"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
Era só um faz-de-conta...
Quando era menina, carnaval era só um motivo para não ir à aula e viajar com a família.
Ela via aquele tanto de mulher pelada na televisão e nunca entendia o motivo. Ela achava que era pobreza, falta de roupa...ficava até com dó.
Quando perguntava aos adultos, respondiam apenas :
" Ah! É porque é época de carnaval."
E?
Típica explicação de adulto impaciente ou talvez tão ignorante quanto ela.
-E por que nas ruas as pessoas ficam fantasiadas?
-"Ah! É só um faz-de-conta coletivo e gigante."
Foi ficando moça e o carnaval continuou estranho e sem respostas.
A única coisa que ela sabia era que nessa época, viajava com os amigos, brincavam, se divertiam...e era tudo colorido.
Tudo que ela fazia sempre que quisesse, só que com o feriado ela ganhava uns dias a mais.
A adolescência passou.
Eis que chega a vida adulta.
E por incrível que pareça a menina, que agora é mulher, continua sem entender 'por que' as moças da televisão ficam peladas.
E mais uma dúvida surgiu: as pessoas se fantasiam para ser o que não são ou se fantasiam para serem o que realmente são?
Hoje ela fica com o coração inquieto ao ver que muita gente não sabe brincar de faz-de-conta.
É gente caindo, vomitando, tendo intimidade com que não tem a mínima intimidade... perdendo o rumo, a identidade e alguns até a vida!
"Era só um faz-de-conta, gente..."
Acho que gente grande não sabe brincar de faz-de-conta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário