quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Ipê Amarelo.


Clara ainda era criança e estava viajando com sua mãe. De longe, algo chamou sua atenção no meio daquela estrada deserta, e toda animada ela disse: "Olhe, mãe! Aquela sou eu! Eu sou aquele Ipê Amarelo".
Sua mãe entrou na brincadeira e ficaram conversando sobre ser um Ipê Amarelo.

O tempo passou. Muito tempo. Clara já adulta, novamente viajava com sua mãe, quando avistou de longe sua árvore predileta, e disse: "olhe que lindo, mãe! Você se lembra?! Eu sou o Ipê Amarelo!"

No início, quando Clara se declarou um Ipê, a mãe achava que isso era coisa de criança. Mas agora ela sabia que não, não era coisa de criança.
Era assim que Clara era. Assim que ela é.
Uma árvore, muitas vezes, no meio do nada. Uma árvore que floresce no meio do deserto.
O tempo pode estar seco, ela pode estar sozinha contra tudo, mesmo assim floresce.
Uma árvore que causa admiração em quem passa, mas ninguém imagina como é ser "descanso, alívio, alegria" pra tanta gente. Apesar de que isso não era um peso pra ela, fluía de forma natural, porque essa é a natureza do Ipê Amarelo.
E Clara estava plantada junto a "ribeiros de águas", assim são os que se relacionam com Deus, a Água VIVA.

Mais tarde sua mãe descobriu mais uma característica de sua filha-árvore:  "Ipê é uma palavra de origem tupi, que significa árvore cascuda".
Assim é Clara, de coração doador, alma exposta, toca os sensíveis, mas de casca grossa para aturar os desertos.



Obs: foto de minha autoria. De Ipê para Ipê.

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