"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
segunda-feira, 28 de julho de 2014
É o que sai da alma que me interessa.
O ser humano e suas incoerências...
Já ouvi declarações lindas, onde os olhos falavam lindamente junto com os lábios, mas faltava a atitude correspondente.
"Você vai se casar comigo, você vai ver...Vai ser minha mulher"_ dizia ele jogando pro futuro e destino a responsabilidade da ação.
Já vi atitudes impressionantes mas os olhos, medrosos, fugiam e às palavras faltavam constância.
"Tá na hora de termos um filho"_disse o outro, do nada, sem nem mesmo me dar a segurança emocional necessária, me achava a mulher ideal pra ter família e achou que isso me prenderia. Um dia queria construir família, e no outro também mas desaparecia durante dias. Faltava atenção, constância, interesse.
Já ouvi declarações que tocaram minha alma pois vinham com os olhos nus e atitudes condizentes. Mas não durou muito tempo. Amor forte demais pega a gente de surpresa e se ainda vemos uma saída fugimos mesmo querendo ficar.
"Você é a mulher que sempre sonhei. Nossos mundos são tão parecidos"_disse ele com os olhos cheios de doçura. Mas logo emendou "não estou preparado pra me casar agora". Nesse momento os olhos já estavam aflitos por não saber se estava fazendo a coisa certa.
Entrei em crise. Não tínhamos falado de casamento antes. Talvez ele tenha sentido o laço da alma e temeu. Talvez. Talvez tanta coisa...
E já ouvi frases doloridas seguidas de um afastamento cortante. Eu tinha as palavras e a atitude pra me apegar. Mas não sei porquê gosto de olhar a alma, o coração.
"A gente precisa se afastar"_ele disse com os olhos cheio de lágrimas e esperança de que um futuro juntos poderia nos esperar.
E é essa incoerência que me instiga. É o seu "tchau" nos lábios e seus olhos me pedindo pra não ir. É o seu "seja feliz" me empurrando com palavras e seus braços me envolvendo num abraço forte, abraço que não quer acabar. É sua ausência fingindo que eu nunca existi, e sua fuga pra não expor seus olhos que não mentem...é isso que me intriga.
De todos os tipos, o que mais me angustia é ver alguém doce agir de forma amarga, ver atitudes toscas que não combinam com a essência bela e esquecida dele, e ver palavras duras contradizerem os olhos amáveis.
Se tenho palavras e atitudes de alguém, por que não acredito?! Porque são os olhos que não mentem. São os olhos que expressam a alma, sem disfarces, sem mentiras, sem medos, sem razões inventadas....
Por que me apegar aos olhos? Porque eles são as janelas da alma.
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