domingo, 31 de dezembro de 2017

Quando o "game over" não funciona...



Dois anos se passaram. Dois longos anos pra ela.
E em alguns momentos, os dias pareciam ter mais horas do que o suportável.
Sim, a vida pra ela sempre foi leve! Mas assistir a pessoa amada tentar se relacionar com outras pessoas, lhe esmagava a alma de vez em quando.
Clara ficava perplexa com isso. 
A relação de Gael com ela sempre existia um "porém"; com as outras, não.
Tentava com uma, terminava; depois procurava Clara pra contar os últimos acontecimentos.
Cada decisão importante, ele perguntava a opinião dela, gostava de compartilhar, mas depois desaparecia. Quando a aproximação parecia estabelecer laços, ele se afastava.
Clara o entendia, ou ao menos, tentava.

Ele, um homem sempre tão seguro, quando estava perto de Clara virava garoto. Como bem diz a música "garotos sempre tão espertos mas perto de uma mulher são só garotos".
E acho que era dessa sensação que ele fugia. Essa sensação de ficar sem reação ou ter que pensar para agir e/ou reagir. E com isso, buscou namoros onde ele sentia-se no controle de sua própria alma. Por favor, me entenda quando falo isso.  

[Quando nos relacionamos com quem não mexe tanto com a gente fica fácil, "confortável", qualquer coisa a gente "pula fora". Mas, quando nos relacionamos com quem tem nosso coração, a gente fica meio sem chão.
É estranho isso, essa visão que temos do "desconfortável". O fato de nos tirar o chão não deveria nos deixar assim, com medo. Deveria nos inspirar, afinal, agora podemos voar!
O Amor é desconfortável no início, até que a covardia passe, o medo morra, o autocontrole seja equilibrado.]

E lá estava Gael, diante do que ele temia, diante de Clara.
Clara, apesar de ser como o nome, para ele era uma incógnita. Ele tentava a decifrar a cada instante.
Pra ela não havia o que decifrar em si, ela colocava as cartas na mesa, não sabia jogar.
E ele, como bom jogador que é, achava que as cartas expostas eram alguma tática de jogo.
Aí entrava o desencontro. Cada vez que ele jogava, ela dava "game over" por dentro.
Mas ele apertava o "continue", sendo gentil uma vez ou outra.
[eu sei que a vida não é um videogame mas fica mais fácil se entendermos assim].

Em dois anos muita coisa acontece. Inclusive o nascimento do amor.
No início, ela só tinha uma 'direção' em relação a ele. Hoje, ela tem amor.
Ela tinha plena convicção da agenda de Deus com a união dos dois. Clara sabia que ele era seu marido, o homem que Deus escolheu.
Você deve estar se perguntando: "mas Deus escolhe um para o outro?"
Bom, Deus é um Deus criativo, de ineditismo, não há regras. Às vezes escolhe, outras não. Depende do propósito de cada um. E sobre Gael, bom...ele tinha sido escolhido.

Nesses dois anos, ela descobriu que o 'encaixe' entre eles era surreal (de BOM). E isso era muito importante pra ela!
Sim, o amor nasceu. Puro como tem que ser. Incondicional.
Mas às vezes para o expressarmos a reciprocidade se faz necessária. Caso não haja, o amor se silencia, ama escondido, como se fosse vergonha ou proibido amar alguém.

Depois de tanto tempo - dois anos parece uma eternidade quando se espera- eles se encontraram.
Clara estava tensa, tinha medo de ele aproximar como sempre, a envolver e depois sumir novamente. Afinal, esse era um costume dele com ela.
Refém de si, do medo que sentia, Clara travou. O recebeu em sua casa, assistiram filme - como sempre- mas dessa vez o filme de romance parecia terror. Cada um num canto da cama. Tão perto e tão longe. 
Ele tinha as mãos inquietas. Ela, os pensamentos.
O filme acabou, mas o terror não. Ele foi embora dando um abraço "meia boca" e, como sempre, desapareceu.

Clara se cansou da repetição das atitudes covardes. Amor precisa de cuidados, mesmo quando é puro como era o de Clara. 
Amor envolve o outro e a gente mesmo.
Se o outro não nos cuida, o amor próprio clama por cuidado.



quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

Um dilema sem fim.

"Respire fundo, Liz,...Calma, não tão fundo senão ele percebe. Ele é um bom leitor de alma...Cada movimento ele capta..."
Esse era o pensamento de Liz, ela falando consigo mesma num momento de leve "enfrentamento".
Não, não era uma guerra, não era entrevista de emprego, não era uma apresentação, era simplesmente o encontro com aquele que passeava em seus pensamentos de vez em quando.
"Parece que tenho 15 anos! Não deveria ser assim! Por que complicaram tanto o amor?! Por que a gente não pode demonstrar?!"_ ela continuava seu diálogo interno.

Liz sempre foi muita espontânea e natural, e por isso, sua grande dificuldade era travar a naturalidade. Parece que Liz nasceu sem fechadura pra essas coisas, e toda vez que tentava disfarçar algo assim ficava mais ridículo ainda.
Medo ou prudência? Às vezes o medo se disfarça de prudência. Ela dizia que era sensatez, mas acho que era medo mesmo. Tá, talvez um pouco de sensatez, já que o histórico com ele não era dos melhores. Ele sempre sumia, não tinha constância, por isso, nesse caso é compreensível o disfarce todo pra não demonstrar. 
Compreensível não quer dizer que seja o melhor. E Liz sabia disso.
Nada era tão difícil pra Liz do que ela não levar a mão nos cabelos dele durante o filme, ou não querer abraçá-lo. Ela não conseguia travar só essa parte da "Afetividade", ela se travava inteira. Parecia que os pensamentos e gestos passavam por uma peneira. E "peneirada" Liz não sabia ser.
"Será que terei que aprender ou digo logo tudo?"_Ela não conseguia concluir o raciocínio.
Ela só queria estar perto e contar tudo pra ele. Mas pra contar, ela tinha que ser natural, e se fosse natural, seria carinhosa e...bom, carinhosa ela não podia ser. Ele não reagia com certezas, era sempre uma incógnita.

