domingo, 10 de fevereiro de 2013

O 'Amanhã' no amanhã a gente resolve.


O último ano havia sido incrível. Ele conseguiu tirá-la da caverna em que vivia.
Ele, um antissocial assumido levou-a para a sociedade.
Ela, uma social desde pequena.
Mas antes dele aparecer ela vivia um período de solidão. No início ela gostava daquilo tudo, mas tornou-se um vício e uma fuga. 
Hoje continua gostando de seus momentos sozinha mas precisa sair senão é como se estivesse passado seu tempo parada, assistindo o mundo (desabar ou não).
Ela era uma mulher de sorte! Porque quem conseguiu tirá-la dessa caverna era como aqueles heróis de história infantil. Forte, determinado, inteligente, valente, ousado, doce, gentil...
Sim, antes desse período escuro e isolado da vida, ela gostava de gente. Aliás, continuava a gostar mas seu mundo particular parecia tão mais divertido, mais interessante do que esse povo estranho da sociedade. 
Ela sentia-se deslocada no meio deles. Apenas observava aquele mundo esquisito.

O último ano foi estimulante, gostoso, coletivo. Um coletivo por haver mais UM (ou outro -um amigo em comum).
Os últimos 3, 4  meses foram surpreendentes!
Ela sabia, pra ele também era surpresa! Ele também estava aprendendo, de forma sutil e indireta, mas estava.
Metade dela queria, desejava, entendia,...o escolhia. Mas a outra metade tinha um querer questionável, um desejo vulnerável e um entendimento muito razoável. E essa metade não o escolhia, voltava, observava, calava.
Por um ano, ele era a única pessoa que a tirava de casa qualquer hora do dia ou da noite. A única pessoa que ela atendia ao celular (coisa que não é muito atenta). E todos os dias ela orava por ele.
Sentia-se sortuda por tê-lo, e mais ainda por ele tê-la encontrado. Mas ainda que tudo isso fosse verdade, ela não estava inteira. 
Ela não conseguia imaginá-lo em sua eternidade. Não por falta de vontade. Talvez falta de coragem. Mas certeza que era um simples fato de FALTA DE IMAGINAÇÃO. 
Há alguns anos que ela não consegue imaginar demais. Sua imaginação foi embora no último barco há uns 2, 3 anos. Desde então ela vivia racional, visual, descrente.
Na última semana ela recebeu uma grande notícia! Uma das melhores notícias que ela poderia ouvir dele. Como ela se alegrou! Mas ao mesmo tempo, desesperou-se. Desesperou-se por não ter sua imaginação com ela, por ter seu lado lúdico perdido.

Ele queria mais! Ela podia dar mais. Mas não sabia como.
Ele viajou e enviou-lhe uma carta. Uma carta de despedida. Doída. Assumindo todo seu querer, paixão mas dizendo "tchau" por seu excesso de razão. Talvez fosse a decisão certa. Mas talvez não.
Ela tinha medo de se arrepender depois. Depois de recuperar seu "eu" perdido, roubado.
E ele começou dizendo: "Pensei em te dizer isso pessoalmente, mas como você é uma pessoa TEXTUAL..."

Ela leu cada palavra, cada ponto, cada vírgula. Porque em texto é mais fácil de ler cada detalhe, cada espaço fala.
Leu e mais uma vez desesperou-se. Uma dor no peito estranha, uma vontade de gritar. Claro, colocou-se a escrever. Porque era assim que ela se abria, se entendia.
Porque escrevendo parecia que ela estava revestida de uma armadura. Ela conseguia se defender, conseguia  parar, perceber, absorver o que era válido apenas. E com uma caneta na mão e palavras prontas para sair ela sentia-se com uma espada em punho. Pronta para atacar. Mas não o ataque violento, apenas um ataque de como se via, como sentia.

E ela percebeu que estava com medo de perdê-lo. Não por ego, por vaidade ou coisa assim. Mas porque sabia do valor único dele, sabia da raridade que ele é. Mas não sabia agir por medo, o medo a paralisava.
E ela parou.

Quanto ao amanhã....amanhã se resolve.




2 comentários:

  1. Mas...

    No dia seguinte ela refletiu e se lembrou que na vida, a gente só se arrepende do que deixa de fazer, e não do que faz e dá errado. Na verdade, lá pelas tantas a gente fica feliz pelo que aquilo nos proporcionou, porque é a essência da vida.

    Sabia que não tinha nada a perder porque no fundo nada é nosso.

    E ela foi! Mesmo com medo. Porque coragem não é ausência de medo, é ação frente ao medo.

    E a diferença entre alguém realmente corajoso e alguém que finge ser corajoso é... nenhuma!"

    W

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