia sem nada de bom pra fazer, restou a ele...ler. Como sempre fomos bons amigos e civilizados, vez ou outra nos falávamos. Mas pra vergonha ser completa não bastava ele contar-me que ME leu alguns vezes, ele tinha que falar isso pessoalmente e ainda citar frases que falei descaradamente num texto em que me declarava absurdamente à ele. Tudo que eu nunca tive coragem de dizer tão claramente estava ali...já dito e muito bem explicado. Fui pega tão de surpresa que não me restou nada, nenhuma defesa,...nada que eu falasse adiantaria. Minha estupidez havia sido descoberta. Minha mente não parou um segundo desde então, tentando me lembrar dos milhares de textos que ele pudesse ter visto. 
E agora? Bom, agora nada, né. Agora tenho que voltar a ter coragem de me lembrar dele sem ter vergonha. Aliás, acho que agora tenho mais motivos para seguir em frente: 1-ele leu tudo e não teve nenhuma reação (visível); 2-vergonha.
Confesso, era bem difícil aceitar que mentiras existem, e que ele escolheu outra pessoa. É ruim não ser escolhida por quem queremos (ou achamos que nos merece), mas acontece, eu sei...acontece. E ele parece bem satisfeito com sua escolha (tentei evitar mas acabei vendo a imagem de fundo do celular dele: os dois juntinhos! Ahhh que lindo! Se antes eu já estava sem apetite, naquela hora meu estômago deu um nó e não descia nem o refrigerante).
Hoje já sei disso, já entendo, já cheguei ao meu fim. Talvez por isso a descoberta não tenha sido mais drástica, porque eu já estava cansada e convencida por ele que tantas vezes fez questão de falar (em outras palavras) que tudo que eu achava era mentira.

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