sábado, 24 de junho de 2017

Há perdas que viram sementes de vitória.

Sabe, podemos nos tornar muito mais nobres depois de algumas "derrotas, perdas". 
[Está entre aspas porque toda perda traz consigo um ensinamento, logo deixa de ser perda]. 

Quando vejo minhas cicatrizes de "guerra", e percebo que ainda assim estou viva, isso me traz uma sensação de vitória, mesmo que aparentemente eu tenha perdido. Entende? A batalha não me venceu! Permaneço viva, prossegui! Isso não é maravilhoso? Meu coração não esfriou. Não me tornei uma pessoa mais dura, embora mais resistente. Essa é a grande vitória! 
Imagine só que derrota seria vencer uma batalha e ter um coração indiferente, arrogante, autossuficiente? 
Há vitórias que nos esfriam e derrotas que nos ressuscitam. 
Use a circunstância que for em seu favor. 
Desafie-se a amar mais, crer mais...se aproximar mais de Deus (Jesus). 

Abraão "creu contra a esperança". Escolheu crer mais, desapegar-se de fatores externos (e até internos: sua própria alma, emoções) e se tornou o "pai da Fé"

E mais uma vez entro no que venho falando: observe, entenda os processos, discirna os tempos...GOVERNE. 

Beijos 
Com Amor...

Pare e olhe sem pressa.

Olhe. Pare e olhe de novo. 
Demore-se no olhar. Isso é contemplação. 
Observe os processos por detrás de cada coisa. 
Faça isso diante da natureza, há muito o que aprender com ela. 

É isso que costumo fazer com pessoas também: olhar além. 
Quando alguém age de uma forma que eu não esperava, procuro não condena-la dentro de mim. 
Tento enxergar qual foi o caminho que ela percorreu pra chegar a agir daquela forma. 
Não estou falando pra justificar erros, apenas pra olhar com mais leveza e profundidade. 

Quando alguém age com "certa frieza", às vezes percebo quanto receio ele(a) tem de ser visto, enxergado, desvendado...Quanto receio tem de ser amado (ainda que esse seja seu maior desejo)! 
Às vezes percebo que todo aquele distanciamento que é visto como grosseria por mim, é uma forma "sensata" pra ele, naquele momento. Sim, NAQUELE MOMENTO, pois as coisas mudam (graças a Deus!). 
E é bom acompanharmos as mudanças dentro de nós. 
Por um período o mais sensato a se fazer é manter-se distante (pois o processo de cura interna está no início). Mas depois, pra a nova fase que estamos passando, outro tipo de postura é necessária. 

"Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino." 

Aceite sua transformação e a transformação do outro (se for pra melhor, claro). 
Estimule-se sempre a ir contra o tempo. Pare e observe o outro. 
Mas observe com a lente do amor. 
Não se apresse em "matar" pessoas dentro de si. Seu coração não é cemitério pra guardar gente morta. 
Não nos apressemos em condena-las dentro de nós. Nosso coração precisa estar livre de condenações para ser leve, ser livre! 

Beijos 
Com Amor...

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Sonhos que unem.

Era um dia normal, Guto deitou-se para dormir no mesmo horário de sempre.
Adormeceu e sonhou com ela. Justo com ela, que o intrigava tanto, que despertava um mix de coisas boas e ao mesmo tempo, essas coisas boas lembravam alguém do passado, e essas coisas do passado despertavam algo ruim nele. Parece confuso? Bom, isso é o que chamamos de "trauma". 
Mas, apesar de toda inteligência e capacidade dele, isso habitava em seu inconsciente. Mas Deus trouxe à tona no sonho, explicou o caminho. Detalhou o passado que o atormentava e o futuro planejado por Ele.
No sonho, eles estavam em casa ( na casa deles), ela estava radiante, pele bronzeada, cabelos mais claros, vestido branco. Ele entrou no quarto e eles beijaram-se, tocaram-se, usufruíram de toda a intimidade que um casamento proporciona. 
Depois, quando eles saíam do quarto, ele já a via de outro jeito, um jeito que remetia a seu passado.

