terça-feira, 22 de setembro de 2015

Prudência ou receio?


Me sinto transbordar. Preciso falar.
Mas, ao mesmo tempo, parece que eu já disse tanto que me calo por um tempo.
É engraçado, porque eu não disse! E alguém espera que eu diga, que você diga.
O óbvio precisa ser dito, pois carrega com ele uma incerteza por ser tão claro.
Eu sei, parece contraditório.
Vamos tentar entender isso. Juntos.
O que é óbvio pra mim pode soar completamente inusitado pra alguém.
Há um caminho que a expressão- seja ela qual for, corporal, verbal - passa. E nesse caminho algumas coisas podem não ser notadas, podem ser perdidas, podem ser PEDIDAS.
Eu sei, está muito subjetivo tudo isso. É que estou em conflito, não quero ME repetir, dizer de novo, e de novo e de novo....
Mas aí me lembro que eu não disse. Isso mesmo, eu não disse ainda. Tudo não passou de um conflito e um diálogo interno. O outro não ouviu, aliás, sequer percebeu.
O outro. Ele ainda espera por uma manifestação.
Mas como jogar tudo em cima da mesa se ele pode simplesmente tirar a mesa?
Como contar tudo que se passa aqui dentro se do lado de fora ele pode ir embora ainda?
É isso mesmo, EU, logo EU, estou com receio de me abrir?
Até onde é receio e até onde é prudência? Uau, que linha tênue!
Não quero ser encarada como maluca, e infelizmente, quem expressa sentimentos de forma clara e sem jogos é visto assim.
Expressar interesse, curiosidade, qualquer coisa rasa...tudo bem pra maioria. Mas expressar emoções?
Falar "você desperta meu interesse" é tranquilo, agora falar "eu gosto de você e estou disposto a caminhar com você e te conhecer"?! Ahhh aí é que são elas!
E ouvir algo que não passa pelo caminho da emoção soa frágil demais para que eu possa me sentir segura pra GRITAR o que se passa aqui dentro.
Por isso, fico em silêncio, porque por dentro há um alvoroço.
Me calo, pois não conseguiria falar algo sem denunciar a emoção.
E eu não me denunciaria, afinal, a gente sabe que nesse mundo, quando o coração se denuncia ele pode ser preso.






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