segunda-feira, 18 de março de 2013

O Pássaro Rosa.


Hoje quero contar uma história diferente. Parece até fábula, mas não é. Bom, eu acho que não.

Era uma vez um belo pássaro rosa (daquele rosa bemmm forte). Como sabem, todo pássaro é livre por natureza (com exceção daqueles que são aprisionados por humanos) e esse não era diferente. As únicas coisas que o prendiam eram laços. Não os de corda, mas os de alma.
Era livre sim, mas tinha uma morada. Ele morava num navio gigante, bem grande mesmo! E o navio morava no mar. E o mar dependia da Lua. E a Lua, como sabemos, tem fases.Enfim....
A questão é que ele morava no coração de quem o enlaçava. Só isso.
A Lua, o Mar e o navio tem sua importância, mas mesmo o cenário parecendo inconstante e aventureiro demais, o pássaro não dependia desses fatores externos. Ele tinha uma calma por dentro, ele tinha uma fé que o fazia planar sobre várias coisas.

Esse Pássaro tinha uma grande amiga que era uma baleia. Ela também vivia no navio, dentro de um tanque. Eles conversavam por horas, brincavam, se divertiam! Baleia jogava água nele e as penas molhadas pesavam. Era uma forma de aquietar um pouco o pássaro e trazê-lo pra mais perto. O Pássaro o acarinhava e cada vez que isso acontecia uma peninha ficava grudada no corpo da baleia. Quem via de longe parecia que de tanto conviverem a baleia estava ganhando penas. A convivência faz isso, faz a gente se parecer uns com os outros.
Mas não era nada disso. Não na aparência. Eles tinham naturezas diferentes. Habitats diferentes. Mas a mesma essência e amor de viver. O mesmo fôlego de vida! E isso bastava.

Quando começaram a amizade Baleia era pequena. O tempo foi passando e baleia foi crescendo. O tanque foi ficando pequeno, mas ela não se importava, ela tinha seu amigo ali.
Como ela ficou muito grande, os humanos começaram a vigiá-la. Eles têm essa mania de se incomodar com tudo que cresce demais e se destaca. Estranho.
Um dia o Pássaro ouviu uma conversa que eles queriam jogá-la no mar. Mas não por se preocuparem com ela. Não! Mas alegavam que ela poderia ser má e se rebelar.
Má? Ela nem sabia o que era maldade...ainda.
O Pássaro avisou-a. Choraram juntos. Como seria de agora pra frente? Como eles se encontrariam sem ter um porto, sem ter um lugar de pouso, um lugar em comum???
Pássaro não conseguiria ficar muito tempo dentro d'água. Baleia não fica mais que o tempo de seus saltos.
Pássaro tentou conversar e convencer os humanos. Em vão. Os humanos não entendiam sua língua (embora o pássaro entendesse os humanos).

Jogaram Baleia no mar e respingou água pra todo lado. Perceberam que a água era salgada, assim como o choro. Suspeitaram que o mar era salgado porque os humanos já tinham feito muitos outros chorarem, mas lembraram-se também na perfeição do Criador ao fazer uma água que lava e cura ao mesmo tempo.

Ela cantou de despedida. Um canto melancólico, em tons menores.
Pássaro também cantou enquanto chorava. E descobriram que a música os uniria pra sempre.
A música os aproximava, os enlaçava e os eternizava.


Obs: Na verdade, essa história foi um sonho que tive e no sonho eu era o Pássaro Rosa.
Meu sonho em letras...
Sem mais.

2 comentários:

  1. Um sonho... um mundo paralelo... lições subjetivas... interpretações abstratas... realidade sobrepujada... simplesmente nosso mundo!!! Rs

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