segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Mudança.



Abandonar até o que é grande.
Encaixotar coisas pequenas.
Empacotar os detalhes.
Passar fita de identificação, depois uma outra fita adesiva pra não ter perigo de nada escapar.
Algum presente para embalar? Não, não.
Algo pra doar? Também não.
Mas antes de jogar tudo nos devidos lugares, limpo cada cantinho.
Não quero levar nada daqui. Nem poeira.

Estou ME mudando, estou mudando e estou de mudança. Três coisas distintas.
Se vou levar os pacotes e caixas para algum lugar?
Não sei. Ainda não sei pra onde vou, nem quem serei ou se cabe história no novo.

Algumas caixas molharam. Era involuntário mas minhas lágrimas corriam como se quisessem se juntar ao que já foi sonho (irreal, mas foi).
Papelão molhado logo se desfaz. Fiquei com medo de algum detalhe vazar da caixa e grudar em mim, e antes que todo meu trabalho de me DESFAZER fosse em vão...Me levantei do chão.
É...do chão...Porque é lá que a gente fica quando tudo desmorona. É lá que a gente fica quando não sobra orgulho, quando a decepção te abraça...é lá que EU fico, no chão.
Mas não se engane, não fico por muito tempo não.
Antes que qualquer resquício de amor me envolvesse, me levantei num pulo só e em poucos segundos eu estava diante da porta. Agora, do lado de fora, com a chave na mão.
Porta trancada.
Quanto à casa e tudo que estava dentro...Não sei. Não quero olhar pra trás.
As traças devem comer tudo, a poeira deve cobrir...
Aí amanhã eu vou sorrir.

Um comentário:

  1. Mudança é tão complicado... Já mudei tantas vezes e morei em tantas casas...
    Agora preciso "ir pro interior do meu interior" ...

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