quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Me enfeito.


Disseram que hoje é o dia da saudade.
Quem me dera... Quem me dera se minha saudade tivesse dia.
Só hoje e ponto.
Ahhh seria tão mais fácil. Tão mais programado.
Hoje pode. Amanhã não.
Hoje assumo. Amanhã minto?! Oh não.
Não combina comigo. Sou tão de verdade que escancaro a saudade.
E quando aperta demais?! Me escorro.
Tipo fruta que tem o que oferecer. Fruta que não é seca.
A gente aperta e o caldo escorre.
Com a diferença que depois que o caldo da fruta escorre, ela seca; e com a saudade não é assim
Quando a saudade me aperta, me escorro até virar poça d'água no chão. Depois, ainda com a cabeça doendo, me levanto. Passado alguns minutos, mesmo sem eu querer, a saudade volta a me abraçar, mas agora de leve.
Dia a dia ela aperta os braços. E como os braços são feitos laço de amor... não se desfaz.
E boa parte dos dias vivo assim, enfeitada pelo laço da saudade, pelos braços do amor...que, de repente, vira dor.
E começa tudo de novo.
Me escorro. Me seco. Me enfeito.
Aprendi a viver enlaçada.


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