terça-feira, 31 de julho de 2012

Estrada.

A vida é como uma estrada, a gente sempre sabe que vai dar em algum lugar.
Alguns seguem sem rumo, simplesmente seguem. Às vezes a gente até tem um rumo, mas antes de chegar no tal destino há um caminho a percorrer. Há outras cidadezinhas na estrada, e isso pode nos fazer atrasar ou perder o destino de vista. Porque se nos encantamos além da conta com as pequenas cidades corremos o risco de ficar mais tempo nelas, e com isso, o destino fica pra mais tarde.
Não que as cidadezinhas sejam ruins, são até NECESSÁRIAS, mas são apenas parte do percurso. Não merecem toda nossa atenção, dedicação,...Aliás, geralmente essas pequenas cidades são lugares de passagem mesmo, é só pra descansarmos e ganharmos fôlego para os próximos passos.
Eu sei, você sabe, há trechos na estrada que são medonhos, desertos....Olhamos para o lado e não há uma "ALMA VIVA", é só você e Deus. Esses trechos parecem demorar mais, os segundos parecem não andar. Mas continue, continuemos....a estrada sempre dará em algum lugar.
E quando passarmos pelas cidadezinhas, que saibamos que foram apenas para nos abrigar por uns minutos. Não vamos idealizá-las, cedo ou tarde a decepção vem, e a cidade que achávamos que era o Céu, em poucos minutos se transforma no inferno. E onde era pra ser abrigo passa a ser tormento que te leva do Céu ao inferno por questão segundos, por questão de...REALIDADE.
Porque é apenas isso, esse tormento todo, é apenas a realidade nua e crua diante de nossos olhos. Sem maquiagem, sem perdão excessivo, sem desculpas, sem truques.....
E olha, quando a decepção vier, chore, grite, expulse-a de dentro de você e "Keep Walking". Lembre-se, foi só um lugar que recebeu de você uma atenção indevida, e o Destino está te esperando.

sábado, 28 de julho de 2012

Tempo que volta.

Às vezes o tempo quer voltar e a gente não sabe o que fazer. Porque o tempo,...o tempo não volta. Ou será que isso é mais uma invenção do homem??? Aí, o medo fica me rondando, querendo que eu acredite que ele (o tempo) vai passar mais uma vez de forma displicente, e a pessoa que vivia NESSE TEMPO vai apenas se divertir novamente. Mas, como eu não faço negócio com o medo, dispenso-o logo! Me resta a crença de que o tempo volta. Tempo...isso sim é coisa que nós, humanos, inventamos. Então, pra quê querer limitar as mil e uma impossibilidades...Impossível, improvável, tempo...palavras grotescas que usamos para justificar covardias, medos, e mais um monte de paranoias!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Boa noite

Hora de dormir, de sonhar, de viver nesse outro lugar onde tudo é possível, até voar!Me deixe navegar por esses mares onde as tempestades não me assustam. Permita-me usufruir da realidade do sonho. Sim, eles são reais, afinal de contas, eu os sonho! Beijos (reais ou não).

O outro lado.


E hoje estou mais uma vez do outro lado da história. Do outro lado...
Estive algumas vezes (como todo mundo!), mas não sei porquê agora é diferente.
Agora está mais constrangedor...
Eu apoio e defendo o direito de todos se expressarem, de lutarem por quem estão apaixonados, por isso, não me queixo se o cara liga, insiste...Ele está no direito dele! Lembrando que o direito dele termina quando começa o meu. Por exemplo, eu acho que CIÚMES é uma coisa que alguém que você não ama NÃO tem o direito de ter. Cuidado de quem você ama é bom. Mas ciúmes...PACIÊNCIA ZERO.
Eu que, durante muito tempo, estive aqui me declarando ao vento, amando sozinha...hoje estou sendo amada sozinha, sem a tal reciprocidade. Eu não sei o que é pior pra a pessoa: se é eu deixá-lo tentar me conquistar (que é algo extremamente difícil) ou se é falar NÃO logo de cara! Se eu permito que ele tente, estou dando a ele o direito de me amar, mas ele pode se sentir fracassado depois, usado...sei lá! (caso não consiga me despertar). E se eu falo NÃO logo, ele acha que eu não estou deixando ele tentar... E pra mim, as duas opções são drásticas, aí fico em crise, agoniada...porque sei onde está meu coração, e tentar gostar de alguém por conveniência, para ter alguém ou qualquer outra coisa que não seja AMOR, me soa como covardia e imaturidade por não querer ficar sozinha.
"Antes só do que mal acompanhada", pra mim, essa frase diz o seguinte: melhor sozinha do que acompanhada de mediocridade, seja sua ou de outro. E mediocridade, nesse caso, é estar com alguém por estar, porque "foi acontecendo" , ao invés de estar com alguém por AMOR, POR DECIDIR, POR QUERER ESTAR COM ESSA PESSOA...SEMPRE!

terça-feira, 17 de julho de 2012

Minha história.

Sabe, eu queria olhar para um cara legal e simplesmente ver o cara legal, mas não consigo!
E o cara todo disposto, amável em algum momento me faz lembrar de você. E quando você aparece na minha mente, meu coração não mente.
Ahhh, eu só queria beijar esse cara legal que quer se casar comigo e me sentir num outro mundo. Num mundo em que você não exista! Mas eu não sei o que é isso que quando vou acarinhá-lo não o vejo, vejo você. E nessa hora eu o amo com toda intensidade, mas aí abro os olhos e desperto. Não é você. Me bate uma angústia depois.
Mas eu insisto, tenho que insistir! Você já virou platônico e eu, idiota.
E sabe o que é pior? Quando eu insisto com ele, além de me sentir idiota por amar você, me sinto infiel e desleal com o que sinto. Me sinto traindo você e isso me dói.
Eu não quero nem nasci pra me relacionar com alguém legal, que me faz bem e tal...Eu preciso amar. Eu preciso sentir o coração saindo pela boca, a razão sem chão...Eu preciso de inspiração pra escrever histórias, pra escrever MINHA história.

Preciso escorrer.


Acho que eu já disse tudo.
Tudo que eu tinha pra dizer. Agora, escrever sem falar não faz sentido. Por isso a pausa.
Tenho tentado levar uma vida de forma comum, e não sendo comum, é difícil pra mim.
Complicado levar uma vida sem coração. Mas percebo que às vezes é necessário, embora como disse sabiamente um amigo: "Nem que você queira viverá de maneira comum. Não lhe é permitido. Afinal, você mesma não é comum. É rara, incomum. E como pode um ser raro querer viver uma vida comum? CONTRADIÇÃO!".
Pois é, viver uma vida comum é um mal necessário que não me é permitido. Talvez seja essa minha agonia.
Agonia de SER RIO que corre mas ao mesmo tempo ama cada percurso percorrido, e por amar demais tenta represar. Mas o rio está transbordando, já guardou e se encheu por muito tempo...Precisa escorrer. Preciso escorrer.



quarta-feira, 11 de julho de 2012

Tão Clara! ( parte final)


O inverno já durava mais que uma estação, e Clara continuava com sua mania de enfrentar o frio, a falta de flores, a ausência de calor....tudo sozinha, até que aprendesse a lidar com aquilo tudo.
E o cara que havia esbarrado nela ainda a observava curioso.
Como já era parte da rotina de Clara, no entardecer ela foi andar pelas ruas. Dessa vez levou um caderno e um lápis. "Já são companhias suficientes"_ela dizia, mas sabia que não eram. Suficientes não!
Achou um lugar que parecia um pouco mais deserto, e ao mesmo tempo a protegia um pouco do vento gelado. Parecia um galpão abandonado.
E como terapia, começou a escrever sobre Pedro (aquele feito pedra!). E ela começou a entender que pra ele foi só uma brincadeira, ela que havia interpretado errado, levado a sério demais. Ela entendeu que na verdade, ela não entendeu nada do que viveu com Pedro. As coisas começaram a clarear, a neblina começou a se dissipar. "Gente, era uma coisa tão cotidiana pra ele e eu dei tanta importância! Como pude??? Foi uma coisa tão rápida e dei uma dimensão de eternidade...tsc tsc tsc"_ela falava sozinha, concluindo seus pensamentos. E cada descoberta era um tijolo a menos no mundo irreal que ela havia criado, cada conclusão dolorida deixava o personagem principal de suas historinhas cada vez menos palpável, mais transparente...quase um fantasma. "E fantasmas não são bem vindos, obrigada!".
Ela estava concentrada, de cabeça baixa escrevendo e nem percebeu que o cara que a flagrou rodopiando estava sentado ao seu lado.
-Moça, eu...
Clara olhou assustada pois não esperava ninguém. E ele continuou: "-Eu estava observando-a há alguns dias, dias que mais parecem décadas pois já considero-a familiar...
-Você, me observando??? Ou você é um bom observador ou eu estava distraída demais, pois não percebi.
-É, acho que as duas coisas. Mas no frio a distração é normal, a gente se concentra para se aquecer, para esquecer, pra permanecer...e não sobra foco, às vezes.
-Hum....parece uma boa teoria. Quem é o dono da teoria?
-Pois é, esqueci de me apresentar! Meu nome é Bento. E....qual é o nome da inspiração de minha teoria?
-Clara! Clara de corpo, alma e nome.
Eles riram, conversaram como se fossem amigos há anos. E Bento aquecia Clara. Não de corpo, mas de alma. Ele conseguiu trazer o verão pra dentro dela. Faltava pouco para que o verão chegasse como estação também. Porque a vida é assim, a gente conduz as estações.
E em poucos dias eles SE precisavam, não por necessidade, mas porque gostavam de estar juntos. Uma necessidade disfarçada de querer. E eles queriam. Queriam se descobrir, se "des- cobrir"... Mas Clara, que já havia levado ZERO na "interpretação de texto" na última prova temia acreditar em qualquer vírgula que fosse. E aprendeu com Pedro a levar tudo na brincadeira. E Bento agora teria que ensiná-la, reeducá-la.
Cada promessa dele, ela ria. Cada declaração, ela se calava. Não tinha o que dizer. Ela não sabia o que pensar.
-Clara, tenho que ir, mas volto em poucos dias.
-Como assim?
-Eu moro na Capital Federal.
-Que ironia! Então não....você não volta. (era a mesma cidade de Pedro que se foi...)
-Lógico que volto! Estou te dizendo!
-Dizendo?! Desculpe mas...dizer é tão vago. Não quero que fique chateado, é que não consigo mais acreditar assim tão facilmente. Homens gostam de brincar, de tirar o melhor do momento com a justificativa de VIVER...O problema é quando o momento envolve pessoas. Comigo vai ser complicado.
-Eu descomplico.
-O buraco é mais embaixo, Bento.
-Eu me arrasto se for preciso.
-É, tem que ter disposição.
-Eu tenho. Será um desafio.
-Ok. Desafio aceito.
E mesmo com toda essa conversa direta, aberta, Clara ainda temia.
-Mas você mora lá...
-Não interfere em nada, Clara! Faz é aumentar minha vontade de estar com você. E daqui uns dias te levo comigo.
Clara riu. O inverno passou. Já era primavera. Não só Bento, como o Céu, a terra também lhe davam flores. Toda neblina foi embora e Clara viu CLARAMENTE que o conhecido ditado é verdadeiro: "quem quer arruma um jeito, quem não quer arruma uma desculpa."




terça-feira, 10 de julho de 2012

Sobre os artistas.


As pessoas admiram artistas, mas não entendem, não aceitam...e não se permitem amá-los.
E confesso, admiração sem amor não faz sentido.
Só uma alma livre e disposta para amar sem explicação.
Ainda bem que sempre há exceções.

domingo, 8 de julho de 2012

Tão Clara!


Há algum tempo o inverno havia chegado. Dias escuros. Noites densas.
Mas ainda assim Clara resolveu dar uma volta pelas ruas desertas (no frio as pessoas se escondem). O vento cortava de tão gelado, mas Clara queria aprender a viver na frieza. Ela precisava aprender a caminhar mesmo nos dias doídos.
Não, não era promessa nem martírio. Era apenas uma urgência de sobrevivência.
Sua casa estava cheia de gente, mas ela estava cansada. Cansada de ser exemplo (ela queria o direito de errar), cansada de ser educada (ela queria o direito de gritar!), cansada de seus próprios erros e defeitos, cansada do ciúmes dos que a rodeavam (ela não suportava o peso de ser amada daquele tanto! Sim, era bom, mas ela nunca soube lidar com ciúmes, principalmente de familiares, lidar com cobrança é desgastante...e ela, ela era rio que corria, desaguava, fluía...e ciúmes a prendia, sufocava, irritava! Só admitia ciúmes do amado, e olhe lá!).
Ser a alegria e força de muita gente estava deixando-a pesada. E ela era rio, mas também era vento leve, e vento quando fica  pesado vira tempestade. E tempestade ela não sabia ser.
Por tudo isso, e mais umas coisas que ela não contava, Clara andava sem rumo pelas ruas naquele inverno que já durava muito tempo.
Sentou-se no meio-fio, pernas juntas, queixo sobre os joelhos. Olhava cada detalhe que estava ali, lembrava de cada detalhe que estava lá...lá na memória do coração. E quando ela lembrava, sua memória trazia o Sol, aquecia e Clara ria sozinha. Nesse memória que a esquentava, morava Pedro (feito pedra!). Pedro sempre soube fazê-la rir ainda mais que o normal, e agora ele só habitava em suas lembranças, em cada olhar de Clara. Eu disse SÓ?
Mas até disso Clara estava cansada. Das lembranças. Por isso permanecia exposta à toda aquela frieza, exposta ao vento congelante...Quem sabe não congelaria e destruiria esse lugar surreal que ela havia criado na memória?!
Num desses dias em que ela estava caminhando e girando com os braços abertos livremente no meio da rua, alguém a observava. Nos dias de frio onde todos desaparecem alguém a notava e ela nem percebeu. E cada giro que ela dava  a deixava mais tonta porém mais lúcida para as coisas essenciais. O mundo girava e ela conseguia ver tudo passando na sua frente. Pessoas queridas, viagens, momentos, pessoas não queridas, ...e as coisas que não tinham raiz despencavam pouco a pouco. E seus rodopios ficavam mais leves, mais musicais, mais sensoriais.
-Ops, perdão!_ ela esbarrou em alguém. Também, né, já estava tonta!
-Não foi nada. Eu que peço perdão por interromper esse momento raro de se ver no mundo, essa liberdade e coragem.
Clara deu um sorriso de alívio, pois tinha esbarrado em alguém que não a julgou, pelo contrário, leu-a. Baixou os olhos meio sem graça e o olhou novamente. Ele ainda a olhava. Ela que sempre foi a observadora, agora estava sendo observada. Mas sem preconceitos, apenas observada.



