"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
terça-feira, 4 de novembro de 2014
Porque a gente SE PERDE pra SE ENCONTRAR.
"Você é a mulher da minha vida! Tem tudo que eu quero...eu te amo..." _disse Rafa com um reticência na afirmação.
Liz, atenta, ao texto e ao subtexto ficou aguardando a continuação. De cabeça um pouco baixa e levemente inclinada para o lado, ela o olhava.
Deu um sorriso torto. Tão torto quanto o que Rafa dizia.
- MAS...?
-Quem disse que tem um "mas"?
-Eu sei, Rafa. Você está com medo no olhar.
-Não, não é isso. É que não estou preparado pra casar...
-Medo.
-É que eu te amo demais e... E se você tiver que viajar para um trabalho?
-Medo.
-Por que você está dizendo isso?
-Porque é essa a raiz de seus argumentos...
-Você sabe que eu te amo!
-Sim, eu sei! E sei mesmo! Mas você está cometendo um erro comum que nós cometemos: você está tomando uma decisão tendo o medo como Norte. Sabe, não tem problema termos medos, inseguranças....Todos temos! O problema é escolher um casamento por medo de ficar só, ou escolher uma outra pessoa por medo do que o amor pode causar, ou ainda fazer esse compromisso tão importante porque O OUTRO te ama demais (mesmo que você não a ame)... Abdicar do amor por medo. [...] E não falo só de relacionamentos. Escolher um trabalho ou continuar num mesmo trabalho por anos por medo do novo, por medo de tentar (e fracassar)... Eu já vi esse filme. Talvez por não pressionar, por não fazer um drama já perdi um amor. Mas porque ele, assim como você, teve medo. Porque a pessoa que reage a um drama, que fica com a outra por isso ela só prova que o medo a rege...e o drama do outro faz com que ela sinta-se segura. Claro, há casos e casos. Não estou generalizando. Mas eu falo porque já estive do outro lado. Já tive muito medo. E ainda tenho alguns. Mas aprendi a lidar com isso. Como? Enfrentando-os. Não tem problema ter essas inseguranças. Não podemos é cuidar delas como se fossem um "bicho de estimação". Problemas tem que ser resolvidos, enfrentados e não usados para manipular os outros ou nos tornar refém deles (dos problemas).
-Não duvide do que eu sinto, por favor.
-Não estou duvidando, meu bem. Estou apenas te alertando para que no futuro você não tome decisões cego pelo medo e sem sequer saber disso.
-Por que está dizendo isso? Você é que está no meu futuro!
-Desculpe, mas não posso viver nessa gaiola de medo com você. Eu tentei. Tentei muito. Mas se você não quer sair dela, não me obrigue a ser prisioneira... Depois que aprendi a voar, me dói ser trancada.
-Então você não vai ficar comigo?
-Não fui em quem escolheu isso, foi você, meu amor. Sabe, se eu fosse guiada pelos medos que sinto de vez em quando, não teria feito nada do que já fiz, não teria conquistado nada...
-Eu não quero te perder!
-Então não perca!
Na verdade, o Rafa, assim como eu e você, tinha o maldito medo de PERDER-SE no Amor. Porque quando a gente AMA, a gente se perde um pouco mesmo. Só temos que entender que esse "perder" não é ruim, é uma fusão.... Quem quer manter-se no controle de todas as coisas não aprendeu a amar ainda.
Porque quando a gente ama, o outro é tão prioridade em nossa vida quanto nós mesmos...
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