terça-feira, 27 de julho de 2010

É uma questão de preferência.



Há dias que eu estava pensando no assunto, e hoje foi um dos temas de um programa de TV. Talvez você adivinhe do que se trata. Aliás, tratamento é uma coisa muito presente nesse tipo de gente.
Espelho não é apenas reflexo, é a companhia deles.
Vaidade excessiva não é um dos sete pecados capitais, é um modo de viver.
Tempo é uma coisa que eles têm...pra eles!
Espaço? Só se for para os trocentos cremes.

Ahhh nãooo minha gente! Pra MIM, não dá.
Imagine só se...um cara me chama pra sair e gasta mais tempo pra se arrumar do que eu.
Ele provavelmente não vai reparar na roupa que estou ou qualquer outra coisa...Afinal, ele tem que verificar se ELE está impecável! E claro, estará sedento por um elogio!
Chegando no restaurante, ele dá de cara com um espelho e deve ficar pensando que talvez ele devesse mudar de salão, pois sua sobrancelha está mal feita.
Provavelmente, enquanto conversamos ele perguntará qual creme uso, ou dirá que meu cabelo precisa de uma hidratação.
Imagine se eu tiver tido um dia de cão, e não ter tido tempo de fazer as unhas...achará um absurdooooo!!!
Sinceramente, ele está a um passo de querer que eu pague a conta também!
Bom, é incrível a semelhança mas não estou falando de narcisos e sim de metrossexuais.
Não estou dizendo que o cara tem que ser um suíno, nãoooo!!! Tem que ser cheiroso e gostoso....se cuidar. Mas sem exageros! A mulher da relação sou EU, caramba!
Podem me chamar de machista ou o que for, na verdade eu só acho que homem é homem e mulher é mulher. E que suas diferenças devem ser preservadas.
Metrossexuais...tem quem goste. Mas EU prefiro homens.

(Odeio escolher título! E nada me vem na cabeça agora, portanto...)

Durante uma rápida viagem, meus pensamentos conseguiram ultrapassar o vôo que me transportava.
Chegavam a todo instante, sem ordem, sem lógica. Aí peguei minha agenda e descarreguei tudo. Coitada! 5 textos de péssima qualidade em uma hora!
E o pior é que depois descarreguei aqui.
Mas agora vim, justamente, explicar a baixa qualidade desse blog ou a inconstância de sua qualidade.

Sei que o que escrevo, às vezes, é bem chato, infantil e repetitivo. E que, talvez, os textos deveriam ser peneirados.
Mas isso aqui (Dupla Delícia) é o que acontece no meu íntimo : às vezes confuso, às vezes direto; às vezes bom, outras ruím. ...às vezes repetitivo ( eu já disse isso, né? essa coisa de ser repetitiva...Dessa vez foi de propósito! )
E sabe, não acho tão interessante que vejam apenas as minhas boas escritas. Pois já que aqui é um reflexo meu...é preciso que saibam e conheçam também meus rascunhos.
Tô perdoada?
Eu quero parar
Minha cabeça quer descansar
Sim, me canso de escrever
Minha mente é que não faz por merecer!

A Lista.

Emilio
Vandré / Karin
Dedêi / Daniel
Leandro Pezão / Aliny
Lidhi / Grazi Sebba
Estevão / Kleyse
Luana Matos / Carlinha
Christian / Alisson
Bruno 1/2kg / Lilo
Joãoooo / Chris Londe


obs: sem perguntas.

Meu Pequeno Dicionário-Palavra

Palavra é só a vontade que as letras têm de se juntar e se amar.

Obs: até as letras sabem que, juntas, elas têm mais significado.

[ . ]

Mas veja só,que ironia, me esqueci de esquecer você.

E não tem jeito
É inegável
Quando vejo simplesmente seu nome
Meu coração dispara
Minha mente...PARA.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
[.]

Vai passar....

O amor bateu na minha porta, eu fingi que não era comigo.
Mas não deu. Eu já não era 'eu'.
"Droga! Me apaixonei!", pensei.
Ouvi um "não", justifiquei.
Vi desagrados, aceitei.

Eu bemmm que tentei!
Disse "basta".
Eu pontuei.
Desentendi.
Me escondi do outro.
O escondi de mim.
Escrevi.
Li.
Saí, caminhei.
Me xinguei. Me afastei.

Abri os olhos pra outras pessoas
Mas meu coração não enxergou.
Falei que tinha esquecido,
mas meu esquecimento me envergonhou.
Fiz cara de "tudo bem, vai passar"...
Mas não passou.
E agora,...aqui estou.

De repente...

