"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
Tem bagunça que ajeita a vida da gente.
Parecia tudo calmo. Sua vida estava exatamente como planejou.
Tudo friamente calculado e - por que não? - sonhado. Finanças bem alicerçadas, emoções sob controle, demonstração de amor na dosagem "apropriada"- nem demais nem "de menos".
Mas o mais estranho é que ele era uma pessoa sensível, de coração bom, olhar doce. Essa "frieza" toda não combinava com ele. Dividia tudo: tarefas domésticas, dinheiro - "meu dinheiro, seu dinheiro"-, espaço.
Talvez você chame de organização ou maturidade. Sim, ele tem essas duas virtudes, mas em algum momento confundiu maturidade com frieza. É, a gente costuma cometer esse erro.
Eu mesma, quando preciso falar determinados assuntos, por eu ser sensível demais já fui pro extremo e vesti uma 'armadura de frieza' pra conseguir falar. Mas como eu não suporto peso de nada, muito menos de armadura ou máscaras, logo tirava.
Entenda. Organização faz bem, mas todo excesso peca.
"Mas pra ele não era excesso, isso é uma questão de ponto de vista", você pode dizer. Entendo, eu também defendo a ideia de que pessoas têm posicionamentos diferentes. Mas pense comigo, se tudo é separado onde entra a mistura? Na cama apenas?! Mesmo que haja conversas e mais conversas, cumplicidade e tal, é preciso coração, emoção sem reservas!
Onde a lei reina, falta amor. Onde há regras demais, falta o CUIDAR, afinal, as regras já fazem isso.
Ele estava lá sentado em sua varanda olhando o mar. Satisfeito. E num piscar de olhos veio um vento e bagunçou tudo. Os quadros pendurados na parede caíram, os vasos com flores caíram no chão e quebraram. De repente, tudo que enfeitava, agora aos cacos, "enfeiava". E a casa toda decorada agora estava vazia, tão vazia que as perguntas dele ecoavam.
"O vento sopra onde quer" e quando ele sopra o que não tem fundamento desmorona ou é levado. Nossas máscaras caem. Máscaras que, muitas vezes, nem sabíamos que usávamos.
No desespero, nossas fraquezas são expostas. Mas é preciso para que uma construção eterna se estabeleça.
As coisas não têm que estar sob o nosso controle. Entenda. Elas precisam estar sob o controle do Pai (Deus) em todas as áreas de nossa vida. Nosso controle é limitado, e mais, nosso controle limita o agir Dele.
Às vezes a gente está lá com tudo organizadinho, tudo sob nosso absoluto controle até que vem um vento forte e bagunça tudo.
Por isso, se você está no meio de uma ventania forte, use isso em seu favor. Dobre-se. Deixe o Vento (do Espírito Santo) livre. Ele é soberano e bom.
Às vezes o vento não é causado por Ele mas é permitido por ELE.
No final das contas, você pode até perder um pouco da SUA organização, mas vai ganhar VIDA e liberdade. Não volte a estaca zero. Não construa-se sob leis e regras excessivas.
Onde o amor (saudável) impera, as leis são desnecessárias.
Não estou aqui falando mal de sermos organizados ou gerenciarmos nossas vidas, mas nossa gerência não pode atropelar o amor, carinho, cuidado com o outro. Nosso controle não pode querer domar o amor.
Acredite, tem gente que bagunça os planos mas que ajeita a vida da gente.
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