sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Uma conversa em parábolas pode ser bem franca! Só precisa abrir a imaginação.

-Parece que você tem medo de mim._ele disse.
-Engraçado, pois tenho a mesma impressão sobre você...
-Serei mais direto...Você tem medo de mim?
-Na verdade, tenho medo do que você me causa.
-E o que te causo?
-Você mexe comigo, me desestrutura...Não sei...Parece que vou perder o controle. E na verdade, isso é bom, eu gosto e quero isso... Isso de ter que segurar o coração pra ele não saltar pela boca. Mas me assusta.
-Assusta? Por quê?
-Porque não sei o que me aguarda do outro lado, não sei de você. Não sei se vou desaguar no mar e ficar grande ou se o rio vai minguar até secar.
-Você fala por parábolas...
-Mas você entende. Eu sei que entende. 
-E...e esse receio de perder o controle?
-Sabe aquelas 'barreiras de água'? Sou eu tentando me controlar. Se eu abrir um pouquinho a força da água abre tudo e inunda, me inunda. [...] Seus poucos momentos de doçura escapulida ficam se repetindo em minha cabeça e, quando percebo, há um sorriso no meu rosto. E depois me lembro de seu abraço quando estávamos deitados, meu coração dispara... Fica difícil disfarçar.
-Mas por que disfarçar? Há algo errado nesse sentimento todo?
-Não, errado não! É o sentimento mais certo que existe (quando se é saudável). Mas jogar a bola pra alguém e a pessoa não pegar, causa um constrangimento.
-E quem disse que não vou pegar?
-Vai?


Nenhum comentário:

Postar um comentário