quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Ele.

Ainda tinha resquícios do passado. Vez ou outra Clara AINDA pensava no que tinha acontecido, o que tinha sido aquilo que ela havia vivido.
Mas ela não recordava da mesma forma, agora parecia irreal e tão distante... Ainda mais agora que ela tinha companhia constante, um companheiro brilhante! Um cara que todos os dias fazia Clara sentir-se amada, especial. Se ela era ou não é outra história! Mas que ele fazia ela sentir-se assim...isso fazia!
Ele a chamava de "minha mulher". Clara gostava, achava possessivo o termo, mas gostava. Na cabeça dela, quando ele dizia isso parecia que ele tinha orgulho em tê-la ao lado. Ele queria exibi-la, mas ela não sentia-se um troféu, sentia-se apenas parte dele. Era estranho.
Ele a incentivava no trabalho, por incrível que pareça, apesar de machista (um BOM machista), ele parecia entendê-la, entender sua necessidade de arte.
Ele queria estar ao lado dela de uma forma que, talvez, ela nunca tinha vivido.
E ele era tão entregue, da forma que ela sempre esperou. Dizia quase tudo o que pensava, enquanto ela engolia cada "MAS, PORÉM...". Ela se calava, não tinha o que falar, não sabia o que estava acontecendo. E quando não sabemos o que se passa dentro é melhor não deduzir, não REDUZIR, não seduzir. É melhor aguardar do que inventar. Dar nome ao que nem a gente sabe é um tanto insano.
Ele esperava uma resposta qualquer dela, esperava uma reação, mas ela se escondia ou embaralhava tudo cada vez que ele queria concluir uma ideia, um pensamento. Não por maldade, ela fazia isso por hábito, por precisar do tempo até que tudo ficasse nítido.

Clara só sabia de uma coisa : a melhor parte de ter alguém gostando de vc, é que vc é responsável por fazê-lo sorrir. E como é bom fazer alguém rir!

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