Eu sempre tive facilidade pra amar, um amor de graça, por opção, sem condição,...um amor tranquilo. E também a mesma facilidade para expressá-lo.
Facilidade para amar no plural.
DE REPENTE, houve uma explosão aqui dentro e o amor, que tanto eu reprimia, se espalhou e me inundou.
E quando, DE REPENTE, o amor chega...assim, sem eu querer e no singular...é novo pra mim. É mais complicado, é estranho,...não consigo reagir, fico sem saber o que dizer ou fazer.
É intenso, denso, complexo.

Sabe, dizer que ama quando se ama aos poucos, quando é gradativo é bem mais fácil. Tem-se tempo pra entender, pra se acostumar e pra digerir todas as mudanças que o amor provoca.
Mas como é difícil falar "eu te amo" quando o sentimento é maior e mais forte que a palavra. Parece que a palavra não suporta o peso do amor.


"Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação."[Clarice Lispector]

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Meio assim...

Estranhamente hoje acordei 'meio assim'.
Meio tudo, meio nada.
Meio sem paciência comigo, sem a mínima vontade de me perguntar 'por quê'.
Meio tudo pra se perguntar e meio nada pra declarar.
Meio cheia de pensar nele, e meio vazia por não tê-lo.
Meio cansada de intermediar, e meio grata por poder ajudar.

Com o coração meio ocupado, e meio querendo desocupar.
Com os sentimentos meio amando, e meio irritados por amar.

Aí pensei "volto a dormir pra ver se acordo inteira".
Mas aí, veja você, nem descansar consegui.
Fiquei meio dormindo, e meio acordada.

Olhei no relógio, já era tarde, e decidi me levantar!
Levantei de uma só vez pra não ficar metade pra trás.
Olhei para o dia e, ironicamente, ele estava meio com sol e meio frio.
Eu ri, né...Fazer o quê?
Mas entendi porque eu estava 'meio assim'.
Porque hoje é o dia de ir...
Aí fico meio feliz e meio com saudade, ah...sei lá. Sei que fico meio assim mesmo.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Conversa de Pai e filha.



Cheguei em casa e lá estava ele me esperando.
Subi no teu colo, me aconcheguei e disse:
-Que bom que o Senhor está aqui, meu Pai!!! Eu estava com tanta saudade!
-Mas minha filha...Eu estava com você agora, Eu sempre estou com você!
-Sim sim...eu sei. Mas eu estava com saudade desse momento aqui, de ficar deitada conversando e rindo das besteiras que te digo...
-E como eu amo ficar assim com você, filha minha! Não que eu precise, mas EU amo estar com você, e justamente, rir de suas besteiras...
-É, o Senhor tem que ter um bom humor incrível pra aguentar a gente, né?!
Ele deu uma gargalhada gostosa e eu prossegui.
-É sério! Caramba, eu pelo menos, quando estou com raiva, cheia de mim e de um monte de coisas que nunca entendo,...fico irritada com o Senhor! Começo a te perguntar mil coisas ao mesmo tempo e nem paro pra ouvir! Nossaaa....e depois quando vejo quanta baboseira falei ou fiz, sinto uma vergonha de mim! Mas aí me lembro do seu ótimo senso de humor...
-É, minha querida, isso acontece muito, e não é só com você! Eu mimei muito vocês, dei muita autoridade (embora vocês quase nunca saibam usá-la ), ... aí vocês acabam achando que as coisas têm que ser feitas do jeito e na hora que querem. Mas não é bem assim, né?! Tudo tem seu tempo. Há o tempo natural das coisas. Não dá pra você plantar hoje e colher amanhã (dependendo do que for).
-Ah!Mas Pai, Você fez o SOL parar uma vez! E que autoridade é essa que o Senhor nos deu?
-Autoridade para serem livres! Para mandarem nos anjos, para governarem sobre os animais...(mas não para usar entre vocês!).Lembra quando disse que "nossa luta não é contra carne ou sangue, e sim contra principados e dominadores do mal"? Então...
-Ahhh...é...Mas e o o lance de você fazer o Sol parar? Tem dias que estou desorientada no meio de tanta bagunça, passando por situações que só o Senhor sabe e...
-Humm..o lance do SOL... Você ficou mesmo impressionada, né mocinha?!! Para fazê-lo eu tinha um motivo, e uma motivação genuína. Eu não vou fazer o SOL parar só por capricho seu, ou porque você não quer fazer isso ou aquilo. Enquanto vocês estão focados na situação e querem mudá-la...EU estou focado no coração de vocês. É ele que me importa! É ele que desejo transformar...Quando o coração mudar, a situação muda.
-Mas...você não aceita a gente do jeitinho que a gente é? Afinal, foi o Senhor que nos fez, né...
Ele riu, uma risada doce e disse:
-Claro que sim! Eu te amo do jeitinho que você é (assim como seus irmãos), e é justamente por isso. Eu amo tanto tanto tanto que não quero vê-los na mediocridade, com o coração corruptível, cheio de amarguras, descrença...Não! Quero vê-los com o coração cheio de Graça mesmo quando o mundo está de pernas pro ar! Que vivam acima das circunstâncias...que não dependam delas para serem felizes! Quero que sejam simplesmente como o irmão mais velho de vocês. ELE é o exemplo, o varão perfeito!
-Humm...entendi...Jesus é realmente perfeito! E que amor lindo Dele por nós...sou muito grata!
Nesse momento os olhos Dele brilharam. Ele ficou tão feliz quando disse de Seu Filho querido, de reconhecer o que ELE fez...
-Papai, eu te amo tanto que nem sei como explicar.