Guto acordou e ficou pensando no sonho. Ela não era nada dele, nem namorada! Que sonho "do nada" foi esse?
Mas no seu espírito ele sabia que Deus havia lhe falado algo. Ele entendeu o porquê a via diferente depois de sair do quarto; ele entendeu que ele fazia uma associação... "Freud explica". Ele entendeu que era um lugar de alma dele. Mas e a parte do quarto?

Na "dúvida" ligou pra Clara e contou do sonho. Ela ficou sem reação. Estática. 
Sim, ela ficou feliz, pois há um ano ela já sabia de tudo isso. Mas ele demorou tanto que ela teve medo de demonstrar felicidade e ele desaparecer...
- E aí, o que você entende desse sonho?
- Como assim? É um sonho tão óbvio? Você não entendeu? Bom, se não entendeu, não sou eu quem vai lhe falar.

Ele que sempre foi mais frio, estranhou a frieza dela (que nunca tinha sido fria).
E ficaram assim, cada um pro seu lado. 


Meses depois, pra ser mais precisa 3 dias atrás, foi a vez de Clara sonhar novamente com ele. Sim, novamente, pois ela já tinha sonhado outras vezes.
No sonho dela, ela estava dentro de um ônibus e não sabia onde descer, mas o motorista que era super amável e a conhecia muito bem, sempre a avisava. Ele fez isso duas vezes, até que na terceira vez, o ônibus para e Guto entra. Ele estava normal, bem, parecia feliz. Ela o cumprimentou de longe, ele veio abraça-la e no abraço ele finalmente ficou vulnerável, desarmado. Chorou. Ela não disse nada, apenas o deitou em seu colo e ficou cantando enquanto passava a mão nos cabelos dele.
De repente, ele "surtou", levantou rapidamente, falando "não, isso é coisa de sua religião".
Ela ficou sem entender, apenas orava. E acordou assim, assustada, orando por ele.

Dessa vez Clara não contou o sonho à ele. Mas entendeu.
Era uma nova roupagem do sonho dele. Existia um lugar "no espírito" onde ele a aceitava, mas sua alma ainda machucada, se assustava e a rejeitava.
Eram duas reações distintas que ele tinha, duas visões diferentes da mesma pessoa. Mas não era Clara que mudava, era o lugar de onde ele via. Se ele saísse da Fé, suas emoções o traíam e ele não usufruía do que era dele.

Clara refletia se deveria contar o sonho à Guto ou não . Ela temia que ele não entendesse.
Dizia pra si: "bom,  Deus já nos uniu, nos deu sonhos óbvios... Ele é um cara inteligente e que busca direção de Deus. Não posso fazer mais nada,..."

E orou : Pai, não aguento mais. Mas que seja feita a Tua Vontade.


quarta-feira, 21 de junho de 2017

Conecte-se.

De vez em quando converso com algumas pessoas, e elas dizem sentir-se "perdidas", "sem rumo", não sabem o que fazer da vida; a vida parece "inútil", um mero entretenimento. 
Acredite, ninguém está nesse mundo à toa. Você não está, nem eu. 
Então pra quê estamos aqui? 

"O Espírito do Senhor está sobre mim porque o Senhor ungiu-me para levar boas notícias aos pobres. Enviou-me para cuidar dos que estão com o coração quebrantado, anunciar liberdade aos cativos e libertação das trevas aos prisioneiros, para proclamar o ano da bondade do Senhor [...]; para consolar todos os que andam tristes,..."_Isaías 61:1,2 

Sim, esse versículo diz respeito a você e a mim também! 
Se cremos que o Espírito de Deus está em nós, tudo muda. 
Ele transforma-nos e então transformamos outros. Ele nos cura e, então, levamos cura aos outros. Ele nos liberta e então levamos libertação aos outros. Perceba no versículo que ELE nos ungiu PARA. Nos ungiu PARA o outro. E depois, no Novo Testamento, Jesus nos deixa apenas DOIS mandamentos: AMAR A DEUS sobre todas as coisas e ao próximo. 
Percebe? Estão ligados, os mandamentos e nossa "função". 
Quando nos ligamos ao Pai, nos ligamos aos filhos. 

