domingo, 30 de junho de 2013

Fornalha.

Há momentos na vida da gente que tudo parece pesar.
E até o vento parece cortar.
Parece impossível suportar. Parece.
E a gente corre para um lado...para o outro...nada acontece.
Mas a gente decide não se dobrar, não ser guiada pelas circunstâncias.
Parece loucura, mas a gente decide não acreditar no que está vendo, e confiar no Deus de Amor.
Aí, achamos que ELE vai nos livrar da fornalha.
Sim, muitas e muitas vezes ELE nos livra. Mas outras vezes, o nível de maturidade em que estamos caminhando, o rumo, o novo degrau exige um pouco mais de fé (ousadia). Não por maldade, mas porque DEUS usa as circunstâncias para o nosso bem, para nos edificar.
E quando achamos que Ele vai nos livrar do fogo, a situação "piora" e caímos na fornalha sete vez mais quente (ver referência*).
MAS...o Deus a quem eu sirvo é real, e posso até estar na fornalha, mas não me queimo porque há alguém comigo. ELE está comigo.



(Assim como com Sadraque, Mesaque e Abednego. História narrada na Bíblia, livro de Daniel, capítulo 3.)

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Duro ser dura.


Como é duro ser dura!
Como me dói ser fria!
Me dá um aperto no peito.
Mas de peito aberto não posso ficar mais. Não com ele.
Eu abro os braços e fica um vão, um vazio, um vento gelado.
Quando sou eu, sou ignorada.
O jeito é ser desaforada.
Esconder a doçura, esquecer a leveza e pesar...
E é com muito pesar que me prendo.
Mas não é nada fácil me amarrar, as cordas invisíveis me violam.
Mas viola não sou mais. Nenhuma música sai de mim.
Sou uma partitura largada. Empoeirada.
Me falaram que sou pessoa-poesia, pareço poesia ambulante.
Ouvir isso é tocante, e quase toca a partitura esquecida.
Me alegro por ainda ser assim com os demais que não me julgam amar demais.
Mas com ele, repito: como é duro ser dura!
Será que dura?

Relacionamento.



Desde criança Flor se encontrava no jardim diariamente com seu melhor amigo.
Não por obrigação, mas porque um tinha necessidade do outro.
Eles gostavam de estar juntos.
Ela amava a companhia dele.
Às vezes, nem diziam nada. Compartilhavam o silêncio.
O silêncio que diz tudo, que explicita toda intimidade e cumplicidade deles.
Como todo relacionamento, às vezes ela se desentendia com ele. Até porque ela era menina, tinha muito o que aprender, crescer, amadurecer...
Mas mesmo quando ela estava emburrada, ia lá. Porque seu amigo a amava absurdamente e ela sentia-se melhor com ele.
Com ele, Flor desabafava, desabava, se rendia, não precisava ser forte sempre, tinha liberdade. Ele a conhecia como ninguém, mais até do que ela mesma se conhecia.
Ela lhe contava de suas desilusões, de suas paixões passageiras, de seu amor que não acabava.
Ele era um bom ouvinte. Mas também lhe falava as coisas com sinceridade e amor.
Essa amizade a moldava, a mudava.
Hoje, Flor já não é mais aquela menina. É mulher.
Seus planos mudaram, seus desejos, suas prioridades.
E ela descobriu que sua profissão já não era aquela que a sustentou por 14 anos. Seu trabalho ia muito além de interpretar papéis. Sem querer ela era espelho para alguns e isso foi deixando-a mais responsável por cada coisa que fazia ou deixava de fazer, por cada coisa que dizia...
O mercado de trabalho já não a conquistava mais. A arte ainda pulsa, claro, mas o mercado a desanima.
Um meio que exige banalização de princípios, do amor, do sexo, ....não era um meio pra ela. Não dava mais!
O que ela vai fazer? Ué, seu amigo sempre a guiava, direcionava, consolava, confrontava....sustentava, e agora não seria diferente.
Outros caminhos se abriram, um novo horizonte.
Ela ainda não enxerga o final, mas agora, mulher, aprendeu a confiar (de verdade) e viver um dia de cada vez.
Não uma confiança em si, no trabalho ou qualquer coisa, uma confiança em seu melhor amigo: DEUS (Cristo). Porque ELE já tinha provado inúmeras vezes Seu amor por ela.
Ela sabia, confiar NELE é um caminho na contramão do mundo em que prega autossuficiência e independência o tempo inteiro. Mas ela sabia que DEPENDER Dele era a melhor coisa que tinha. Com ele, Flor descansava e a cada dia aprendia a ouvi-lo nas mínimas coisas.
Não era uma tarefa fácil, porque muitas vezes ela até sabia o que fazer, "sabia o que era melhor" pra ela, mas Flor não queria mais sua visão limitada, então abria mão de seus "achismos" para ouvir o que Ele tinha a dizer.
Mesmo que pareça loucura...É a loucura mais sábia, doce e incrível que existe.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Dona de si.