Ele riu mais uma vez e disse:
-Não precisa explicar...lembre-se sou teu Pai sim, mas também sou teu Deus.

Aqui não é lugar pra palhaçadaaaa! (bom, eu acho.)

Certa vez, conversando com meu irmão e contando um "causo" de um cara que eu havia conhecido...Achei incrível a primeira pergunta dele! Advinhem! Ahhh vocês não vão conseguir mesmo..eu conto.
-Você fez alguma piada???
Genteee...fiquei pasma com a pergunta!Será que faço isso assim tão naturalmente? Ferrou!

Aí... um dia me perguntaram:

-Renata, eu adoro seus textos, mas...por que você é tão densa ao escrever? Cadê seu lado idiota, piadista no que escreve?

Eu, que estava ao seu lado, me posicionei na sua frente com cara de nada e disse:
-AQUI.- e prossegui - Ok ok...tentarei responder. Bom...Já sou idiota normalmente, já faço piadas de minha própria desgraça (quando ela acontece), já me distraio com o nada...Alguma hora eu tenho que falar sério, senão não me levam a sério. Nem EU!
O que escrevo é o que penso, o que sou é o que não penso. Ou seja, idiota. Não idiota no sentido pejorativo (se é que existe outro sentido!), mas...se eu pensasse tanto quanto o faço quando escrevo, não teria tantas idiotices pra contar. Ou você acha que falar de sentimentos, atualmente, não é visto como uma coisa completamente idiota?

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Como me deixar feliz?



Me ligue, me chame. Não seja distante, me faça importante.
Me dê um sorriso, um 'bom dia', um abraço...Me pegue, não me solte, me solte, mas volte.
Se for demorar, me avise pra eu não chorar.
Se eu chorar, se importe, me conforte.
Só não me esqueça...

Mas se ainda assim achar complicado...
Permita-me ser sua sem pensar no 'porquê'
Deixa eu te ligar, te procurar, te achar.
Te dou um sorriso, um abraço, uma 'boa noite'...
Te pego, te aperto,...o importante é te ter perto.
Se sentir medo pegue minha mão, jamais te diria 'não'.
Se quiser ficar sozinho, eu saio, mas volto pra nosso ninho.
Se você precisar, eu paro o que tiver fazendo no mesmo instante, pois pra mim você é mais importante!
Se tiver confuso, uma certeza pode ter: do meu amor por você.
E isso você não pode esquecer.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Assim é que não devia ser.

-Eu te amo...muito mas...Não, assim não dá mais! Meu coração não aguenta tanta indecisão...por favor, vá embora. _ ela disse chorando.
-Mas se você fechar seu coração, onde meu amor vai morar?

Sobre as pessoas...

O que as pessoas não entendem é que por trás da cortina é que está toda magia.
Quando ela sobe, fica apenas o permitido, o óbvio, o raso. E a maioria, confortável em sua poltrona, aplaude satisfeita.
Mas quando ela desce, um mundo encantado e profundo vem junto.
Porém só os dotados de um profundo apreço por gente é que invade o palco e se permite conhecer e ser conhecido.

Não importa como, apenas me chame ( VII ).



