domingo, 16 de setembro de 2018

Voltar atrás não é feio. Feio é se enganar.

Atenção: excesso da palavra "amor" no texto.

Tem história de amor que antes de virar amor tem que ter muita história. Porque o amor assusta e a história cria um caminho de segurança.
No caminho dos lógicos, o amor precisa ser justificado e, mesmo que a admiração e o sentimento existam desde o início, há entulhos demais por cima que impedem essa manifestação. Então é preciso desentulhar, desarmar para amar.

Tem gente que é aberto pra se relacionar desde que não toque sua alma.
Tem gente que diz amar, mesmo que o amor seja calculado.
[Sinceramente, nunca vi amor amorrrrr calculado]
Interessante como é fácil dizer que ama quando não se ama. Parece que o amor fingido não nos rouba o fôlego nem as palavras. 
Por favor, não estou dizendo que fingimos de propósito. Fingimos porque queremos amar, porque é lindo amar, é uma necessidade humana, mas ao mesmo tempo, amar nos descontrola. Então, declaramos amor por quem não nos rouba o chão, por quem não nos tem na mão.
Eu sempre senti muito peso na palavra AMOR. Dizer "eu te amo" para um homem - assim como ouvir- sempre foi algo muito forte pra mim.
Amor é coisa séria, mas ao mesmo tempo tem que ser leve!
Mas como algo é leve se temos tanto medo da entrega? Se retemos-o, pesa.

Tiram a poesia do Amor, querem dissertações. 
Maquiam a paixão, acrescentam o tesão e nomeiam-o com o mais alto grau de sentimento.
Procuram uma inspiração, mesmo que irreal, inventada!
Porém, diante de uma possibilidade real de amar, temem e se boicotam.
Auto-conspiração constante. Afinal, estar no controle excessivo da vida, nos faz perder a liberdade de viver. 
Domínio próprio é bom, é fruto do Espírito. Controle é obra do medo. A diferença está na origem, na intenção. E a consequência pode ser liberdade ou escravidão.
Ahhh, essa auto-conspiração... Tão presente em nós, mas é de forma inconsciente. Não percebemos o óbvio! O mundo inteiro percebe, pergunta, capta e a gente nega, duvida, foge.
Mas e se o boicote dá certo? Se a gente aceita o "mais ou menos", o "morno" mesmo sabendo que nosso coração chama outro nome?
O que fazer? Honra a pessoa que faz parte do auto-boicote ou honra o amor?
Cuida do outro ou cuida de si?
"Não posso fazer isso com ela(ele), abandoná-la(o)" mas posso ME abandonar?
Sim, isso é abandonar-se.
Mas aí a gente tenta se convencer e "SE" diz: "Ah, mas está bom".

Não seria mais honroso com o outro ser verdadeiro mesmo que doa?
Mas e nosso orgulho, o que fazemos com ele? Assumir que erramos, que nos equivocamos?
E agora?
Perguntas tão simples de se responder quando se é HONESTO consigo. 
Essas perguntas não deveriam nos perturbar. O que deveria nos perturbar é o orgulho, a covardia.
Voltar atrás não é feio. Feio é se enganar.



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