Sabe, não adianta você querer me dar munição para que eu te ataque.
Não adianta querer me induzir à raiva.
Não adianta querer direcionar minhas ações/reações.
Claro, posso ficar decepcionada, mas isso não determina minhas atitudes.
Na verdade, eu fico um pouco constrangida por vê-lo assim. Uma espécie de dó. Aquela sensação de querer ajudar, sabe?!
Não, não sou confusa ou estranha. Apenas não sou daqui.
Minha educação foi ensinada pelos Céus. (óbvio, nem sempre consigo)
Mas o Pai me ensinou que se alguém te dá um tapa, a gente dá a outra face. Se te roubam a capa, dê também a túnica. Se te pedem pra andar uma milha, ande duas. 
Isso é amor prático. É enxergar o outro como a ti mesmo, cheio de falhas, medos, inseguranças...muitas vezes, cheio de si, mas porque alguém não o ensinou.
Não gosto de ser uma pessoa manipulada pelos outros. E não é porque sou boba, não. Pelo contrário! É porque sou dona de meus atos.
Decepções acontecem. Mas o perdão é pra todos nós.
Quem nunca disse o que não devia? Quem sempre age certo? Ninguém! Por isso, não te julgo. E por favor, não me julgue.

"Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial e sincera."_Tiago 3:17-18

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Eu só quero agradecer...

Porque é ótimo saber que as pessoas que passaram pela minha vida (amorosa) permanecem  e cuidam de mim mesmo depois de muito tempo (com uma exceção). Preocupam-se, ligam, dispõe-se.
Servimos uns aos outros sem nos importarmos com o que pensam as mentes medíocres. 
Isso faz parecer que o Céu já começou...esse amor despretensioso, esse prazer em servir...
Não cuidam por serem apaixonados, mas porque sabem da importância que um foi para o outro e ainda são. Porque história a gente não joga fora! Afinal, foi ela que te trouxe até aqui.
Isso me dá a sensação de que, independente do rumo que tomou, eu não errei nas minhas escolhas.
Foram e são pessoas bacanas. Têm defeitos, claro, assim como eu.

Aos que foram e sabem permanecer sem ferir...meu MUITOOO OBRIGADA.

segunda-feira, 17 de junho de 2013

O encontro.


