terça-feira, 22 de maio de 2012

Transformar-se.

Você pode pensar que sofri muitas decepções ou que parei no tempo e meu amor congelou. Decepções...O que seriam? Acho que somos decepcionados quando não respeitamos a "HUMANIDADE" de alguém ou de nós mesmos. Quando exigimos comportamento exemplar em 100% das situações e tiramos a deliciosa loucura do "não saber", da reação inesperada até mesmo para o autor da reação. Quando penso em decepção, logo penso em desrespeito. E não estou exagerando! Mas a decepção caminha junto com o egoísmo de achar que todo mundo deveria agir e reagir como nós, mesmo que tenhamos tido histórias e construções completamente diferentes! Claro, fico triste sim com algumas situações e reações, mas é tão momentâneo que nem merece o nome de decepção. Só fico decepcionada COMIGO, quando ajo de forma mesquinha e exijo de mim mesma um comportamento exemplar em todo tempo! Isso é tão desumano! Tão pesado!Desrespeitoso. 
E, depois dessa explicação sobre decepção, sobra apenas a opção de que parei no tempo e meu amor congelou, né?! Amor congelar...não no sentido de frieza mas de SER FIRME. Não parei no tempo. Muito menos parei o tempo. Pelo contrário, ele anda no seu ritmo normal, mas a espera faz parecer que ele parou. Eu sei que não. Pois vejo minha evolução, vejo vários acontecimentos (bons e outro não tão bons)...Mas não importa. O importante é acontecer, continuar, fluir... E daí que pensem qualquer coisa a seu respeito simplesmente porque você ama alguém?! Você realmente se preocupa com isso? Eu não. Não mesmo. Não se pode matar! Nunca aprendeu isso? Matar é crime. E matar o amor é crime que sempre leva a condenação. Seja culposo ou doloso. Vai viver sempre com sua própria condenação de que poderia ter feito diferente, poderia não ter sido indiferente...A diferença é que ser for doloso vai ter que conviver com a culpa e crueldade de matá-lo intencionalmente. E se for culposo a culpa pode demorar mais um pouco, pois, quando o cometemos (se o cometemos!) enganamo-nos a nós mesmos até o momento que a verdade vem à tona. 
Mas, dada as duas explicações, lanço a terceira. 
Como não mato, e procuro não me decepcionar fica difícil apagar o amor. Ainda mais quando não há muito do que se queixar, a não ser da covardia alheia... Mas no caso da covardia, na minha avaliação entra o histórico, o medo da entrega, e tudo o mais que homens sentem mas não assumem (a maioria deles, pelo menos). 
Há alguns dias um amigo confessou: "Se você morasse aqui (nessa cidade), por mais que eu ame sua companhia, eu fugiria de você. Porque você bagunça nossa cabeça, é um mistério, e a gente quer estar sempre perto de você." 
Questionei: "Mas se você quer estar sempre perto, por que fugiria? É contraditório isso!" 
Ele concluiu heroicamente: "Porque, no momento, minha vida tá toda certinha, tudo tranquilo e você tiraria meu chão, meu controle. E homem não gosta de perder o controle! Homem tem mais medo..." 
Mais uma vez indaguei: mas você abriria mão de viver algo por medo, por não querer perder o controle??? 
E ele me beijou (e não respondeu!).
E esse não é o tal que se referem quando falam que parei no tempo. É alguém querido que depois de muito tempo resolvi me abrir. Alguém que teve coragem pra, pelo menos, dizer o que se passa de verdade, coragem para se enxergar...E isso é admirável! 


Por isso, acho que o amor não deve morrer, deve transformar. Transformar o outro, transformar-me e se não der pra ficar junto....TRANSFORMAR-SE.

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