Aí alguém diz: "ah, mas eu sou quem está precisando de boas novas". 
Ok. Sem problemas. Eu tenho uma pra você. Jesus disse : "vinde a Mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e EU vos aliviarei"
Vá para Ele, inicie um relacionamento livre com Ele. Sem formalidades, sem medos, ... Exponha-se para ELE. 
Nascemos para estarmos conectados com ELE. É como um celular que se não conectar-se com a fonte de energia...simplesmente não funciona, vira mera decoração. 
Agora, se você já o conhece, inicie o processo: dê boas novas aos outros, cuide dos que estão com o coração quebrantado, anuncie libertação,... Saia um pouco de si. Não fique ensimesmado, girando em torno de si. Você vai ver, quando colocamos essas coisas em prática (o amor ao próximo e a Deus), nossa vida passa a ter sentido, a alegria nos enche, nos fortalece... 
E você não precisa de cargos, títulos religiosos ou qualquer coisa não! Só precisa se encher Dele e então de você jorrará água viva! 
Exerça isso em qualquer lugar! Sem microfones, sem câmeras, sem "glórias". 

Você pode SER um "iPhone de última geração", se não estiver conectado (se não tiver bateria), é vazio, é só um status. 

Beijos 
Com Amor..

terça-feira, 20 de junho de 2017

Quando você descobre seu propósito, você entende seu caminho.

Desde pequena me identificava com Davi (aquele da Bíblia). E aos poucos fui entendendo o porquê.
Eu sempre fui "queridinha" pelos líderes, professores, pastores, diretores (trabalho), ... E, sabe por quê? Nunca "puxei saco". Simplesmente amava-os, respeitava-os, como fazia com todos os outros. Assim fui ensinada por Deus e meus pais.
Deus sempre me fez ser "achada com graça diante dos olhos deles", mesmo eu não fazendo nada pra isso. Nunca quis ser o centro das atenções (daquelas que faz macaquices..rs), mas acabava sendo, justamente por isso. Mas eu ignorava essa questão. O tal do ego inflado não me atiçava.

Na escola, eu era aquela menina que as pessoas gostavam, que tinha acesso à todas as tribos, mas andava com aqueles "desacreditados", aqueles que as pessoas não davam bola, achavam "problemáticos". Eu sempre encontrava doçura por detrás daquelas cascas.
Mas eu sei, era Deus me formando.
Na igreja, a mesma coisa. Me lembro quando uma amiga de infância ficou grávida (inesperadamente) na adolescência, após cometer erros "condenáveis" pela maioria. Minha primeira reação foi ir até ela na igreja (nessa época estávamos em igrejas diferentes) e amá-la como ela era, não pelo que fazia ou deixava de fazer. Falei: "eu te amo do mesmo jeito. Estou ao seu lado".
E eu sabia que essa minha atitude influenciaria os demais. Por quê? Porque, lembra, Deus me deu graça diante dos líderes.
E assim eu agi minha vida toda, na "Caverna de Adulão" (referência a vida de Davi, Bíblia). Eu nunca estava naqueles lugares onde a maioria estava. 
Enquanto ninguém via, eu estava ali, cuidando e amando pessoas. Sem alardes, sem palcos.
Meu pai diz que meu gosto por pessoas é "exótico", rsrsrs, eu gosto dos "maluquinhos". Mas na verdade, gosto dos DE VERDADE. Enfim, isso é um outro assunto.
Então, chega uma hora que a gente sai da Caverna e tudo aquilo que foi construído em anos se torna público, visível. E as pessoas comentam :"nossa, como você mudou".
Mas não, você não mudou. Tiveram as mudanças naturais, claro, mas não como as pessoas imaginam. 
O que aconteceu é que aquele prédio todo que eu estava construindo saiu do alicerce, passou do térreo e começou a ganhar andares, porque eu não parei de construir independente da circunstância.
Enquanto eu matava leões e ursos, ninguém via. Enquanto eu adorava sozinha ao Pai (Deus) ninguém via, e nem precisa ver. Mas chega uma hora que Deus move e te leva para novos lugares, lugares mais altos. Porque "ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa._ Mateus 5:15 
E muita gente estranha, pois não sabia de nada do que acontecia, e você aparece sendo uma "cidade edificada".
E "não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte"_Mateus 5:14.

Deus faz isso para que: "Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês, que está nos céus"_Mateus 5:16. 
Tudo é sobre ELE, por ELE e para Ele.

