sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Entrelinhas.



-Eu sei que você quer escrever. A gente se reencontrou na alma depois de um ano e você não narrou de forma fictícia. Nem UM comentário em lugar nenhum. Eu te conheço, em algum lugar você expressou.
-E quem foi que disse que escrevo VOCÊ? Não escrevo você! Escrevo EU.
-Eu sei, menina, não precisa se defender. Escreve tão bem "VOCÊ" que entre as frases eu me vejo. Não adianta, Flor, não cabe mais eu OU você. Desde que a gente se esbarrou não existe mais singular. Você pode até sair sozinha, viajar...sei lá...eu sei que você me carrega assim como eu te carrego. Mesmo de longe.
-É...eu dei tantas voltas pra assumir isso...É pra não te expor tanto, baby. Aí, você fica nas entrelinhas.
-Não faz mal. O que você escreve é arte e só de as entrelinhas estarem presentes me basta.
-Eu sei que toda mulher ficaria feliz de somente ouvir isso, mas...por que você resolveu falar a verdade depois de tanto tempo? E por que você ainda está tão longe?
-Você mesma me disse que eu sou a pessoa mais racional que você conhece. E justamente essa racionalidade toda me fez ver que eu estava sendo covarde, escondendo meus sentimentos (eu chamo de "controle QUASE total sobre os sentidos)...
-E agora, que você SE percebeu? Vai continuar tentando controlar seus "sentidos" ou vai se render ?

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