"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
terça-feira, 14 de maio de 2013
Dá pra ser grande a dois!
Ela estava sentada na primeira fileira do teatro vendo um espetáculo protagonizado por ele.
Ela, Ana. Ele, Edu. Eles não se conheciam, AINDA.
Ele sugou toda a atenção dela, e ele, mesmo estando em cena, olhou-a.
No final da peça a confraternização. Abraços, cumprimentos, olhares. Tudo sob uma euforia própria desse momento.
Apesar de ele ser o "centro das atenções" naquela noite, Edu foi até Ana. Trocaram meia dúzia de palavras.
Ela foi embora sem dar muito papo. Mal sabia o que a aguardava.
Em poucos dias tornaram-se necessários um ao outro. Paixão.
Viveram dias intensos, mas que aos poucos foram se tornando esporádicos. Um ano assim.
Um ano de paixão, entrega e....INSEGURANÇA de Edu.
Não deram nome ao romance. Não chamaram de namoro.
Nunca brigavam. Ana não era dada a discussões ilógicas! Preferia constar os erros e resolvê-los.
Edu não sabia lidar com isso. Achava Ana perfeita demais! Procurava motivos para ele sentir-se melhor.
Insegurança tola de homem.
-Vc devia ter mandado esse cara pro inferno! Xingado! Cara folgado! _dizia Edu, em voz alta, enciumado com um cara do trabalho que nem tinha feito nada além de elogios.
-Mas Edu, por que eu faria isso?! Não sou dessas que saem brigando com o mundo! Me aceite assim...
-Não é possível que você seja perfeita assim!
-PERFEITA? Ahhh, por favor, poupe-me. Me tire desse pedestal! Tenho um monte de defeitos. Você não precisa me enfiar defeitos pra sentir-se melhor.
-Parece que eu não te mereço!
-Meu Deus! Me trate normalmente!
[...]
E a discussão continuou por alguns minutos até que Ana desistiu quando ele começou a alterar a voz. Ela não sabia gritar com ninguém e não admitia isso.
Retirou-se (do quarto e da vida dele).
Um tempo depois Ana conheceu Ricardo. Aliás, o re-conheceu. É, porque eles já se conheciam mais ou menos.
Ricardo parecia um cara seguro, diferente de todos os outros. Tratava Ana com naturalidade, fazia-a rir.
Suas conversas duravam horas e os momentos juntos eram incansáveis.
Ana era livre com ele, era ela mesma em tudo, não usava tantos filtros, não sentia-se vigiada.
Ric era lindo, inteligente, bem humorado...motivos de sobra pra sentir-se confortável com qualquer mulher, inclusive com ela.
Ana....Ahh, Ana não era assim de outro mundo! Era bonita sim e muito social (motivos suficientes para despertar insegurança nos caras JÁ inseguros.) Mas ao mesmo tempo que era social, era a pessoa mais correta que conseguia ser, jamais trairia a confiança de alguém. Pelo menos, ela tentava ser melhor a cada dia.
"Melhorar sempre" era seu lema. Não melhor que os outros, mas melhor do que ela mesma.
Ric ia bem, muito bem até que sentiu-se "menor" (claro, inconsciente). O relacionamento parecia ter sido escrito pra eles, o amor tinha sido criado neles.
Mas Ric, que estava acostumado a ser O MELHOR, não soube o que fazer quando viu alguém como ele.
Na visão dele, ela parecia muita coisa, parecia SE DAR MAIS que ele, parecia grande...
Maldita hora em que ele perdeu-se de vista!
E do nada, ele decidiu parar. Como se estivesse num filme, pegou o controle remoto e deu pause.
-Você é tudo que eu quero em alguém mas...
-Mas o quê?
-Mas você tem quem quiser! Por que eu?
-Por que não você, caramba?
O silêncio reinava. Nem ele sabia explicar sua insegurança, pois nem sabia que era inseguro.
Ele não sabia que podia ser grande mesmo tendo alguém grande ao lado.
Para ser o melhor não precisa ter alguém mediano. Mas explicar isso pra ele era complicado, pois ele não enxergaria. Não no ápice de sua crise interna!
Era preciso tempo. E pra dar tempo era preciso maturidade e paciência.
Ana até tinha paciência (muita paciência). Maturidade ela estava adquirindo. Mas o tempo parecia não ajudar.
Ric abandonou-a sem maiores explicações.
Ana lamentou. Mas sabia que precisava de um Homem ao lado e não um menino inseguro. Estava até disposta a ensiná-lo, a tranquilizá-lo. Assim como estava disposta a aprender com ele as milhares de coisas em que ele era ótimo. Mas não dava pra ser sozinha. É sempre necessário O OUTRO, o olhar do outro, a mão do outro, a exortação ou apoio do outro.
Relacionamentos são como dança de salão, não se dança sozinho. Dança-se com o outro e para o outro.
E Ana refletia:
-Homem, entenda, se a mulher está com você, é porque QUER e isso basta.
Você pode não ser o cara mais lindo ou rico do mundo...Ela está com você. Não questione isso.
Não coloque-a em pedestal. Pode sim, achá-la perfeita, mas perfeita pra você porque ela te escolheu.
Ame-a. É só isso que ela quer.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário