segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Pessoas-sombra.



Sabe, eu me irritava muito quando pessoas ficavam olhando, observando, querendo assimilar cada gesto, copiar cada olhar ou jeito de falar. Inveja? Talvez. Aliás, é bem provável que seja. Mas é porque essas pessoas não se acharam ainda, não sabem quem são, não têm identidade. Aí elas precisam SE construir.
E se procuram por você ou por mim é porque somos referência em alguma coisa (mas não se glorie nisso).
Na verdade, não veja como inveja simplesmente porque no fundo toda inveja (sentimento ruim) vem de uma admiração absurda. Sinta-se honrado.
Hoje procuro me sentir assim.
Claro que muitas vezes ainda me irrito quando alguém de outra área me vê atuando e diz que quer gravar uma cena também, ou quando alguém me ouve cantando e decide cantar também, ou só porque gosto de escrever aí a pessoa decide escrever também... Não tenho glória nenhuma nisso, a arte decidiu gostar de mim de uma forma possessiva e preciso expressá-la. Mas se você não tem esses dons, com certeza você tem outros!Alegre-se neles! Todos são necessários!

Bom....Isso ainda me irrita mas tenho tentado me segurar, tenho buscado mudar porque o mundo precisa de bons exemplos e se as pessoas enxergam isso em você (ou em mim), graças a DEUS por isso. Sinal de que temos aprendido com ELE e podemos repassar o aprendizado.

Mas pra quem faz isso, um conselho: querer se parecer com alguém é uma coisa, querer ser esse alguém é doentio.
Não tem graça nenhuma no que não é autêntico, em quem é um pé de Jaca e quer dar maracujá. É feio, lamentável.
Assuma-se. E se precisar de exemplos, siga-os, mas diferencie as coisas.

Sombra é só uma repetição mas com um "filtro" diferente! Não seja sombra de ninguém, apenas SEJA.

Mundo inventado de Liz.

Liz sempre teve um mundo paralelo. O mundo criado por ela.
Lá era muito legal. Lá ela não era tão confusa, ou quando era, mesmo assim era compreendida.
Lá ela falava ainda mais o que sentia, porque reconhecia cada sentimento. Aliás, o único problema é que no mundo de faz-de-conta dela os sentimentos se tornavam grandes demais, nem cabiam nas pessoas! E elas andavam de mãos dadas com eles. Era meio surreal. Mas é faz-de-conta, né?! Lá pode.
Na verdade, mesmo no mundo real ela vivia o que não era permitido. Um exemplo? Ela vivia um pouco sem lógica, ela VIVIA. Vivia com fé, com graça...
Enfim...

Dias atrás ela visitou seu mundo paralelo. Estranhou. Andou, andou por ele mas não encontrou seu principal habitante. Ou ele se mudou de lá ou ele soltou a mão do sentimento. 
É, porque quando pessoas soltam as mãos dos sentimentos (ou do que Liz inventou que sentiam) ou ainda quando Liz racionaliza e entende o que acontece no mundo real, no faz-de-conta essas pessoas viram meros figurantes (necessários para encher a cena).

E o irreal ficou sem sentido, sem ser sentido. Entende? Ficou parecendo uma agência de figuração.
O mundo que ela criou era lindo, mágico, mas apenas com passantes não valia à pena ser mantido.
Então ela fechou o mundo e abriu os olhos.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Liberte-se


Às vezes a gente acha que é o amor que não nos deixa esquecer alguém, mas muitas vezes é a mágoa disfarçada. É o querer frustrado que lembramos a todo instante. É o ADEUS sem tentar, o não acreditar de alguém.
Muitas vezes é a decepção que nos amarra, é porque a gente não quer admitir um capítulo tão triste em nossa história, a gente se nega a uma realidade cruel onde não existe amor, apenas conquista.
Acredite, às vezes não é amor. É só um orgulho ferido porque fomos descartados pelos que pregam desapego às pessoas, pelos que fazem pessoas de passatempo.
Nesses casos, nossa libertação não é amá-los ainda mais (sim, porque às vezes a gente realmente ama junto com a mágoa), não é desejar o retorno, tê-los não é nossa cura. É simplesmente PERDOAR.
Sim, porque a rejeição machuca mesmo, fere muito além do orgulho, fere a alma. Parece que coloca em xeque nosso valor. É assim que nos sentimos, mesmo que nossa razão não diga isso.
Mas quem também já não deu um fora num cara maravilhoso ou numa mulher incrível (no caso de homens)???
Burrice? Pode ser. Medo? Talvez. Ou às vezes simplesmente não era o tempo. Outras vezes, apenas NÃO ERA.
Dá pra entender? Não. Não usando a lógica.

A questão é: quer se libertar? PERDOE. Perdoe-se.
Amor não liberta, amor cria aliança. Amor preenche. Amor perdoa.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Sem maquiagem.


Eu gosto é de me mostrar sem maquiagem, sem consertos, sem fingimentos.
Não, não falo de aparência. Falo da alma.
Claro, é uma exposição. Uma baita exposição, mas é verdadeiro.
Teatro? Só na profissão.
Não estou defendendo gente maluca que acha que o mundo tem que suportá-los. Gente que abraça os defeitos e diz "vocês têm que me aceitar assim", nãooo! Defeito a gente conserta!
Levanto apenas a bandeira da honestidade.

Procuro expressar o que se passa mesmo quando o que se passa não passa nunca!
Tento. Eu tento muito. Nem sempre consigo e até o 'não conseguir' gosto de mostrar.
Porque a sociedade faz questão de mostrar perfeição demais. Ninguém tem crises, ninguém chora anos por alguém, ninguém tem fraquezas num mundo onde a marca determina personalidade, a profissão determina caráter, onde pessoas são descartáveis e coisas super valorizadas.
É um povo raso (nada tem a ver com capacidade intelectual), um povo que nunca chora, nunca passa por dúvidas, problemas. Tudo incrivelmente perfeito.
Conheço muitas pessoas assim. Mas eu? Eu sou gente e gosto é de gente.
E daí que é estúpido pensar por dois anos em alguém que ficou na sua vida por dois meses? E daí?!
Isso não significa que fui infeliz ou que sou infeliz. Claro que não!
Isso apenas SIGNIFICA. Entende?
Isso simplesmente comunica.

Não vivo de passado. Apenas acredito que algumas coisas podem se repetir ou perdurar. Algumas coisas não merecem portas fechadas pra sempre.
Quais minhas intenções? Acertar sempre! Mas muitas vezes erro.
Se eu pudesse dizer pra meu coração não pular cada vez que ouço um nome...Ahh com certeza eu faria!

Hoje estou tranquila vivendo a "paz que excede todo entendimento". Por quê? Porque meu relacionamento com Deus tem melhorado a cada dia. Tenho meus dias de crise, de incertezas mas logo passa pois tenho me posicionado acreditando na plenitude da Graça e Amor Dele por mim.
E meu único desejo é encontrar meu amado lá dentro do coração do Pai (Deus), porque é pra lá que caminho...pro coração de Deus.
Se me perguntarem pra onde vou? Vou para o sobrenatural, para o impossível. Porque impossível é só uma questão de prefixo.

Mais que SUFICIENTE.





Toda vez que a gente se entrega a misticismos e acredita em superstições estamos dizendo que a Cruz não foi o suficiente.
Toda vez que a gente inventa regras e mais regras e fórmulas para chegar a Deus (que não seja a simplicidade de um coração sedento), estamos dizendo que a Cruz foi incompleta.

Toda vez que a gente age na justiça própria, estamos negando a obra da Cruz.
Toda vez que a gente decide ser independente de Deus (na prática), estamos dizendo pra ele que somos melhores.

Toda vez que a gente quer comprar ou barganhar com Deus estamos dizendo que Ele é corrupto (quer cobrar além do preço que foi pago). Porque a obra da Cruz foi pela GRAÇA e AMOR.

Isso revela um coração arrogante, cheio de si.
Que a gente possa refletir sobre nossas atitudes, pois são elas que revelam o que realmente acreditamos.
Falar que acredita em Deus é fácil, difícil é deixar Deus ser DEUS em nossas vidas.
Que possamos nos quebrantar diante Dele e confiar no Amor Pleno e Perfeito Dele por nós.
O que Ele fez foi suficiente. Não precisa acrescentar nada.

Obs: 
Obra da cruz é tudo aquilo que Jesus fez por nós. Na cruz ELE já nos curou, nos libertou, nos salvou, nos amou...Tudo que precisávamos já foi feito. Não será feito. JÁ FOI FEITO. "ESTÁ CONSUMADO".

Sustento.

Como é bom pensar, questionar, filosofar (desde que não se perca nela e vire uma filosofia vã, rasa e vazia)!
A razão é uma coisa que nos dá certas capacidades, sentimo-nos inteligentes, astutos,...
Como ler me faz bem! Como a arte me encanta! Eu aprendo, descubro coisas, mundos... Amo viajar no lirismo da minha alma. Sempre tão doce, tão lúdica, tão possível...
MAS no meio da tempestade, dentro da fornalha, o conhecimento/razão não me adianta em nada!
A alma (emoções) apenas me atrapalha nessas horas. Porque a alma se desespera, a alma sente demais (óbvio, não?!) e acha que tudo que ela sente é verdade.
No meio da tempestade só a Fé sustenta. Só a Fé em Cristo (no que Ele já fez, no Amor Dele).
Dentro da Fornalha só a fé te faz companhia, te livra e faz você sair ileso do fogo.

Existe a tempestade, existe sim, o fogo mas a Fé nos dá uma nova visão, a visão de que a Graça Dele nos basta. E essa Graça nos protege, nos capacita.
E se a fé falhar? Ela não falha. Nós é que, muitas vezes, somos incrédulos, queremos lógica na fé. Confundimos esperança com fé.
E se perder a fé? Corra para Deus mesmo sem fé. Corra por DECISÃO.
Jesus mandou Pedro andar sobre as águas e ele andou até que teve medo, então começou a afundar. Mas ele já estava na presença de Jesus então continuou a andar mesmo sem fé.

