"Respire fundo, Liz,...Calma, não tão fundo senão ele percebe. Ele é um bom leitor de alma...Cada movimento ele capta..."
Esse era o pensamento de Liz, ela falando consigo mesma num momento de leve "enfrentamento".
Não, não era uma guerra, não era entrevista de emprego, não era uma apresentação, era simplesmente o encontro com aquele que passeava em seus pensamentos de vez em quando.
"Parece que tenho 15 anos! Não deveria ser assim! Por que complicaram tanto o amor?! Por que a gente não pode demonstrar?!"_ ela continuava seu diálogo interno.
Liz sempre foi muita espontânea e natural, e por isso, sua grande dificuldade era travar a naturalidade. Parece que Liz nasceu sem fechadura pra essas coisas, e toda vez que tentava disfarçar algo assim ficava mais ridículo ainda.
Medo ou prudência? Às vezes o medo se disfarça de prudência. Ela dizia que era sensatez, mas acho que era medo mesmo. Tá, talvez um pouco de sensatez, já que o histórico com ele não era dos melhores. Ele sempre sumia, não tinha constância, por isso, nesse caso é compreensível o disfarce todo pra não demonstrar.
Compreensível não quer dizer que seja o melhor. E Liz sabia disso.
Nada era tão difícil pra Liz do que ela não levar a mão nos cabelos dele durante o filme, ou não querer abraçá-lo. Ela não conseguia travar só essa parte da "Afetividade", ela se travava inteira. Parecia que os pensamentos e gestos passavam por uma peneira. E "peneirada" Liz não sabia ser.
"Será que terei que aprender ou digo logo tudo?"_Ela não conseguia concluir o raciocínio.
Ela só queria estar perto e contar tudo pra ele. Mas pra contar, ela tinha que ser natural, e se fosse natural, seria carinhosa e...bom, carinhosa ela não podia ser. Ele não reagia com certezas, era sempre uma incógnita.
Era um dilema sem fim. Mas ela desejava ardentemente por uma resposta ou, quem sabe, uma pergunta dele.
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