Final de tarde.
Lá estava Emanuel sentado diante do mar, esperando.
Dessa vez ele não tinha calma nem paciência. Estava agitado e cantando pra tentar relaxar e fingir discontração.
Depois de uma hora, que mais parecia uma eternidade, sentiu uma mão em seus cabelos.
Nina chegou.
Ele se levantou e a abraçou fortemente. Ela chorou e se desarmou.
Ele se sentou na areia e, ao lado dele, ela se deitou olhando para o Céu.
-Nina, meu amor, eu...
-Espere! Não fale nada ainda. Preciso te contar uma coisa.
-Eu já sei! Recebi a carta e desde então venho tentando falar com você!
-Não...não é isso.
-Se não é...então o que você tem a dizer pode esperar.Sabe, ...eu vinha lutando comigo mesmo e nada consegui. O que eu sinto não pode mais ser reprimido ou ignorado, e preciso te dizer que eu sempre a amei, e....
Nina ficou um pouco espantada com a declaração assim, mas teve receio de que ele estivesse falado aquelas coisas por causa de Sofia. Então o interrompeu:
-Só Deus sabe como eu esperei ouvir isso de você mas...Eu perdi nossa filha. Ontem mesmo. Não aconteceu nada de mais, não fiz nenhuma extravagância...O médico disse que isso acontece até o terceiro mês.
- Terceiro mês?
- Sim, quando eu te contei já estava com quase dois.
Nina falava ainda olhando para o Céu, enquanto lágrimas desciam discretamente. Ela tentava ser forte mas não era tão fácil.
Emanuel se deitou também, puxou-a pra mais perto. O silêncio se instalou por alguns minutos, até que...
- Lamento muito por nossa filha, eu a desejei fortemente. E mais ainda desejo ter um filho com você! Eu poderia julgá-la, como sempre fiz erroneamente, diante dessa história de você ficar noiva de um cara que você não ama. Mas a coragem que a motivou a isso, tentando dar segurança e família para Sofia...me fazem a admirar ainda mais! Eu te amo como nunca havia amado alguém, por isso não sabia o que fazer...[...]Nina, me diga alguma coisa!
-Nina?, falou ela esboçando um sorriso.
-Como devo chamá-la?
-"Minha querida", quando estiver zangado comigo. "Delícia", quando me desejar. ". E "Meu amor", quando estiver muito feliz, me desejando, me amando,...
-MEU AMOR...MEU AMOR...
-Não importa como, apenas me chame.




FIM.

Não importa como, apenas me chame ( VI ).

O que Emanuel não havia pensado é que já fazia quase um ano desde que eles se encontraram pela primeira vez 'naquela' praia. E quando se deu conta viu que a mantinha ali no canto de seu coração, escondendo-a dele mesmo. "Essa desatenção geral com os acontecimentos e com seu íntimo não era a própria essência do amor?"
Mas ele não era muito de mudar de opinião, achava que isso demonstrava força e personalidade, ou...simplesmente por orgulho mesmo. Mas é particularmente importante para aqueles que nunca mudam de opinião ter a certeza de julgar com justiça desde o início.
Ao pensar em Nina milhares de pensamentos e lembranças se conflitavam."Sim, algumas semelhanças mas...Nem mesmo lemos os mesmos livros! E provavelmente nunca os encaramos com os mesmos sentimentos!...Não consigo formar uma imagem que me satisfaça...", refletia Emanuel.
"Sensata como ela é, me espanta como se deixa enganar tão facilmente pela loucura dos outros! A docilidade afetada é bastante comum, mas essa docilidade que beira a tolice em alguém tão inteligente...me aborrece. Essa capacidade de ver o lado bom de todo mundo, e ainda torná-lo melhor, ignorar o lado mau, são coisas que lhe pertencem quase que exclusivamente! E não sei por quê isso me irrita tanto!", prosseguia com suas indagações sozinho. Ele não costumava falar muito de si para os outros, talvez nem UM amigo soubesse o que realmente se passava em seu coração.
Dotado de uma rapidez de pensamento e observação, preferia pensar sozinho pois achava que se compartilhasse poderia sofrer alguma influência.
Mas às vezes é desvantajoso ser tão reservado. Se alguém esconde a sua afeição com igual habilidade daquela que constitui o objeto dessa afeição pode perder a oportunidade de conquistá-la, de assumir pra si um amor e vivê-lo. Pois, embora iniciar um romance seja algo simples, poucos são os que tem o coragem para se apaixonarem sem o encorajamento alheio.
"Eu nunca, nunca prometi nada. Se bem que não estamos falando de promessas e sim de sentimentos...Droga! Que confusão estou sentindo! Se, ao menos, eu a encontrasse para conversarmos..."
Emanuel achava que apenas havia sido prudente. Mas quem foi que disse que a prudência consiste em resistir?

Irritado já com tantos pensamentos, ele foi até o antigo apartamento de Nina.
E quando ia entrando, alguém que estava conversando olhando pra trás esbarrou nele.
-Nina...
Ela ficou pálida e uma mistura de alegria com raiva a invadiu. Raiva por ainda amá-lo e alegria em revê-lo.
Paulo a esperava no carro. Ele a abraçou e ela, meio sem jeito, correspondeu.
-Eu quero falar com você!
-E eu precisei tanto falar com você...Mas agora não dá. Paulo está me esperando no carro.
-Paulo? Quem é Paulo?,- e antes que ela pudesse responder, ele continuou - Me encontre hoje na praia, no mesmo lugar...
Nina sorriu apenas com os lábios. Havia uma certa tristeza em seu olhar. Mas não disse nem que sim nem que não. Simplesmente se foi.

No carro, Paulo e Nina seguiram em silêncio para a casa de Carla. Ela tinha apenas ido buscar correspondências em seu antigo apartamento, aproveitando a hora de almoço de seu noivo. Ele a deixou em casa e seguiu para o trabalho.

-Carla, você não vai acreditar! Eu acabei de ver ele!!!
-Ele quem?
-Como, quem? O Emanuel!
-Nina, minha amiga...cuidado com o que vai fazer. Você tem uma persistência que a vontade dos outros é incapaz de intimidar. E isso me assusta!
-Mas eu nem te disse nada!
-Minha amiga, te conhecendo como conheço, nem precisa dizer. Só estou falando pra você tomar cuidado pra não se machucar novamente...
-Hum...tudo bem.


(continua...)

terça-feira, 20 de julho de 2010

Não importa como, apenas me chame ( V ).



"Se foi pego de surpresa, saiba que não está só. Eu fui pega de surpresa em tudo, quando descobri amá-lo, quando descobri não tê-lo, e quando descobri um sonho sendo gerado de uma forma não muito esperada.
E se você se esforça pra ler tantas palavras de uma só vez, meu esforço não foi menor ao escrevê-las. Tudo isso poderia ter sido evitado se meu caráter não exigisse que ela fosse escrita e lida. Portanto, se algo te ofende ou agride, tenha a absoluta certeza que não tenho essa pretensão.
Não me julgue por decidir assumir um sentimento depois de tanto tempo[...]
Embora eu saiba que você também sonha com um filho, depois de tantos acontecimentos estranhos que resultaram em ofensas sem razão, relutei pra contar-lhe. Relutei não por imaginar que você não amaria o próprio filho, não, mas por imaginar que gero um sonho do homem que amo e que nunca soube se me ama também. Covardia? Sim, assumo! Mas sinceramente não sei até onde vai a minha covardia e onde começa a sua em não querer aceitar me amar..."

Esse é apenas um trecho da carta, de duas páginas, que Nina expulsou de dentro de si.
"Sentimentos não devem ser guardados, sobretudo devem ser expressados", Nina falava pra si, pra explicar tantas palavras naquelas folhas.

Emanuel queria vê-la mas por fugir do que sentia por ela, é possível que suas fugas não tenham tido tanto sucesso e encontrá-la poderia remeter-lhe as consequências.
E num confuso estado de espírito, cheio de pensamentos que não repousavam em coisa alguma, pegou o telefone e ligou pra Nina.
Ligou duas vezes sem sucesso, o telefone chamava até cair na secretária eletrônica.
E na terceira tentativa...
-Alô, Nina?
-Pois não...
-Nina, meu amor, é você?
-Desculpe-me, senhor, deve ter sido um engano. O senhor não é a primeira pessoa que procura por essa Nina...Eu comprei esse telefone há um mês com chip e tudo e...
-E você sabe onde eu a encontro? Sou o homem que ela ama e que ...
-Senhor, desculpe não poder ajudá-lo mas, se você que é 'o homem que ela ama' não sabe...
-É...bom...obrigado. Mas...se você tiver alguma novidade sobre a ex-dona desse telefone me ligue, por favor. Meu nome é Emanuel.

Depois do assalto que sofrera, Paulo havia dado um novo celular para sua amada e ambos preferiram um novo número de telefone para uma nova vida. (no início ela até se preocupou caso Emanuel ligasse, mas ele nunca ligava!)
Sem ter notícias de Emanuel após um mês de ela ter enviado a carta, Nina havia contado sobre Sofia (sua filha..É..era uma menina!E sua gestação já estava no terceiro mês) e Paulo disse que assumiria a criança e a pediu em casamento!
Nina disse que pensaria. E ela pensava, pensava muito mas pensava em Emanuel. Pensava que ele apareceria e a levaria para uma outra realidade.
Ela gostava de Paulo, ele era um bom homem, bonito, educado, trabalhador, a amava mas não fazia-a perder o rumo, a respiração, não arrebatava seus pensamentos nem tinha seu coração.
-"Nina, você sabe que sempre torci pelo Emanuel, para que vocês ficassem juntos mas ele não quis. Você precisa entender isso. Apesar de até eu me confundir e achar que ele um dia a amou...ele não amava! Se amasse estaria aqui do seu lado". dizia Carlinha. Ela era sempre muito pontual no que dizia, ia direto ao assunto.
-"Mas Carla, eu não acredito que eu tenha me enganado tanto!", defendia Nina.(seu temperamento não era muito inclinado à desconfianças).
-"Ahhhh é SIM, querida. Você acredita nas pessoas, sendo assim, te enganar não é lá´muito difícil."
-"Mas você também achou!"
-"Tá. Achei. Mas não acho mais! Vira a página, Nina!"
-"Eu virei! O que você acha que estou fazendo com o Paulo?"
-"Sinceramente? Se enganando! Decida esquecer o Emanuel de vez! Pare de esperar que ele reapareça!"

Do outro lado da história também havia um conflito, mas um conflito entre Emanuel e ele mesmo.
Ele levava sua vida normalmente,trabalho, amigos, 'curtições', 'pegações'... mas sempre pensava em como iria encontrá-la. Já tinha procurado pelo endereço do remetente da carta, mas Nina nunca estava.
(ela havia trancado o apartamento,e ido passar uns tempos na casa de Carla...pra não ficar sozinha durante a gestação. Já que, por mais que gostasse de Paulo, fugia da idéia de se casar com ele, pois assim anulariam as chances de viver com Emanuel)
O problema é que ele não era muito acostumado a lutar por alguém. Em toda sua vida, quando chegavam os desentendimentos ele simplesmente dava um basta, sendo assim nunca superava os pequenos problemas de convivência/ relacionamento. E sempre pensou que "mulher tem de sobra!"


(continua...)

Não importa como, apenas me chame ( IV ).



Paulo buscou-a em sua casa e foram jantar com alguns amigos.
Conversaram, divertiram-se, mas Nina não estava inteira, embora soubesse que era necessário deixar suas reflexões para suas horas solitárias. Sem perceber, Nina já estava namorando ele. "Mas namorar por consequência de fatos e não por escolha? É estranho isso...", pensava.
Ao voltar pra casa ela se entregou aos seus pensamentos com alívio. Diante do espelho ela ensaiava como iria dar a tal notícia para o rapaz(rapaz que embora ela não assumisse, o amava). Ela sentia uma alegria contida por saber que carregava um filho, esse era um sonho antigo. Mas ao mesmo tempo temia pela reação de Emanuel.
Quando se lembrava dele, ficava cheia de doce vontade, de saudade, mas quando seu pensamento prosseguia chegava num ponto que despertava seu descontentamento, por exemplo quando se lembrava do descaso com que ele tratava seus sentimentos.
Por não saber o que sentia, também não sabia como deveria agir.
Ela pegou papel e caneta e escreveu a carta que contaria a notícia. Como já era tarde...Nina dormiu com a caneta ainda na mão.
Ao acordar, Nina deparou-se com os mesmos problemas que a fizeram dormir. E para resolvê-los mandou a carta pelo correio.
Depois de mandar, apesar de tentar se justificar dizendo que havia tentado falar com ele pessoalmente, sua consciência a acusou e ela teve vergonha. Mas, já estava feito.
Ligou pra Emanuel e tentou marcar um encontro mas, como sempre, ele não "podia".
Sua vergonha pela covardia em não falar frente a frente diminuiu.
Nina andava muito distraída na rua, imaginando com otimismo que Emanuel ficaria feliz com a notícia. Distraída, distraída demais. Acabou sendo assaltada.
"Era só o que me faltava!", falava indignada e rindo nervosa da própria situação.

Ao chegar em casa, Paulo a aguardava e após ela contar dos ladrões, ele a abraçou e ela desabou a chorar.
Paulo sempre estava ao seu lado.

E dentro de apenas dois dias, Emanuel recebeu a carta. Estranhou e leu com uma ansiedade que quase o impediu de compreendê-la. As palavras pesavam. Respirou fundo e releu. A perplexidade sobre o que estava lendo o incapacitou de chegar a qualquer conclusão naquele momento.
Na carta, ela não só contava do filho como também assumia todo amor que sentia e sua decepção com o descaso dele.
"Não era descaso, eu apenas sabia que não podia me envolver naquele momento da vida e também tive medo. Tive medo ao ver que meus sentimentos me surpreendiam...meu ciúmes,...tudo."-Emanuel era de uma racionalidade e praticidade admirável e às vezes lamentável. Mas por alguns instantes assumiu o que sentia e outra sensação invadiu-o: a sensação de que estava perdendo algo ou alguém, e no caso agora duas pessoas!


(continua...)

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Pronto, falei.