[continua...]

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Paro.

Ando cansada. Aliás, nem sei se ando. Só sei que cansei.
Acho que vou parar por aqui.
Tem sombra? Alguma pedra pra eu me encostar? Alguma flor pra me acariciar? Meu olhar já não consegue distinguir o que há.
Parei.
Acho que preciso descansar. Pensar, voltar a sonhar...pra depois voltar a caminhar.
Porque do jeito que estou já não dá. Sem magia, sem graça, sem um amor...Ah não! Não tem cor! E não tenho vocação pra cinza.
Vou ficar quieta por um tempo, acalmar a alma. Meu corpo pede calma.
Aí quem sabe, voltar a ouvir os sussurros das árvores, a música do vento, o abraço caloroso do Sol. Tempo. Calma. Fé. E tudo volta a ser o que sempre foi, o que é.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Reciprocidade.

Reciprocidade deveria ser obrigatória, né?! Seria mais justo e digno. Mas quem disse q o mundo é justo? Digno então...
Seria tão mais agradável se ao sorrirmos nos sorrissem de volta. Com verdade, genuinidade.
Seria tão mais confortante se ao chorarmos nos abraçassem. Com vontade, sinceridade.
 Seria tão mais fácil se a gente caísse e tivesse pessoas dispostas a saírem de seu "EU" e estendessem a mão.
Seria tão incrível se ultrapassássemos a tal reciprocidade (quando deparadas com sentimentos não legais). Aí seria desconcertante se nossas reações sempre envolvessem o amor, porque assim, se alguém te odiasse você simplesmente lamentaria e, mesmo que de longe, o acariciaria. Assim, a frieza, indiferença, egoísmo...e tudo que é desumano acabaria. Será tão sublime se, a gente  amar pessoas, e elas valorizarem o amor, e por assim ser...nos amarem de volta. Será, será sim.
É...porque amar é muito bom, mas melhor ainda é SABER e sentir esse amor de volta também.

Nem tudo é dito.

Das tantas coisas que eu disse o que é real e o que é poesia? Por que tentam colocar essas duas coisas como opostas? Minha realidade é poesia, minha poesia...realidade.
Poesia é só minha forma de ver, é só o filtro de amor que uso para enxergar a realidade.
Às vezes me canso de dizer e eu queria expressar tudo que sinto e vejo sem ter que explicar, sem ter que falar. Mas quase ninguém entende o que não é claramente explicado, justificado. Como se houvesse justificativa para as coisas importantes!
E é isso que me abala, saber que querem explicações lógicas para as coisas importantes. Coisas importantes...Ou, que ao menos, deveriam ser.
Por exemplo, a alegria de realizar o trabalho tão esperado! Não, isso não tem como descrever.
A satisfação e sentimento de plenitude quando se está com o filho no colo.
O amor...Ahh o amor! Quem me dera se a pessoa amada captasse toda intensidade que sinto sem eu ter que gritar, escrever ou sei lá o quê.
Quem me dera se a pessoa amada percebesse e assumisse que percebeu. É, porque tem gente (pouca gente) que consegue ver o invisível, tocar o abstrato mas não nos falam que sabem, deixam-nos sem resposta pra esse amor (nem que seja um "eu sei"). Desfrutam de nosso amor sem ao menos dizer "obrigado".
O grande problema é que quando não sabemos como reagir diante do sublime (do amor), não reagimos, e isso causa na outra pessoa uma sensação de indiferença. E como a indiferença dói, machuca! É como se todo amor que sentimos fosse inútil. E não é. Eu sei que não é.
Tem dias que penso em parar de escrever, descrever. Mas se não entendem nem quando é escrito, quanto mais se não for dito! Aí, por amor, por amar volto a falar.