sexta-feira, 23 de junho de 2017

Sonhos que unem.

Era um dia normal, Guto deitou-se para dormir no mesmo horário de sempre.
Adormeceu e sonhou com ela. Justo com ela, que o intrigava tanto, que despertava um mix de coisas boas e ao mesmo tempo, essas coisas boas lembravam alguém do passado, e essas coisas do passado despertavam algo ruim nele. Parece confuso? Bom, isso é o que chamamos de "trauma". 
Mas, apesar de toda inteligência e capacidade dele, isso habitava em seu inconsciente. Mas Deus trouxe à tona no sonho, explicou o caminho. Detalhou o passado que o atormentava e o futuro planejado por Ele.
No sonho, eles estavam em casa ( na casa deles), ela estava radiante, pele bronzeada, cabelos mais claros, vestido branco. Ele entrou no quarto e eles beijaram-se, tocaram-se, usufruíram de toda a intimidade que um casamento proporciona. 
Depois, quando eles saíam do quarto, ele já a via de outro jeito, um jeito que remetia a seu passado.

Guto acordou e ficou pensando no sonho. Ela não era nada dele, nem namorada! Que sonho "do nada" foi esse?
Mas no seu espírito ele sabia que Deus havia lhe falado algo. Ele entendeu o porquê a via diferente depois de sair do quarto; ele entendeu que ele fazia uma associação... "Freud explica". Ele entendeu que era um lugar de alma dele. Mas e a parte do quarto?

Na "dúvida" ligou pra Clara e contou do sonho. Ela ficou sem reação. Estática. 
Sim, ela ficou feliz, pois há um ano ela já sabia de tudo isso. Mas ele demorou tanto que ela teve medo de demonstrar felicidade e ele desaparecer...
- E aí, o que você entende desse sonho?
- Como assim? É um sonho tão óbvio? Você não entendeu? Bom, se não entendeu, não sou eu quem vai lhe falar.

Ele que sempre foi mais frio, estranhou a frieza dela (que nunca tinha sido fria).
E ficaram assim, cada um pro seu lado. 


Meses depois, pra ser mais precisa 3 dias atrás, foi a vez de Clara sonhar novamente com ele. Sim, novamente, pois ela já tinha sonhado outras vezes.
No sonho dela, ela estava dentro de um ônibus e não sabia onde descer, mas o motorista que era super amável e a conhecia muito bem, sempre a avisava. Ele fez isso duas vezes, até que na terceira vez, o ônibus para e Guto entra. Ele estava normal, bem, parecia feliz. Ela o cumprimentou de longe, ele veio abraça-la e no abraço ele finalmente ficou vulnerável, desarmado. Chorou. Ela não disse nada, apenas o deitou em seu colo e ficou cantando enquanto passava a mão nos cabelos dele.
De repente, ele "surtou", levantou rapidamente, falando "não, isso é coisa de sua religião".
Ela ficou sem entender, apenas orava. E acordou assim, assustada, orando por ele.

Dessa vez Clara não contou o sonho à ele. Mas entendeu.
Era uma nova roupagem do sonho dele. Existia um lugar "no espírito" onde ele a aceitava, mas sua alma ainda machucada, se assustava e a rejeitava.
Eram duas reações distintas que ele tinha, duas visões diferentes da mesma pessoa. Mas não era Clara que mudava, era o lugar de onde ele via. Se ele saísse da Fé, suas emoções o traíam e ele não usufruía do que era dele.

Clara refletia se deveria contar o sonho à Guto ou não . Ela temia que ele não entendesse.
Dizia pra si: "bom,  Deus já nos uniu, nos deu sonhos óbvios... Ele é um cara inteligente e que busca direção de Deus. Não posso fazer mais nada,..."

E orou : Pai, não aguento mais. Mas que seja feita a Tua Vontade.


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