Tenhamos sempre Fé e a Presença Dele, porque em Sua presença nossa fé é restaurada. Pode até demorar um pouco, não ser no nosso tempo ou jeito, mas posicione-se, firme-se.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O 'Amanhã' no amanhã a gente resolve.


O último ano havia sido incrível. Ele conseguiu tirá-la da caverna em que vivia.
Ele, um antissocial assumido levou-a para a sociedade.
Ela, uma social desde pequena.
Mas antes dele aparecer ela vivia um período de solidão. No início ela gostava daquilo tudo, mas tornou-se um vício e uma fuga. 
Hoje continua gostando de seus momentos sozinha mas precisa sair senão é como se estivesse passado seu tempo parada, assistindo o mundo (desabar ou não).
Ela era uma mulher de sorte! Porque quem conseguiu tirá-la dessa caverna era como aqueles heróis de história infantil. Forte, determinado, inteligente, valente, ousado, doce, gentil...
Sim, antes desse período escuro e isolado da vida, ela gostava de gente. Aliás, continuava a gostar mas seu mundo particular parecia tão mais divertido, mais interessante do que esse povo estranho da sociedade. 
Ela sentia-se deslocada no meio deles. Apenas observava aquele mundo esquisito.

O último ano foi estimulante, gostoso, coletivo. Um coletivo por haver mais UM (ou outro -um amigo em comum).
Os últimos 3, 4  meses foram surpreendentes!
Ela sabia, pra ele também era surpresa! Ele também estava aprendendo, de forma sutil e indireta, mas estava.
Metade dela queria, desejava, entendia,...o escolhia. Mas a outra metade tinha um querer questionável, um desejo vulnerável e um entendimento muito razoável. E essa metade não o escolhia, voltava, observava, calava.
Por um ano, ele era a única pessoa que a tirava de casa qualquer hora do dia ou da noite. A única pessoa que ela atendia ao celular (coisa que não é muito atenta). E todos os dias ela orava por ele.
Sentia-se sortuda por tê-lo, e mais ainda por ele tê-la encontrado. Mas ainda que tudo isso fosse verdade, ela não estava inteira. 
Ela não conseguia imaginá-lo em sua eternidade. Não por falta de vontade. Talvez falta de coragem. Mas certeza que era um simples fato de FALTA DE IMAGINAÇÃO. 
Há alguns anos que ela não consegue imaginar demais. Sua imaginação foi embora no último barco há uns 2, 3 anos. Desde então ela vivia racional, visual, descrente.
Na última semana ela recebeu uma grande notícia! Uma das melhores notícias que ela poderia ouvir dele. Como ela se alegrou! Mas ao mesmo tempo, desesperou-se. Desesperou-se por não ter sua imaginação com ela, por ter seu lado lúdico perdido.

Ele queria mais! Ela podia dar mais. Mas não sabia como.
Ele viajou e enviou-lhe uma carta. Uma carta de despedida. Doída. Assumindo todo seu querer, paixão mas dizendo "tchau" por seu excesso de razão. Talvez fosse a decisão certa. Mas talvez não.
Ela tinha medo de se arrepender depois. Depois de recuperar seu "eu" perdido, roubado.
E ele começou dizendo: "Pensei em te dizer isso pessoalmente, mas como você é uma pessoa TEXTUAL..."

Ela leu cada palavra, cada ponto, cada vírgula. Porque em texto é mais fácil de ler cada detalhe, cada espaço fala.
Leu e mais uma vez desesperou-se. Uma dor no peito estranha, uma vontade de gritar. Claro, colocou-se a escrever. Porque era assim que ela se abria, se entendia.
Porque escrevendo parecia que ela estava revestida de uma armadura. Ela conseguia se defender, conseguia  parar, perceber, absorver o que era válido apenas. E com uma caneta na mão e palavras prontas para sair ela sentia-se com uma espada em punho. Pronta para atacar. Mas não o ataque violento, apenas um ataque de como se via, como sentia.

E ela percebeu que estava com medo de perdê-lo. Não por ego, por vaidade ou coisa assim. Mas porque sabia do valor único dele, sabia da raridade que ele é. Mas não sabia agir por medo, o medo a paralisava.
E ela parou.

Quanto ao amanhã....amanhã se resolve.




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Quando não se sabe...

Quando estava com Pedro ela se permitia ser pequena. Abandonava sua força, deixava de lado um tanto de coisa, um tanto de gente, um tanto de tudo que ela carregava e que, aos olhos dos outros, faziam-na ser GRANDE.
Sentia-se tão pequena que se aconchegava no peito dele e ficava sem pensar em nada.
Ela se permitia ser pequena porque ele era grande.
Grande no coração, na disposição.
E quando, por costume, ela tentava carregar o mundo dele (como fazia com muitos), ele dizia: "Relaxe. Não quero que você fique preocupada com nada...nunca!"


Parecia uma insanidade aquilo tudo, afinal, nada era dito, nada era rotulado.
Parecia que era involuntário. Sei lá.
Ao mesmo tempo era tão voluntário, era tão feito por "decisão".
Não sei. Sei que era confuso e natural.