Enfim, por que estou contando tudo isso? 
Conto pra te dizer que Deus nos mostra pessoas na Bíblia (ou alguém que lhe cause identificação), às vezes, pra nos revelar nosso caminho. Esteja atento pelo que seu coração pulsa.
Quando você descobre seu propósito, você entende seu caminho, e os questionamentos diminuem.


Sempre tem a primeira vez.



Acredite, pela PRIMEIRA VEZ na vida, estou com sentimento de "apatia" por alguém.
(Eu sei, apatia é ausência de sentimento.)
É estranho pra mim.
Mas pela PRIMEIRA VEZ, pra mim, TANTO FAZ.
Porque eu realmente me importo com as pessoas. Mas, pela primeira vez, alguém agiu de forma tão fria, formal, -parecendo sofrer de amnésia- que me "apatiu, ou seria a-partiu"
Partiu...de meu mundo. Meu mundo interno.
E eu que sempre me interessava, me desinteressei.
Não estou falando de amor. Estou falando de "gente mesmo", relacionamento normal, interpessoal.

Eu ouvia as pessoas dizendo sobre isso, agindo "nem aí" umas com as outras e achava tão surreal.
Na verdade, continuo achando isso "esquisitão". Não estou agindo assim, mas estou sentindo.
Minha ação consigo segurar. Não vou me dobrar, me "monstrificar". Sim, acho essa frieza emocional um monstro.
"Aii que drama!"
Sim, é drama, é a escrita, a arte da escrita: dramatizar emoções ou situações.

MASSSSSSS, meu povo, como sou otimista e sempre procuro ver o lado bom...
Foi minha PRIMEIRA VEZ sobre tudo isso! E a primeira vez é sempre especial, marcante.
Cabe a nós fazermos dela um aprendizado.
O que eu aprendi?
Aprendi que chega uma hora que o coração se cansa, por mais amor que a gente tenha aqui dentro por GENTE.
Aprendi que há pessoas que realmente não se importam se você sente apatia por elas, mesmo que tenha vivido coisas legais. Por quê? Porque elas são apáticas, oras!
Aprendi que, de repente, esse negócio de apatia é contagiante, e a tal pessoa que "não se importa" te ensinou a não se importar.
Aprendi que há coisas que a gente aprende mesmo sem querer. Afinal, se tem uma coisa que é contrária à minha natureza é ser assim "nem aí" com as pessoas.

Mas eu sei, me conheço. Essa apatia tem data de validade. Uma boa ação apaga cem más condutas.
O bem vale mais, tem peso maior, bem maior. E amanhã, provavelmente já estarei mais interessada, porém não disposta. A disposição, disponibilidade é semeada.



Tem coisa que é só entre Deus e você.

Há coisas (direções) que Deus fala com você que devem ficar apenas entre você e ELE. 
No máximo, compartilhe com pessoas que estão no mesmo percurso, ouvindo a mesma direção. Pois mesmo as pessoas que mais te amam (e você ama) poderão não entender "o caminhar do Pai (Deus)". 
Nosso grande desafio é não julga-las por não entenderem e/ou por até zombarem de sua fé. 
Elas não ouviram a voz de Deus, e é a voz Dele que gera fé em nós. 
"Ah mas elas deveriam confiar em mim?", alguém diz. Sim, deveriam, mas cada um tem sua limitação. Cabe a nós -que temos o entendimento, que tivemos a Palavra- não entrarmos nas "provocações" e guardarmos o propósito. 
Foi assim com Noé, que construiu a arca contra todas as circunstâncias. 
Foi assim com Maria, que teve que gerar o filho sozinha até que a promessa se manifestasse. 

"Não joguemos pérolas aos porcos". 

Obs: lembrando sempre que a voz de Deus se torna reconhecível aos que andam com ELE. "As ovelhas ouvem a voz do pastor e O seguem". E tudo que ELE diz é respaldado com Sua Palavra (Bíblia). 

 Beijos 
Com Amor...

domingo, 18 de junho de 2017

Cuide de sua "composição".

Somos feitos daquilo que guardamos dentro de nós. 
O que temos guardado? Dores, lutos eternos, traições, amarguras,...? 
Lutas todos temos. 
Mas você tem vergonha das cicatrizes?! Cicatriz é sinal de que você lutou e venceu. Afinal, está aí vivo pra contar a história independente do desfecho. Então, venceu!

O problema é a ferida aberta, cultivada, relembrada, alimentada... 
Seu coração é terra fértil, o que semear dentro de si, irá crescer. 
Faça de si um jardim de descanso, de beleza, delicadeza e força, cores e luz. 
Não seja terra de cemitério onde só existem túmulos... 
Abra espaço para que o Deus Vivo (Cristo) viva em você e te restaure. 
Não faça das dores "bichos de estimação"
Deus transforma tudo! O vale de ossos secos volta a ter vida! Creia! Mude o que você fala... 
Aja em fé! 

Beijos
Com Amor...

sábado, 17 de junho de 2017

Singularidades.

- Você é muito boazinha! Não podia ter agido assim! A pessoa te trata friamente, com grosseria e não sofre as consequências? Ela jamais vai saber que está errada!
- Aiii, eu sei...Ou melhor, não sei. Eu penso que alguém pra agir assim é muito ferido, traumatizado, ...A única coisa que, pra mim, justifica a falta de 'humanidade", de amor, de graça. Só uma dor muito latente para 'desumanizar' alguém a esse ponto!
- Ah, tá! Mas então a dor dele justifica te causar dor?
- Não! Jamais! Não justifica, mas explica. A grande questão é: como ele será curado se todos nós apenas reagirmos a esses "ataques" ou reações estúpidas? Penso que alguém que é frio precisa ser aquecido. Alguém que é grosseiro- embora use palavras de educação como "por favor, obrigado"- precisa de alguém que lhe ensine a doçura.
- Hum... não sei se concordo. Às vezes, fosse preciso alguém mais doido, que reagisse à altura da frieza dele, alguém que gritasse, o sacudisse, que o fizesse se enxergar...
-É, talvez você tenha razão. Só que esse alguém não sou eu. Se eu agisse assim, estaria me ferindo, porque iria contra a MINHA natureza. E, não me atropelo nesse sentido...Pelo menos, não nesse.
- Mas você não acha que aceitar uma estupidez de alguém sem reagir como tal, sem se posicionar, não é "se atropelar"?
- Eu me posiciono, mas me posiciono apenas resistindo. O ataque nem sempre é a melhor defesa. Creio que a melhor defesa é desfazer o ataque do outro, anular as armas do outro... Mas isso é uma questão de "respeitar-se" dentro de sua própria singularidade. Entende?! Posso estar errada em agir assim com ele. Pode não surtir efeito diante da fortaleza que ele ergueu. Mas pelo menos, não crio uma fortaleza em mim também.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Das conversas profundas...



Ana sempre foi dada à profundidades. Nenhum comportamento lhe passava despercebido. Não porque ela quisesse julgar, pelo contrário, ela queria amar pessoas.
E como sua amiga Nina também gostava de aprofundar, a conversa entre elas ia além de atos, elas buscavam intenções, histórias,... 

-Você nunca foi assim! Sempre foi dona de seus atos. Está reagindo a ele. Está entrando na mesma onda errada de "formalidade e frieza". Estaria tudo bem se esse fosse seu jeito, mas você não é assim. Você não pode SE atropelar.
-Mas também não posso o atropelar.
-Ele já te atropela com toda a dureza de coração, não endureça o seu. Assim como você respeita o jeito dele, ele tem que respeitar o seu.
-Às vezes tento ver por um ângulo novo...
-Às vezes você ultrapassa na bondade do olhar pra justificar maus atos alheios.
-Não é isso. Ou é? [...] Sei lá, acho que ele sempre teve uma vida equilibrada, sempre buscou moderação. Mas a grande questão é que pra se ter uma vida equilibrada, às vezes precisamos perder o controle no amor. Não, não é uma defesa em prol de um amor doentio, desregrado. É apenas um alerta porque o amor verdadeiro nos desestabiliza mesmo, nos constrange. [...]Veja o exemplo do Amor de Deus por nós, que nos transforma. Quando é um amor que vem Dele, mexe com nossas estruturas mesmo, parece que é maior que a nossa lógica. Acredito que o grande problema ( se é que podemos chamar assim) é que confundimos sensatez com racionalidade excessiva. Confundimos domínio próprio ou “maturidade emocional” com frieza. E achamos que não demonstrar emoções tais como são (falo das boas emoções) é sinônimo de equilíbrio.  E não é! Negar emoções, fugir de sensações que mexem com a gente é uma covardia com a vida. Claro, estou falando dentro das devidas e corretas circunstâncias.

