"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Espero não ter que te falar "Meus Pêsames".
A morte é algo tão estranho, né?! A gente sabe quem um dia todos se vão, mas assim...do nada?!
Pra alguns casos estamos mais preparados. Outros, nunca estaremos, principalmente quando é família, esses vínculos que tem uma alta dosagem de amor...
E além de nos levar alguém, a morte nos confronta! Ela nos mostra todas as vezes que falhamos, tudo que fingimos estar "tudo bem", tudo que não assumimos nem pra nós... ela joga tudo na nossa cara, sem meios termos, sem nenhum sopro pra aliviar depois de mostrar a ferida!
E escancara como somos egoístas. Eu, pelo menos. Vivo tão bem comigo que às vezes as pessoas querem um pouco mais de minha companhia e algumas vezes não dou. "Ahhh não estou a fim hoje" ou "Ah ela tem que aprender a ficar sozinha", às vezes eu digo pra mim mesma. Sim, até acho que tenha. Mas talvez ela nunca vá ser assim como eu. E isso não é defeito. É apenas um jeito diferente do meu.
Quantas vezes a gente encara o que é diferente como defeito. Claro, algumas coisas são defeitos mesmo que precisam ser consertados. Outras coisas não.
E quantas vezes enxergamos com lente de aumento as dificuldades, as falhas do outro, enquanto as nossas são quase imperceptíveis?!
E a morte vem e nos sacode, e percebemos que não era tão difícil assim esperar 3 meses por alguém que se sonha, a gente que é mimado e quer as coisas na hora! Não era tão difícil ser leal com alguém que se ama, era só uma questão de dizer 'não' a um desejo que vai passar dentro de alguns minutos (enquanto o amor permanecerá).
Era tão fácil assumir o amor e vivê-lo, as dificuldades eram tão minúsculas....e muitas inventadas por medo.
Não era tão difícil caminhar quilômetros por alguém que vale à pena. Pelo contrário, seria melhor isso do que andar alguns metros mas não estar diante do que REALMENTE IMPORTA.
E quantas vezes algumas coisas do QUE REALMENTE IMPORTA perdem a importância e nem percebemos?! Afinal nosso discurso continua o mesmo, mas a prática foi comprada pelo tempo, ganância e vontade de ser alguém. Por quê? Porque não a maioria não sabe quem é e precisa de títulos e aquisições externas para sentir-se valorizada, para sentir-se bem. Aliás, abrindo um parêntese aqui, se tivéssemos consciência de QUEM SOMOS EM DEUS, que somos filhos muito amados e de forma singular....Se soubéssemos da dimensão desse amor...TUDO, ABSOLUTAMENTE TUDO, seria diferente. Eu busco entender, ou mesmo aceitar sem entender esse amor, assim aceito essa identidade que me basta: filha do Altíssimo, Criador do Universo. Fecha parêntese.
A morte expõe não só quem se foi, mas quem fica. Expõe nossa pequenez. Quanta coisa poderia ter sido diferente! Quanta coisa ainda pode ser diferente!
E daí se acham ridículo seu amor por alguém? E daí se esse alguém não entende?!
No final de tudo é melhor pensar: "eu o amei tanto e fiz o que pude", do que pensar "eu a amei tanto, mas nunca lutei por isso".
A morte de alguém causa muitas dores. Não só a dor de perder alguém amado, mas perder também um futuro com esse alguém presente. Dói ainda por morrer as ilusões tão bem escondidas dentro de nós, onde fingimos que um amor passou, entre outras tantas coisas! Porque a morte mata a máscara, e por um instante que seja, a gente se encara.
A morte física dói muito, é um momento a ser respeitado. MAS aproveite esse momento também para vivificar-se por dentro.
Enquanto a morte for física é aceitável, afinal, faz parte do percurso.
Mas se a morte for íntima...Meus pêsames.
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