Convencionou-se a tantas coisas, cria-se paradigmas de mais outras tantas e ninguém, NINGUÉM PARA PRA PENSAR!
Dizem que fulano é inteligente (o que de fato pode ser) e se ele diz merdas ou dissemina uma forma desumana de pensar...Aplaudem!
(Hã?)
Diz-se que o sarcasmo é um humor inteligente...(Pode até ser, mas tem seu limite!)
Divulga-se que traição é normal e lealdade é o que deve se esperar....e, convenientemente aceita-se. (e desde quando essas duas coisas andam separadas?)
Diz-se que falar o que sente é besteira! (Já que é assim...Aliás, sentir é uma besteira ,não é mesmo?)
Aí começaram a se irritar com quem tem caráter, e o 'mau caratismo' passou a ser venerado e engraçado ! (ENGRAÇADO?)
E o cara 'filhodamãe'(perdão aí, mas é que não dá!) que sacaneia as mocinhas (ou vice-versa. ) e os amigos é O CARA! (SEM COMENTÁRIOS.)
Convencionou-se a achar textos que falam de amor, aliás, falar de amor é fora de época e brega. (E sabe o que é pior? ACHAM!)
Chorar por amor então....Nem se fala! É irreal ! (Venho dizer que não é irreal! É humano! E não é vergonhoso assumí-lo)
Ahh tá...certo é sair pegando o maior número de pessoas possível, sem a menor 'objetividade'?! (Não estou dizendo que seja errado, mas isso é mais aceitável do que amar assumidamente?!)
Depois disseminam a idéia de que ser otimista é querer viver no mundo de "Poliana"(a do Livro de Eleanor H. Porter). (Ahhh tá...e o que devemos fazer então? Matar todo mundo já que ninguém presta! Com exceção de fatalidades...A gente tem do mundo o que a gente semeia e acredita)
Divulga-se que legal mesmo é ser livre e usar drogas. (Alouuuu, liberdade e drogas são duas coisas opostas! Se você usa é porque depende pra te deixar "livre, alegre...")
Ainda vem com uma conversinha mole de que um monte de coisas absurdas (pelo menos deveria ser) que se faz é normal. (Normal nãooo! Pode ser comum, mas normal está longe de ser!)
Fala-se 'mal' de livros de 'auto-ajuda' ou mesmo de psicologia, e o povo concorda sem mesmo antes ler algum BOM.(Claro, afinal quem hoje quer olhar pra dentro? Pra olhar pra dentro é preciso coragem. E... Alguns já se acham inteligentes demais para aprender!)
Critica-se quem crê em Deus pois se dizem intelectuais e o povo assina embaixo. (mal sabem que a maioria dos estudiosos, físicos, justamente por estudarem tanto chegam a conclusão de que Deus existe!)
Divulga-se historinhas de que é bom ser auto-suficiente, criam métodos, robôs e sei lá mais o quê, e a galera vibraaaa! (aí acabamos vivendo num mundo que ninguém precisa de ninguém...só das máquinas. Então, a morte se instala com toda a liberdade que damos...A morte emocional. )Depois, baseados em desgraças concluem que se Deus existe, ele não está nem aí pra gente! E a maioria carente de resposta...acha que isso é verdade.(Não, não é! É mentira! Na verdade, tiramos Deus da jogada..queremos fazer do nosso jeito, ser "auto-suficientes", semeamos coisas ruíns e depois queremos culpá-LO por nossas escolhas?! E Deus agora virou bode expiatório? ELE já foi o Cordeiro Expiatório, mas só usufrui quem crê!)
Aí chega um cara e diz no 'Jornal Nacional' que felicidade não existe, e os jumentos (perdão, mas me irrito com essas coisas) acreditam e se apegam àquilo!

Prestem atenção! Estão criando um mundo em que a gente concorde com tudo que dizem (progressivamente) e assim manipulando nosso pensamento.

Dizem tanta coisa e cria-se tantos "porquês" que muita gente já está pensando naturalmente "como se deve" ou como se dita!
Dentre tantas coisas, só vou falar o seguinte: Amor, Felicidade e Deus existem. Mas todos dependem de você acreditar ou não. Fica a dica!

Falo só pra galera ficar mais atenta e parar de ir pra onde a maré vai. Imagine só se a maré vai de encontro com as pedras...Já era.

Pronto, falei.
"Não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente."

Finalmente...Inteira!




