segunda-feira, 24 de junho de 2013

Duro ser dura.


Como é duro ser dura!
Como me dói ser fria!
Me dá um aperto no peito.
Mas de peito aberto não posso ficar mais. Não com ele.
Eu abro os braços e fica um vão, um vazio, um vento gelado.
Quando sou eu, sou ignorada.
O jeito é ser desaforada.
Esconder a doçura, esquecer a leveza e pesar...
E é com muito pesar que me prendo.
Mas não é nada fácil me amarrar, as cordas invisíveis me violam.
Mas viola não sou mais. Nenhuma música sai de mim.
Sou uma partitura largada. Empoeirada.
Me falaram que sou pessoa-poesia, pareço poesia ambulante.
Ouvir isso é tocante, e quase toca a partitura esquecida.
Me alegro por ainda ser assim com os demais que não me julgam amar demais.
Mas com ele, repito: como é duro ser dura!
Será que dura?

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