segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Às vezes o tempo nublado é sinal de chuva boa chegando!

O Céu estava nublado, mas não estava frio. Havia um mormaço enchendo o ambiente. Nuvens encobriam o Sol, mas ainda assim estava quente.
Era um clima que não daria pra dar um nome. Não era nenhuma das estações prevalecendo naquele momento. Talvez fosse a transição entre uma estação e outra. Talvez...
Liz estava exatamente como o tempo daqueles dias. Parecia que o mundo interno dela regia o externo. Liz tinha esse poder de imaginação e criação.

Nesse dia sem cor, deitada na grama seca do parque, olhando pra cima, ela pensava: "A vida adulta é estranha. Às vezes você é obrigada a agir de forma contrária a sua essência, porque eles não sabem lidar com doçura e firmeza ao mesmo tempo. Então temos que abandonar a doçura e nisso, vamos nos abandonando no caminho...
Queremos ser práticos demais e nos esquecemos da poesia.
Queremos ser assertivos demais e corremos o risco de categorizar pessoas.
Queremos ser maduros demais e apodrecemos sem percebermos. É o DEMAIS que ultrapassa os limites; é o excesso que nos escraviza."

De forma inusitada, alguém invadiu os pensamentos dela. Parecia que ele habitava ali, nas entrelinhas.
Conheceram-se no parque e aceitaram-se ali mesmo. Não havia requisitos, não havia reservas.
Havia respeito, admiração e uma devoção ao mesmo Deus (criador e redentor).
Ela podia ser ela! Ele não ficava aguardando um momento de corrigi-la ou mudá-la! Isso era mágico!
O tempo passava e mais eles se queriam bem. Mais eles se queriam...
Liz nem sabia o que dizer pra si quando chegava em casa, mas dizia, claro! Ela era falante quando estava sozinha: "Ele era maduro e simples! Isso é tão raro.
Geralmente, gente madura quer complicar as coisas. É, porque às vezes a maturidade está apenas na mente, as emoções ainda estão assustadas e reagem prematuramente. Ele é tão sem armas...Isso é tão leve!"

Numa das boas conversas que tinham, Liz se esqueceu da liberdade que ele lhe dava e numa brincadeira de palavras quis se explicar e foi interrompida com: - "Ah, pare, por favor! Eu sei quem você é! Não precisa se explicar pra mim. Conheço seu coração.[...] A que ponto nossa sociedade chegou onde numa conversa particular, termos precisam ser explicados, justificados com cautela? "

Liz parou e concordou: "É verdade, não sabem mais ler entrelinhas, não entendem poesia. Perderam o olhar de admiração, tudo virou tribunal. Não entendem que não se busca profundidade para justificar ou para condenar. Precisamos buscar um olhar de profundidade pra amar mais, pra expandir o coração e não o conhecimento simplesmente".





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