segunda-feira, 5 de março de 2018

A Fronteira.

Quanto mais nos aproximamos do limite, parece que mais os ventos ficam fortes.
É como se todo limite (de qualquer coisa) fosse demarcado pela Linha do Equador. Acontece uma mudança de Trópico. 
E quando estamos com ventos do Sul rumo aos ventos do Norte, acontece uma tempestade. Duas forças opostas (de rumos diferentes) se encontrando.
A proximidade com a fusão muitas vezes nos desestabiliza.
Parece que há uma pressão querendo nos expulsar de onde estamos e ao mesmo tempo há uma pressão contrária do outro lado da "fronteira".
E aí, num dia como outro qualquer, a gente sente essa pressão, essa tempestade por dentro e parece que vamos desmoronar.
Duas realidades distintas se encontram, e por um momento, a gente não sabe onde está.
Não, não estou falando de "geografia", estou falando do que acontece dentro de mim.

E diante dessa "ausência" de um lugar, sem conseguir me situar, eu desmorono na presença do Rei (Deus). Desmorono mesmo! Choro até me esgotar.
E o mais estranho é que, por ser apenas um vento, não dá pra enxergar, não dá pra contar pra ninguém. Eles não veriam, não entenderiam. E isso potencializa a tempestade aqui dentro, porque fico sozinha. 
Mas eu sei que quando me prostro, minhas raízes são aprofundadas ainda mais.
Não tem jeito, quanto mais alto Deus quer nos levar, mais profundas raízes temos que ter. Porque no ALTO venta muito e se a raiz for frágil não suportamos a força da tempestade.
Nossa força interna precisa, no mínimo, se equiparar com a força externa (que sempre aparece em algum momento).

E é sempre assim que acontece comigo. Me prostro, me esvazio, me derramo e DEUS me enche.
E até que esse período de transição passe, todo dia me preparo para a tempestade.
Até que eu ultrapasse essa fronteira, do passado com o futuro, do velho e do novo, de um país para o outro; eu sei que terei que "sair de casa" com uma roupa de calor mas levando um guarda-chuvas, pois as "mudanças climáticas" aqui dentro ainda acontecem DE REPENTE.

E quando eu passar para o outro lado, tudo volta ao "normal'.
Ainda bem que meu porto-seguro é em Deus, e mesmo na tempestade, consigo dançar (o que não significa que não haja tempestade).


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