sexta-feira, 17 de abril de 2015

Quando COISAS ganham vida...me resta ser Rê.


Há certos lugares que foram tão marcantes na vida da gente que é como se tivessem alma. E independente do tempo que se passe, ao passarmos por eles algo acontece dentro de nós.
É involuntário. É estranho.
Um Parque da cidade passa a ter gosto de champagne, passa a ter seu cheiro, passa a ter seu temperamento. E mesmo que eu tente negar, as árvores foram cúmplices e parecem gritar o que presenciaram.
É estranho pois visitar o Parque com outras pessoas é como se eu estivesse te apresentando pra elas. E se eu voltar lá com uma nova paixão fico incomodada. E como um cantor que canta música de um outro compositor; o Lugar cobra "direitos autorais".
É loucura pra você?! Pra mim é estranhamente normal.
Talvez eu não esteja sabendo me expressar.
A movimentada Avenida da cidade tem seu olhar, seu toque, seu abraço. Tem sua mão me puxando pra mais perto, tem você falando do meu batom.
É a inevitável vida que a memória dá às COISAS.
Visitar uma cidade me desperta um mix de emoções, acelera meu coração, minhas mãos suam, me causa até enjôo devido a toda essa mistura de sensações.
Depois vem a angústia de não querer ser parte daquele lugar, mas que de alguma forma me roubou um pedaço.
E a cidade que me enchia de alegria, hoje me enche de lágrimas. Me esvazia. Parece que sou apenas uma vaga lembrança.
E mesmo que você tenha dito que a lembrança pode ser melhor que a realidade....apenas lembrança eu não sei ser.
Lembrança às vezes dói. E dor não quero causar.
Nem quero que um filme de amor se transforme em terror.
Então me resta mudar a Geografia do Brasil e fingir que nele não há Capital Federal, que o amor não surgiu, que a gente nunca se uniu. Me resta fingir que você nunca mentiu.
Me resta REinventar o país para que os lugares voltem a ser inéditos, sem alma, sem histórias, vazios de sentimentos.
Ainda bem que sou boa em REcriar, REajustar, Renascer. Ainda bem.
Ainda bem que sou Rê.

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