segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Quando um momento ganha reticência.


Palavras bonitas. Como Ana já havia ouvido palavras bonitas!
Promessas, confissões, declarações.
Ela já tinha ouvido muita coisa que se soubessem a invejariam.
Pedidos de casamentos negados. Pedidos que não souberam esperar a hora certa da resposta.
Sim, ela os negou. Absurdo? Não. Absurdo seria aceitar um pedido de eternidade sem pensar, pesar, ...na verdade, sem coração.

Quanto ela já foi agraciada com atitudes encantadoras!
Um cuidado com cada detalhe de seu dia.
Um café-da-manhã pronto.
Uma flor no meio do caminho.
Tudo tão passageiro que não merecia ser citado. Mas Ana citava. Ela gostava de engrandecer as coisas boas e apagar as ruins.

O problema é que cada palavra bonita acompanhada de cuidado, cada promessa acompanhada de uma noite de amor, cada flor que se declarava não passava de fantasia, mágica. Porque quando a realidade era colocada à prova, as palavras bonitas viravam pó, as promessas se tornavam brincadeiras, as confissões....mentiras.
As atitudes encantadoras quando são soltas não passam de galanteios, vaidade...E a vaidade é vã.

Então, Ana se deparou com o 'de repente' (sempre presente em sua vida).
E de repente, sua companhia constante virou companheiro.
Um companheiro inesperado mas que fazia todo o combinado. Palavras, atitudes, espera....tempo.
Ele sabia lutar, sabia o que queria, e queria o melhor..."o seu melhor".
E cada questão que Ana levantava, ele solucionava. Cada muro que ela erguia, ele pulava.
E mesmo que inesperado, uma coisa era certa: ele estava ao seu lado e desejava aquele momento com reticências.





Um comentário: