quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Porque o coração deve ter acesso restrito, mas jamais proibido.




Dos lugares que avistei, o melhor foi seu coração. Porque seu coração é "mata virgem", praia inabitada, ilha deserta. Há cantos desconhecidos, há doçura escondida, há romantismo disfarçado, há bondade na raiz, há singularidade, segredos... Mas como toda "mata virgem" há um desejo e um medo de ser descoberto, há 'selvageria', há cautela excessiva no olhar, há contradições. E também como toda praia inabitada é de difícil acesso, mas sempre vale à pena. Eu sei que vale. Eu não gastaria meu tempo pra chegar num lugar sem vida. Porque, entenda a diferença, praia inabitada não significa que seja inabitável; é apenas um paraíso restrito, muito restrito.
Talvez eu veja poesia demais em rochas, talvez eu viaje demais por dentro.
Sim, essa é uma possibilidade. Mas talvez meu olhar esteja certo. E eu prefiro te enxergar com o filtro da bondade e amor do que olhar para essa "mata virgem" e achar que é tudo escuro e desconhecido.
Um coração assim, feito ilha deserta, não me assusta, me desperta.  Talvez porque quando eu falo de você, também falo de mim; quando olho pra você, também olho pra mim.
Dos lugares que você me levou, o melhor foi entre os seus braços.
Das viagens que fiz, a melhor foi quando eu estava deitada em seu peito.
Das coisas que você falou, a melhor foi : "vem mais pra perto".
De tudo o que você fez, a melhor parte foi quando você estava sem defesas, foi você sendo você.
Porque o que me encanta não é sua "utilidade"- entenda, admiro tudo o que faz- mas o que me encanta é o que você é.
O que me encanta é eu te fazendo cafuné de longe e você me puxando pra me deitar ao seu lado, agindo com naturalidade, naturalidade de quem quer estar junto. E mais junto.
Eu sei que seu coração tem acesso restrito, eu entendo bem disso, também sou assim. Mas cuide para que seja apenas restrito e não proibido.

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