Como era o esperado, eles se encontraram.
Normal. Até aí normal.
Ela, vestida de força, maquiada de superação, esbanjando naturalidade forçada.
Ele, vestido de indiferença, com o mesmo sorriso largo, protegido por seu escudo invisível.
Dessa vez, ela chegou mais cedo e o esperava (como sempre). Concentrada, criava os roteiros da conversa, ensaiava suas respostas na cabeça pra não ter seu coração exposto. Ele só não podia pegar UM caminho na prosa. Apesar de ela estar ficando boa nisso de se segurar, ela temia não aguentar. Então, era mais "sensato" se esquivar de coisas profundas. Era um desafio e tanto, porque o raso não a bastava, ela gostava é de mergulhar.
Ele chegou no local. Um parque da cidade, um lugar de céu aberto, mas de fuga fácil.
Ela, de óculos de sol, o avistou de longe.
O coração disparou. Respirava profundamente pra manter o controle para que ele não percebesse qualquer alteração na respiração.
O problema é que ele era um bom leitor de almas, apesar de fingir não ser, e demonstrar indiferença.
Ela levantou-se segura e foi ao encontro dele.
Abraçaram-se.
O mundo parou de girar. Ela parou de respirar. Não conseguia pensar em nada, muito menos na primeira frase do roteiro que ela havia criado.
Era coração com coração. Era apenas essa a conversa. Sem palavras. Sem olhares. Coração com coração.
Dessa vez era diferente.
Soltaram-se mas ficaram frente a frente, bem perto.
-Como você está? Deixe eu te ver, tire os óculos!
-Bem, graças a Deus._ela falou deixando escapar uma lágrima por trás das lentes.
Lágrima que desceu rápido e antes que ela pudesse se virar pra limpar...ele viu.
-Tire os óculos..._ele disse levando as mãos para ajudá-la.
-Não, não posso.
Ele tirou.
Ela abaixou a cabeça.
-Olha pra mim.
-Espere, deixe eu respirar, deixe eu me concentrar, ...
Ele pegou no queixo dela e ergueu sua cabeça, limpando as lágrimas dela que pareciam apostar corrida tamanha velocidade que desciam.
-Desculpe, eu não queria._ disse levando as mãos no resto pra se esconder.
-Não queria o quê?
-Não queria... Eu não escolhi isso. Eu luto contra isso todos os dias, contra esses pensamentos, contra a memória, contra mim...Não é fácil!
-Ana, não queria o quê?
-Eu não consigo nem te dizer. Eu sei que pareço ridícula! De vez em quando sinto vergonha...mesmo sabendo que não há motivo pra vergonha.
-Olha pra mim e me diz.
-Dizer o óbvio? O que você está cansado de saber? É tão forte que mal consigo pronunciar as palavras..._dizia aos prantos e dando intervalos entre uma palavra e outra para respirar.
-Contra o que você luta? Fale comigo. Vá além das escritas!
-Eu te amo, caramba! Nunca pensei que fosse te dizer isso, mas é inevitável. Dizer quando a gente sente algo tão grande assim parece insano, não cabe na frase, não cabe....
Ele chorou e a beijou.

Distorção


A importância de nos enxergarmos, de nos conhecermos é tamanha que pode mudar radicalmente nossas vidas, nossas escolhas, nosso futuro.
Temos construções tão erradas dentro de nós, conceitos pré-estabelecidos por mentes doentes, machucadas. E a doença deles passam a ser nossas e colecionamos desânimos e desilusões. Porque soma-se a descrença dos que "ditam" conceitos com nossas próprias dores.
E a nuvem negra se instala dentro de nós e cresce, sendo alimentada diariamente por desgraças e mais desgraças nos noticiários. E o errado se torna normal, o absurdo se torna comum.
E a indiferença nos alcança. Ou melhor, nós atingimos um nível de doença tamanha que chega a indiferença.
Porque a indiferença é um muro de proteção para não nos envolvermos, não sermos tocados.
Eu ouço cada coisa! Duvidam até do amor! E seguem tendo relacionamentos razoáveis ( "é bom estar com ele/ela, blábláblá....). Acham que é romantismo demais na minha cabeça, acham que é fantasia...
E assim caminha a humanidade...

Exceção no Blog. Falando da atualidade.



Sou super a favor dos manifestos, estou achando incrível o Brasil começar a despertar pra olhar para a política. Mas PRECISA OLHAR PRA SI TAMBÉM.
Se pelo menos 50% dos que protestam, tão veementemente, forem honestos....
Pq não adianta falar contra a corrupção, se a maioria é cheia de dar um jeitinho, quer tirar vantagem de tudo e todos...
Não adianta brigar por direitos se vc não cumpre o seu dever de ser honesto. Se vc quebra as leis, bebe horrores e dirige, sonega imposto, é mau caráter...
Se vc é assim...infelizmente, os políticos brasileiros te representam sim.
Quer mudança? Comece por vc.

domingo, 16 de junho de 2013

Por favor, um pouco mais de essência.