Era um dilema sem fim. Mas ela desejava ardentemente por uma resposta ou, quem sabe, uma pergunta dele.

Não há alternativas mais.

Às vezes o caminho parece mais complicado do que gostaria, mais cheio de mistérios. 
O Caminho com Deus é uma garantia, mas é uma garantia que muitas vezes desafia nossa razão. Porque é feito pela Fé. 
Deus nos revela o destino, mas não o processo. 
E sabendo o destino, sei, por exemplo, que tenho que "virar à direita". E muitos questionam: "e se você virar à esquerda?" 
Acontece que não há mais "esquerda" pra mim. 
Quanto mais conheço Aquele que é o Amor (Jesus), mais me apego e confio. E só consigo pensar: "Senhor, para onde iremos nós? Só Tu tens as palavras da vida eterna. "_ João 6:68 

Não há alternativas. 
Não existe mais "minha vontade". Existe NOSSA (Dele e minha). 
Quanto mais PRATICAMOS o que cremos, mais nossa vontade se difunde à Dele. 
Quanto mais mergulhamos Nele, mais o raso fica pra trás. E as demais opções vão sendo extinguidas. E a única coisa que podemos fazer é "prosseguir, olhando firmemente para o Autor e Consumador de nossa Fé." 
Se você também caminha com Deus e se encontra "sem opção", pode ser um bom sinal. Sinal de que ELE está realmente no comando de sua vida. Portanto, confie e descanse. 
Onde quer que esteja, independente da circunstância, sua identidade de FILHO do Rei não muda. Então...REINE. 
Onde estiver, GOVERNE. 

Beijos 
Com Amor...

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Que o trauma não nos guie...

Dias atrás eu estava pensando sobre minha reação sobre determinada situação. 
 [Nem falo da reação externa, mas do tumulto causado aqui dentro de mim.] 
Era uma situação "boba" mas que me provocou uma sensação ruim, um medo de estar sendo enganada mais uma vez... 
Sim, "mais uma vez", porque eu sempre escolhi acreditar nas pessoas, e sou duramente criticada por isso. 

Enfim, a questão é que percebi que minha reação não era referente ao acontecimento recente; era por causa do passado. 
E é assim que os "traumas", feridas, sei lá o nome que você queira dar, nos atormentam. 
Se permitirmos eles -os traumas- governam nossas ações (elas passam a ser reações apenas), e diante de coisas aparentemente normais temos reações que nos estremecem, nos tiram a paz... 
Todos nós já passamos por situações que mexeram conosco de alguma forma, que nos feriram... Acontece. Ferimos pessoas e somos feridos mesmo sem querer. 
Mas que isso, esse trauma, jamais seja nosso guia. 
Que o medo não vire orgulho, muito menos referência. 
Que nossa referência seja Cristo sempre! 
Que ELE nos direcione, que nossos pensamentos estejam alinhados com os Dele. 

 "Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai." _Filipenses 4:8 

Beijos 
Com Amor...

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Como vamos terminar é que importa.

‎"A demasiada atenção que se dedica a observar os defeitos alheios, faz com que se morra sem ter tido tempo para conhecer os próprios. " 

Que a mudança comece a partir de nós. 
Sabe o que acho engraçado? Muita gente busca a mudança, mas não acredita na mudança do outro. 
Falam: "Ah, mas você viu o que fulano disse 20 anos atrás?" 
SENHORRRRRRR!!!!! Se você é pautado pelo que fez 20 anos atrás, é muito triste ! 
Pessoas mudam, amadurecem. Pelo menos, deveriam. 
Sejamos pessoas ensináveis. Que possamos mudar para melhor! 
Amadurecer sem "amargurecer". 
Não é feio mudar de ideia quando essa ideia é ruim. Feio é não pensar, não refletir, não assumir erros, equívocos. 
Imagine só se fôssemos avaliar o grande apóstolo Paulo por seu passado! Deixaríamos de aprender com ele porque no passado ele perseguia e matava cristãos. 
Não importa como você começou ou de onde saiu, importa é pra onde está indo e como irá concluir. Não importa se começou como Maria (virgem, pura) ou como o ladrão ao lado de Jesus na Cruz. Importa é como estamos AGORA e iremos terminar. 
Judas começou bem, era discípulo de Jesus, mas terminou o traindo. 
A mulher de Samaria (Jo 4) começou mal, e terminou muito bem! 

Que possamos dizer: "combati o bom combate, completei minha carreira e guardei a Fé". 
Busquemos ser melhores do que ontem. E aceitemos a mudança dos outros. 
Mas, repito, desde que a mudança seja para melhor. Mudar pra pior é retrocesso. 
Se antes você era maleável e hoje tem o coração duro, melhor rever seu caminhar. 

Beijos 
Com Amor...

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Afaste-se um pouco e observe.

Às vezes, precisamos nos afastar um pouco do quadro para ver o todo. 
A proximidade pode nos impedir de ter uma visão mais ampla. 
Sim, tenhamos foco, observemos os detalhes da "pintura" mas não percamos todo o desenho ou mesmo o local da exposição. 
Ter foco é diferente de andar com aquelas "viseiras de cavalo". 
Observemos ao redor para que não sejamos surpreendidos.