Ultimamente meu lado introspectivo estava mais dominante e as conversas 'aqui' sempre terminavam pontilhadas...
2 -Caramba Renatinha, o que está acontecendo com você? Não é a que eu conheço!
3 -Claro, Rê...Porque você nunca se permitiu conhecer...
2 -Ok. Prazer! Achei muito bom tê-la por alguns dias, mas chegou minha vez!
3 -Como assim? Então...
2 -Exatamente! Então pegue suas coisinhas e 'bye-bye'!
3 -Olha só...Preste atenção numa coisa. A Renata tem vc e a mim, portanto você não pode me mandar embora assim...
2 -Posso. Posso sim! Aliás, ela é quem deve decidir quem vai e quem fica!
1 -Quietas...as DUAS! Preciso das duas para que haja um equilíbrio. Entendem o que significa a palavra EQUILÍBRIO? NEM MAIS NEM MENOS DE UMA OU DE OUTRA! AS DUAS IGUALMENTE! Preciso da ousadia e independência da Rê, e da reflexão e docilidade da Renatinha. Não quero brigas, nem uma puxando o tapete da outra! Cada uma deve saber a hora de aparecer! Estamos entendidas? Assunto encerrado e retomemos a vida.

E assim, concordamos, e cá estou EU inteira.

sábado, 17 de julho de 2010

Não importa como, apenas me chame ( III ).



Depois da primeira 'última tentativa' de Nina encontrá-lo, que acabou dando certo, ela voltou pra casa feliz, satisfeita por não ter se decepcionado com o "destino".
Preparou o café-da-manhã para seu avô, como de costume, ajeitou a casa e como já estava com a cabeça nas nuvens...aproveitou e colocou os pés também. Se deitou e dormiu um pouco antes de ir trabalhar.
Emanuel foi direto para o trabalho (ele já estava acostumado a esse tipo de acontecimento). Estava todo disposto, e alegre com o acaso (que não era tão acaso assim. Embora não assumisse, ele também saiu de casa com o intuito de encontrá-la).
Os dias passavam e lá estava ele...trabalhava, vez ou outra pensava nela, justificava pra ele mesmo coisas injustificáveis...No final de semana, mantinha sua rotina normalmente. Via os amigos, se divertia, trocava de par romântico (ou às vezes repetia, mas nessa troca-troca Nina nunca estava, nunca estava entre os seus), ...Tudo muito comum, algumas coisas admiráveis e outras aceitáveis.
Às vezes batia uma vontade repentina de vê-la. Aí ou ele ignorava essa vontade estranha e inventava motivos para não saciá-la, ou se lembrava da resposta dela quando perguntada quando poderiam se ver..."quando quiser!". Seguindo a segunda opção, ele ligava e eles se encontravam. Era tudo muito bom até que...

Do outro lado da cidade, Nina também continuava sua vida mas não 'tão normalmente'.
Continuava com suas coisas, com seus afazeres, seus trabalhos...mas com um porém, sempre pensava na hipótese daquele rapaz tão cordial lhe fazer um pouco de companhia.
Lembrava-se das coisas que aconteceram tão rapidamente, e às vezes pensava que podia não ter sido real, verdadeiro...Podia ter sido um simples devaneio.
Não que não tivesse acontecido, mas que não teria sido assim tão incrível pra ele.
Ela criava mil e uma histórias na sua cabeça pra tentar explicar o óbvio: ele sumiu.
Não, ela não morria de sofrer, apenas ficava no 'querer' não concretizado. E isso pra qualquer um é frustrante! (bom, isso é o que ela explicava pra ela mesma quando não queria assumir maiores sentimentos por alguém que 'supostamente' não se importava com ela. E às vezes funcionava. Ela acreditava nisso por algumas horas)
Quando a saudade apertava automaticamente o orgulho ia embora. Ela ligava pra ele, aí se ele não tivesse mais nada pra fazer, eles se encontravam.
Sempre que estavam juntos era muito bom até que...

Até que ela se cansou de viver de migalhas, de sobras de tempo...e parou de esperá-lo(pelo menos externamente.. Por dentro só ela sabia!).Ela continuava com tempo disponível, priorizando-o caso aparecesse...mas não estava mais disposta a se abrir. E as coisas foram mudando...
Emanuel não pensava que dava as migalhas pra ela, era apenas uma questão de agenda.(ou...falta de prioridade). E ao perceber essa mudança dela se irritou.
O que Nina não entendia era simplesmente que Emanuel gostava dela.
Ele dizia gostar, quando eles estavam juntos ela sentia que ele gostava, mas depois...o 'gostar' dava espaço à ausência contínua dele. E não dá pra entender como alguém gosta e não quer estar perto.
Nina entrava em conflito, não sabia se tentava entendê-lo ou se o que ela fazia era procurar uma justificativa para a falta de iniciativa. Temendo ser burra ao extremo, preferiu acreditar que não existia justificativa que justificasse. Era simples. