"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Dia do Avesso.
Tem dia que a gente acorda do avesso
Mais pra dentro do que pra fora
Mais passado do que presente
Mais saudade de quem está ausente.
Tem dia que a gente acorda com doce na boca
E depois de gritar baixinho, com a voz toda rouca.
E o doce lembra ele
E a lembrança chama por ele
E ele...Ele não responde.
E nesse dia todo contrário, o amor decide sair do armário
E os sonhos são puxados pelo vento.
Pra não me bagunçar mais, fechar a janela eu tento.Tento.
Mas o vento não vem de fora, vem de dentro.
E como não tem saída, meu coração tem uma leve recaída.
[como se houvesse distinção de peso para as recaídas]
E quando o coração canta sem ninguém pra ouvir, eu choro.
Mas eu choro sem ninguém me ver
Por isso, quando o amanhã chegar ninguém vai perceber.
E o "dia do avesso" vai ser repetir, eu sei que vai, não sei mentir.
Vai se repetir até o momento em que aqui dentro e lá fora forem compatíveis,
E dois corações, ao mesmo tempo, ficarem disponíveis.
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