Enquanto Ana tentava o defender pra si, sua amiga refletia:
''É, era assim que ele agia : como se estivesse incomodado. Algo o incomodava. Parecia que ela o tirava do “eixo”. E então, ele agia friamente com ela. Logo com ela, que era transparente, espontânea, amável com todo mundo… Às vezes penso que ele também era um pouco assim. Só com ela que não conseguia ser. Ambos “SE incomodavam”. E todo aquele “desequilíbrio” disfarçado de domínio próprio deixou Ana de mãos atadas. Ela não conseguia ser com ele livre como sempre foi. Era um medo de sentir-se tola por querer ele tão bem misturado com uma vontade absurda de tê-lo perto. E, de repente, os dois agiam de forma estranha um com o outro. Nem parecia que há pouco tempo tinham se conhecido na intimidade, que passaram tantas horas conversando ao telefone, nem parecia..."

Nem Ana, nem Nina conseguiam concluir nada sobre o jovem tão maduro com tantos, tão conhecedor da alma alheia, porém tão assustado consigo.
E mesmo depois de tudo, Ana ainda dizia:
-Só o Amor cura... Contra o medo do amor o único antídoto é "amar apesar de"...
-Ana, eu admiro muito sua forma de ser, agir com a gente, seus amigos e todo mundo. Mas esse cara... Bom, só não permita que ele te fira.
-É, cada um dá o que tem...

Sobre a Paternidade de Deus...

"Assim não és mais escravo, porém filho: mas se filho, também herdeiro por Deus." _ Gálatas 4:7. 

A partir do momento em que cremos em Cristo, recebemos uma nova natureza. Não somos mais escravos do pecado, não precisamos mais agir como escravos. 
Como filhos tudo muda. Mas que não sejamos como o irmão do filho pródigo (Lucas 15) que - sendo filho- agia debaixo da lei, buscava merecimento, não usufruia da liberdade (liberdade inclusive do pecado) que o Pai lhe dava. 
O lugar de filho, essa consciência da paternidade de Deus, nos leva à um lugar de descanso na soberania e amor Dele. 
É um lugar onde Deus é tão grande dentro de nós, o DNA dele está em nós, então os vazios que antes existiam, não existem mais. 
Aquele lugar (dentro de nós) que antes era preenchido erroneamente, aquele lugar - que era usado pra dar lugar à sujeiras da alma, dores, medos, vícios, coisas contrárias à natureza de Deus - agora é totalmente preenchido pela consciência de uma nova natureza, a natureza do próprio Deus dentro de nós. 
É como um quebra-cabeça: existia uma peça faltando, e por muito tempo tentamos preenche-lo usando outras peças. Mas só há UMA PEÇA perfeita, de encaixe perfeito. 

Mas depois de tantos anos de escravidão, é necessário uma renovação da mente, uma transformação da mente. Porque como escravos, as prioridades são outras, os limites são outros, o foco é outro. 

E todo aquele comportamento equivocado de uma vida inteira ? Bom, precisará mudar. 
Ou se vive como filho, ou como escravo. Quando nos comportamos como escravos, saímos da posição de filhos, e vice-versa. 
O filho tem intimidade com o pai, conhece o pensamento do pai. 
O filho faz o que vê o pai fazendo (Jo 5:19). Então, temos que mudar nosso olhar, começar a olhar o que o Pai faz, ouvir o que Ele diz. 
Quer permanecer livre? Transforme sua mente diariamente. Alimente-se da Verdade, do que Deus diz. 
Olhe "firmemente para o Autor e Consumador da Fé." (Hb 12:2) e usufrua de uma vida de filho do Rei. 

Beijos 
Com Amor...

segunda-feira, 12 de junho de 2017

A constrangedora Graça que transforma.