Sabe o que me preocupa?
Me olhar no espelho e não me reconhecer mais.
Claro, com o tempo a gente amadurece. Mas não é disso que falo.
Amadurecer é bom, mas ENDURECER não.
Tenho medo de ficar dura demais, feito pedra, feito os que eu tanto critiquei.
Receio que eu olhe e não me veja, receio perder a essência no meio desse mundão de desapego, desamor, desgraça, despropósito, des...
Tem dias que procuro me achar e não me encontro. Pareço blindada por um escudo que me rouba a doçura. E amarga eu não sei ser.
Mas, às vezes, ser doce, ser aberta, ser simplesmente a gente mesmo parece algo tão surreal para esse povo estranho. A maioria enxerga como loucura e quase me convence de que sou.
Mas eu sei, EU SEI, que insanos são eles, são esses que enxergam aquele que te ama como um fã, enxergam o amor como mercadoria, como troca, ou pior, nem enxergam o amor. Acham que é invenção, lirismo, infantilidade....
Me preocupo e por isso me vigio quase sempre para não permitir que o monstro da indiferença me amedronte e me convença de que ele é quem está certo.
Então eu choro, me peço perdão, te peço perdão. Choro por horas, às vezes por dias. Não porque sou triste, mas porque preciso me esvaziar  , pra me encher de inocência, amor, doçura até que transborde e contagie outros, e mais outros, e mais outros.
Por favor, um pouco mais de sentimentos inocentes (sem interferências adultas-doentes), mais de emoções puras, mais de ESSÊNCIAS (matéria-prima) leves, mais do Alto e menos dessa terrinha....

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Estranho.



Alguns dias sem falar 'você'. Sem falar de Amor, DO amor.
Não é falta de tempo. Tempo a gente arranja.
Não é falta de vontade. Vontade é uma constante em mim.
Não é falta de vergonha. Isso eu até tenho um pouco. Bem pouco, confesso.
Não é falta de sentimento. É excesso dele.
É falta de você. E você...eu não posso "arranjar", nem posso arrancar.
Como se arranca algo assim que se uniu a mim? É como rasgar um pedaço de mim.
E não é por ser um amor apenas (apenas?), mas por ser PAZ também. Por ser um sentimento que, por incrível que pareça, apesar das circunstâncias, me traz PAZ.

Eu paro.
Penso.
Repenso. Reavalio. Retalho...e quando vejo está tudo colado de novo.
Observo friamente. Me coloco de fora da situação. Me coloco de espectadora.
Tento saber onde inventei tudo isso, em qual fantasia criei você.
Tento te descobrir no meio de minha imaginação, mas não te acho apenas lá.
Claro, você habita lá, como em todo resto meu. Mas não foi lá que foi desenhando. É real. Você é real.
E agora me pergunto, aquilo que vivi (vivemos?) foi real?
Sim, poucos dias. Mas é como se fossem elevados a potência máxima.
É como se o próprio número não aguentasse tanta intensidade e usasse o expoente para o elevar ao topo.
Tá uma explicação matemática demais? É que estou tentando usar seu mundo lógico pra ME "auto explicar".


Não ache que estou obstinada! Não!
Eu tentei. Tento.
Conheci pessoas encantadoras, incríveis, dispostas a tudo (ou quase tudo).
Mas não consigo mentir, não consigo fingir. Nem pra eles, nem pra mim.
Não consigo estar com alguém com você no coração e memória. E não é uma memória remota, mas uma memória que quase me carrega.
Claro, estive com eles (um, depois outro) com o máximo que pude de mim. Mas meu máximo era incompleto.
Fui feliz com eles. Me fizeram bem, me fizeram rir...mas eu os fiz chorar. Não por maldade. Mas por falta de coragem de me abandonar. Me abandonar junto com você que ficou lá atrás e me construir de novo. Construir um outro alguém que não seja eu. Um personagem.

Eu estou buscando soluções. Eu não queria ser assim.
Eu queria ser como a maioria, de memória fraca, que por não conseguir ficar sozinha se apega a alguém legal, e o pega pra viver.
Mas não sou assim!!! Não sou!
Eu gosto de ficar sozinha. Gosto de minha própria companhia. Gosto até de sua companhia imaginária.
E gosto de estar com alguém que me roube o ar, me tire do chão...Mas meu chão já foi tirado e não foi reposto. Aí fico sem caminho de prosseguir, de chegar a outro alguém, de chegarem ao meu coração.

É...e mesmo depois de escrever tanto, de esgotar meu vocabulário (que aliás precisa melhorar), de acabar com todas minhas indagações,  finalizo mais uma vez sem conclusão.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

PIPA



Penso que, muitas vezes, somos como PIPAS. Até dançamos com o Vento mas não somos totalmente guiados por ELE. Uma linha fina nos prende e nos impede de ir mais longe. Que possamos sondar nosso coração, identificar a linha e arrebentá-la. Bom vôo!