sábado, 22 de fevereiro de 2020

A restauração do Amor.

Eu sempre lutei pra não perder a doçura. Sempre escolhi não ser moldada pela dor e confesso que, muitas vezes, não foi tarefa fácil.
Os mais chegados podiam senti-la (a doçura) em sua dosagem original, aquela que fui criada. Os demais, percebiam mas nem tanto.
Esse texto não é sobre especificamente A DOÇURA. É sobre perdermos características inatas nossas sem percebermos e por mais que a gente não queira.
Claro, minha escolha de não reagir de forma negativa aos acontecimentos é válida, mas mesmo assim me causou uma reação involuntária (inconsciente). 
Não joguei a doçura embora, mas guardei-a detrás da armadura.
Tentei várias vezes jogar fora essa armadura, mas era pesada até pra tirar. No máximo, eu a levantava um pouco, e nessa, escapava minha essência.
Não sei como explicar isso. Não perdi minha identidade, não abandonei minha autenticidade, mas a limitei. E isso me doía. Era um grande esforço carregar aquela armadura e ao mesmo tempo não conseguia me desfazer dela.
Até que um dia, Deus usa um de seus cavaleiros amáveis, que mais parecem a personificação do Amor,  pra resgatar a donzela de sua torre.

[Só alguém munido de muito amor é capaz dessa proeza! Porque algumas fortalezas da alma são tão fortes que a única arma é o AMOR puro, o AMOR com o Pai nos ensina. É esse AMOR que cura, liberta, transforma, assusta, e nos apresenta um mundo inteiro de emoções.
Pequenas doses de amor não nos restaura, não tem força o suficiente. Muito menos um amor doente.]

O cavaleiro viu-a mesmo escondida na torre, enxergou-a por detrás da armadura. Resgatou-a com seu amor e hombridade, e prosseguiu seu propósito. 
Acho (não sei) que há cavaleiros que vêm apenas pra nos resgatar, nos mostrar que somos capazes de sentir naquela intensidade ORIGINAL e que aquilo tudo é maravilhoso e não pode ser abortado de nós (DIVINAMENTE HUMANOS).

[Por favor, entenda. Não estou usando a palavra resgate no sentido psicológico, colocando no outro a responsabilidade. Estou usando-a da forma mais pura que tem: espiritual e poeticamente]

Toda essa história é pra motivá-la(o) a olhar pra si e observar se em algum ponto você perdeu características essenciais de sua identidade. E se você perdeu, disponha-se a ser achada e encontrar de volta essa característica. Não se acostume com a armadura. Lute até o fim. Não se renda, não se conforme.

Não sei. Talvez você tenha perdido a confiança em pessoas no nível mais divino. Não sei.
Talvez tenha perdido o romantismo, a alegria por nada, o amor. 
A gente se fere com acontecimentos e/ou pessoas e vai criando uma personalidade "justificável" como se aquilo fosse maturidade, mas é apenas uma casca. E a gente percebe que não amadureceu, e sim, endureceu em alguns pontos. 
Claro, a firmeza vem com nossa evolução, a resiliência. Mas maturidade não é não sentir. Maturidade não tem a ver com dureza ou "amor medido".
Jesus, o cara perfeito, amou mais do que todos nós. Amou sem medidas, sem porquês, e não deixou de amar independente do "porquê".

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