"Dupla delícia. O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado." Mário Quintana
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Continue!
Seu coração está sangrando, você está vivendo um drama que parece cortar sua alma em pedaços e o telefone toca. Você engole o choro, atende ao telefone e tenta transmitir normalidade.
Chega um e-mail do trabalho e você responde prontamente e bem-humorada, afinal, ninguém tem a ver com seus problemas.
Uma amiga te liga poque está triste e sem hesitar você se dispõe a ouvi-la e, se possível, solucionar o problema. (Isso se você não for daquelas pessoas que se alguém está triste e quer desabafar, você entra numa "competição" pra ver quem está pior... Esses são terríveis!).
A vida é assim. Você cai e se machuca mas a vida não para, o tempo não tem a gentileza de esperar até que você possa respirar tranquilamente para continuar.
Você tem que continuar!
E isso não significa que a dor vai passar só porque você continuou andando. Não. Infelizmente, não.
Às vezes vai doer por horas, dias, meses... E você precisa continuar caminhando.
Mas entenda, continuar não quer dizer ignorar a dor. Quando falo "continuar" é pra enfrentar a dor, pra tratá-la, chorá-la e tudo o mais, mas temos que fazer tudo isso em movimento. Não dá é pra parar.
Nada de autopiedade, por favor. Isso não ajuda em nada.
Se te feriram no mesmo lugar, exatamente naquele lugar que ainda estava cicatrizando é sinal de que você tem deixado seu coração exposto nessa questão. Eu sei, você achava que nessa questão não doeria mais. Enganou-se. Parece que quando é ferida no mesmo lugar por pessoas diferentes a dor é multiplicada. E a gente se sente duplamente estúpida.
"Ah, pensei que eu tivesse aprendido a lição e ninguém nunca mais me faria de besta!", eu ME disse pela quarta vez! Pois é, novamente acreditei. Sempre me prometo que não serei "trouxa" mas nunca cumpro. É que no fundo, no fundo, prefiro ser trouxa do que ser o idiota que faz o outro de trouxa.
E não me culpo. Sim, a escolha de acreditar é minha.
Mas deixar de acreditar criaria um mundo cinza demais. E eu nasci com todas as cores do mundo! Impedir essas cores me mataria. Quando o outro mente dói, mas quando a gente se impede de amar, a gente morre.
Porque eu sou assim mesmo. Se o mundo estiver cinza, coloco cor!
Eu sei que isso pode ser arriscado, mas só vive quem se arrisca, quem se risca!
Quem não tenta fica no rascunho - preto e branco - que é até bonito mas não tem vida.
Aí você, cética, me pergunta: "então quer dizer que você vai continuar acreditando na vida?"
Respondo: "se estou aqui agora é porque a vida acredita em mim. E sei que fazemos uma boa parceria. Claro, vou procurar aprender a me cuidar mais, a saber em quem acredito ou não...Mas se tratando de pessoas, de seres humanos - e por ser um - sei que posso me surpreender."
Continue! As cores sempre vencem, afinal, basta colocar UMA cor que seja que já muda o quadro.
E lembre-se, nesse caso, a dor ainda é melhor que a morte.
Se está doendo é porque você ainda está vivo e não foi picado pelo monstro da indiferença.
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