quinta-feira, 12 de março de 2015

A Tempestade passou. E agora?


Depois do tempo de tormenta, da tempestade, a gente ainda tem que juntar tudo que ela bagunçou ou destruiu.
Tem gente que fala "a tempestade passou". Sim, passou, mas e a bagunça que ela causou?
O conflito, às vezes, não é só durante a tempestade. Durante a ventania, a chuva forte que remove até o chão em que pisamos, nos assusta, nos causa medo, nos deixa sem reação. O máximo que fazemos é agir por instinto de sobrevivência.
Mas e depois? Depois somos obrigados a olhar pedaço por pedaço que está no chão e tentar encaixar, guardar o essencial e jogar fora o que virou lixo. E sinceramente?! Essa é a parte mais demorada.
A tempestade dura algumas horas: é só o prazo da descoberta de uma traição, por exemplo.
Sim, é chocante. Desestrutura. Dói. É uma mistura de tudo! Mas o 'pós-tempestade' pode durar meses até que a gente separe essas emoções que estão misturadas, até que a gente dê nome pra o "descaso", "burrice", "orgulho", entre outras coisas que não são fáceis de assumir nos outros e principalmente em nós mesmos. Leva tempo para que a gente SE reconstrua por dentro.
Bem que podia ser da noite pro dia. De repente, você acorda, e aquela bagunça toda está arrumada e parece que nada aconteceu. MAS não é assim. Pelo menos quando a gente decide crescer não é assim.
Tem gente que age assim. Finge que nada aconteceu. Mas só finge, já na realidade continua vivendo com tudo fora do lugar. Não, não tenho mania de organização. Aliás, estou longe de ter. Mas se tratando de intimidade, de coração, de sentimentos...Gosto de conhecê-los. Gosto de saber quem mora aqui dentro e quem não deve morar.

Acredite você ou não, antes de acontecer o maior tombo da minha vida, eu tive um sonho me avisando do que estava por vir. Fiquei em alerta. Quando a verdade apareceu (junto com a decepção em progressão geométrica) eu estava anestesiada. Apenas confirmou meu sonho.
Como não sou do tipo que expõe pessoas, meia dúzia de pessoas ficaram sabendo e ponto. O resto continua achando que o cara (personagem da frustração) é um cara incrível.
Na verdade, eu ainda acho que ele seja um cara incrível mesmo que essa meia dúzia de pessoas queiram "matá-lo" (claro, não literalmente) ou o chamem de babaca.
Sim, ele agiu como um babaca. Mas ele não é. Ele continuou agindo feito um babaca (achando que o mundo gira em torno dele), mas ele não é.
 "Vai me dizer que você o ama ainda?", alguém me perguntou.
Respondo: "existe DES-AMAR alguém? Eu o amei pelo que ele é e não pelo que fazia por mim e pra mim (claro, o que ele fazia era lindo).''
"Se você o ama pelo que ele é, você ama um babaca!", questionou.
"Não, ele não é babaca. Sério! Conheço a essência dele. Ele pode estar contaminado pelo ego, pela vaidade e outras coisas, mas a essência dele é bela.[...] MAS, mesmo que fosse um babaca, o amor continuaria...Porém, isso não significa que eu não ame outra pessoa ou que esteja sofrendo por causa dele. Não. Isso apenas significa que aprendi a amar. E não tem nada a ver com falta de amor próprio, tem a ver com amar o outro na inutilidade dele, tem a ver com amar verdadeiramente, sem esperar qualquer coisa. Entende?!"_ concluí.

Por que contei essa história? Porque foi o que restou depois da tempestade, foi assim que aqui dentro ficou depois de eu arrumar tudo. Restou o aprendizado, o amor gratuito (que não tem necessariamente a paixão), o perdão e o desejo que o outro também cresça e entenda que CRESCIMENTO nos faz grandes por dentro e não por fora.

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