domingo, 11 de junho de 2017

Porque teatro na arte é libertação, já na vida real é prisão.

É estranho, é um sentimento de inadequação.
Tudo parecia um teatro. E para uma atriz (por vocação e profissão), o teatro deveria ser algo onde me sinto à vontade. 
Mas, nesse caso, me incomoda profundamente. Pois não se tratava da arte e sim da vida.
Não sei explicar como, mas o 'buraco negro' existente em alguns parece gritar em meus ouvidos.
Não é uma forma, uma equação que revela isso... é a essência de cada um (ou falta dela).
Sim, sou atriz. Mas minha atuação só acontece no palco, em cena.
Teatros na vida real me martirizam.
Porque teatro na arte é libertação, já na vida real é prisão.

Uma festa.
Muita gente bonita. Muita maquiagem no rosto e na alma.
No espírito? Ah, não há maquiagem que disfarce um espírito empobrecido.
O espaço era grande, mas parecia insuficiente para os egos inflados.
E pra todo mundo era normal, só eu parecia incomodada com aqueles balões inflados (me refiro aos EGOS) me roubando espaço e o ar. 
Me incomodava não por eu ser melhor. Jamais! Mas é que Deus abriu-me os olhos. O relacionamento com Cristo nos liberta (inclusive de nós mesmos) e a gente diz :"eu era cega e agora vejo".
E quando a gente vê...

No meio de tanta gente, eu me sentia isolada. Pois entre eles havia identificação e eu parecia falar grego. Outro idioma, outro mundo.
Literalmente, um peixe fora d'água. Sem ar. Num habitat totalmente sufocante. Era assim que eu me sentia.
Simplesmente por se tratar de uma festa? Não. Não era a festa, era o barulho das correntes que me incomodavam. O barulho das correntes prendendo aquelas pessoas a formas, vaidades, discursos vazios, risadas ensaiadas, "jogadas de cabelo", galanteios forçados, ...
É a mentira que me incomoda! Não a mentira contada apenas, a mentira vivida, disseminada cegamente por aí.
Não sei me adaptar a esses ambientes, não há em mim um ponto de intersecção, de comunhão com essa falta de verdade.
Me dá uma vontade de dar um grito pra ver se despertam, se libertam-se!
Porque essa prisão da "vida perfeita", das "frases prontas", da superficialidade nos rouba a plenitude da vida. E ver o próximo vivendo aquém do que pode me dilacera o coração.






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