Hoje acordei querendo falar de amor...
Acordei me sentindo amada e aí a gente fica querendo transbordar.
De antemão já peço, que abandone as suposições.
Não tente adivinhar, só quero falar da beleza de amar.
Não procure subtextos no meu texto criando pretexto para o que quer achar.
Deixe a imaginação comigo, a você só cabe entrar nessa viagem.
Quero falar de amor sem pudor, como antes eu fazia.
Sem fantasia.
Porque o amor é lindo nu.
A nudez do amor é que o faz ser tão transcendental.
Amor camuflado dentro da gente acaba morrendo por não o percebermos.
Amor abafado, uma hora grita alto e pode ser tarde.
E eu preciso falar dele assim, sem meios termos, sem justificativas.
Porque pra mim é isso que é: algo que não se justifica.
Se escolhe, se acolhe.
Sabe, não é apenas escolher a melhor roupa para um jantar.
É ao falar, escolher o melhor tom de voz para expressar afeto.
Não é apenas a presença física que muitas vezes está ali mas totalmente fechada.
É a constância do olhar que mesmo quando está longe, cuida.
Não é ser quente entre quatro paredes, é ser caloroso em qualquer lugar.
É falar de coisas sérias, profundas e ao mesmo tempo poder falar de "nada".
É ficar feliz só de ouvir a voz...
É o sonhar junto DE VERDADE, mesmo que nos custe uma readaptação.
É ter a essência intacta, mas disposição para mudar o que for necessário para o crescimento de ambos.
É aceitar todas as estações. E entender que todas elas é que fazem da vida essa metamorfose constante, esse crescimento contínuo.
É aproveitar a sombra da árvore quando a folhagem está abundante, comer do fruto quando tiver fome; admirar as flores na primavera e jamais esquecer de regar a árvore no inverno ou na seca.
Regar na seca...isso é amar em sua completude pra mim. Passar pelas estações. Amar quando aparentemente não há o que se oferecer. Amar a essência do que o outro é.
Amar é se desarmar de pretextos, medos, equívocos...
Se desarmar e desarmar o outro. Porque esse amor que corre feito rio só acontece quando há liberdade. Caso contrário, vira o "mar morto": acúmulo de sal, todo "delimitado", só recebe, até refresca mas não gera vida.
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