domingo, 30 de novembro de 2014

Um vôo audacioso mas necessário.


Um casal no alto da montanha, na ponta da pedra.
Estão lá o homem e a mulher de mãos dadas.
Eles se gostam. É gostoso sentir o vento lá de cima. A vista é, no mínimo, interessante.
Eles viveriam anos ali, sentindo a brisa, com os olhos sobre tudo que conseguem, com o controle em suas mãos, com a segurança da previsibilidade.
E eles não estão errados. É uma opção de vida.
Existe o contato entre eles, existe o carinho, a "confiança". Por que a confiança está entre aspas? Porque a confiança existe porque ambos têm controle de seus sentimentos. Principalmente ele.
Ela é tão apaixonada por ele que o faz sentir-se preso, ancorado, seguro.
Ele gosta muito dela. Aprendeu a "amá-la". Por que está entre aspas? Porque o que se aprende, também pode se "desaprender". É diferente de um amor que veio de forma natural. Um amor que é semente cria raízes. Esse é genuíno.

Enfim, o casal está ali.
Alguns diriam que isso é sensatez. Eu digo que é loucura.
É loucura passar uma vida toda ali sendo que há muito mais.
Mas isso é questão de ponto de vista.
Eu já tive o ponto de vista do alto da montanha também. Estática. Apreciando tudo. Tinha o romantismo e tal, afinal eu sou romântica até com amizade.
Era legal, bonito, mas eu sempre soube que tinha mais. Eu sabia que podia voar!
E por que não voam? Por que não voei?
Por não confiarem. Em quem? No amor. Não é em alguém específico, não é no parceiro(a). É ACREDITAR NO AMOR que faz toda diferença.
"AHhh eu acredito sim! Tanto é que vou me casar daqui uns meses"_ele disse.
Sim, casamento é um grande passo! Mas infelizmente não significa amor.
Então alguém me pergunta: o que é o amor então?
O Amor é o casal no alto da montanha, na beira da pedra e de repente SALTAM!
O amor é esse vôo arriscado, corajoso, que rouba nosso fôlego mas ao mesmo tempo nos transmite paz. É quando a gente fica em paz perto da pessoa mesmo que a situação não pareça favorável.
É quando a pessoa desperta cada pedaço de nosso corpo e nos faz criar asas. É quando somos capazes de voar, descobrir novos horizontes, ir para o desconhecido... É não ter controle do que sente (entenda!) , é quando você luta para não pensar na pessoa e mesmo assim pensa...
Mas é preciso que os dois amem, que os dois se joguem. Porque se só um deles se jogar e o outro ficar ali na pedra, como estão de mãos dadas, uma hora o que se jogou vai pesar pra quem ficou. E ambos ficarão presos.
Eu já vi muitos casais no alto da montanha. Muitos mesmo!
Já vi também casal onde a mulher se joga e o cara fica ali em cima.
Os dois tipos de casal vivem bem, é razoável.
Mas eu?! Ahhhh...prefiro voar acompanhada.

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