Ah, a Graça de Deus...é constrangedora. 
O Amor de Deus é tão grande que nos constrange. 
 E aí a gente faz ou deixa de fazer algumas coisas não porque queremos alcançar esse amor, aceitação, liberdade ou qualquer outra coisa. Não é para nos tornarmos "merecedores". . .
Mudamos nossas atitudes, somos transformados porque o Amor Dele revela nossa verdadeira identidade, e nessa identidade não cabem mais alguns comportamentos. 
E assim somos transformados "de fé em fé". É uma transformação que vem simplesmente pela Fé da nova identidade recebida de graça. 
A Fé - o CRER em algo- caminha junto com uma ação correspondente. Lembra: "a fé sem obras é morta"

Ahhh, o caminhar com o Pai (Deus)... 
As lacunas que nos impeliam a determinados comportamentos são preenchidas, e literalmente, não há mais espaço para "meninices". 
 "Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino."_ 1 Coríntios 13:11 

Não há mais espaço para comportamentos gerados pela escravidão do pecado, pois o Amor quebrou as correntes da escravidão. 
"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor."_1 Coríntios 13:13 
E agora? Ora, agora nossa única "luta" é permanecermos na Graça para que não entremos de novo debaixo de jugo de escravidão. Pois está escrito: "Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão."_ Gálatas 5:1 

E como nos tornamos escravos novamente? Quando saímos da Graça, quando saímos da Cruz. Afinal, a Graça existe por causa do Amor de Cristo, e ela só existe porque antes existiu uma cruz. 
Então, como usufruir da graça? Entrando na Cruz. Crucificando nosso ego, justiça própria, lei, religiosidade, carne, pecado... 

Usufrua do Amor e da liberdade que o Pai nos deu. 
Beijos 
Com Amor... ♥

domingo, 11 de junho de 2017

Porque teatro na arte é libertação, já na vida real é prisão.

É estranho, é um sentimento de inadequação.
Tudo parecia um teatro. E para uma atriz (por vocação e profissão), o teatro deveria ser algo onde me sinto à vontade. 
Mas, nesse caso, me incomoda profundamente. Pois não se tratava da arte e sim da vida.
Não sei explicar como, mas o 'buraco negro' existente em alguns parece gritar em meus ouvidos.
Não é uma forma, uma equação que revela isso... é a essência de cada um (ou falta dela).
Sim, sou atriz. Mas minha atuação só acontece no palco, em cena.
Teatros na vida real me martirizam.
Porque teatro na arte é libertação, já na vida real é prisão.

Uma festa.
Muita gente bonita. Muita maquiagem no rosto e na alma.
No espírito? Ah, não há maquiagem que disfarce um espírito empobrecido.
O espaço era grande, mas parecia insuficiente para os egos inflados.
E pra todo mundo era normal, só eu parecia incomodada com aqueles balões inflados (me refiro aos EGOS) me roubando espaço e o ar. 
Me incomodava não por eu ser melhor. Jamais! Mas é que Deus abriu-me os olhos. O relacionamento com Cristo nos liberta (inclusive de nós mesmos) e a gente diz :"eu era cega e agora vejo".
E quando a gente vê...

No meio de tanta gente, eu me sentia isolada. Pois entre eles havia identificação e eu parecia falar grego. Outro idioma, outro mundo.
Literalmente, um peixe fora d'água. Sem ar. Num habitat totalmente sufocante. Era assim que eu me sentia.
Simplesmente por se tratar de uma festa? Não. Não era a festa, era o barulho das correntes que me incomodavam. O barulho das correntes prendendo aquelas pessoas a formas, vaidades, discursos vazios, risadas ensaiadas, "jogadas de cabelo", galanteios forçados, ...
É a mentira que me incomoda! Não a mentira contada apenas, a mentira vivida, disseminada cegamente por aí.
Não sei me adaptar a esses ambientes, não há em mim um ponto de intersecção, de comunhão com essa falta de verdade.
Me dá uma vontade de dar um grito pra ver se despertam, se libertam-se!
Porque essa prisão da "vida perfeita", das "frases prontas", da superficialidade nos rouba a plenitude da vida. E ver o próximo vivendo aquém do que pode me dilacera o coração.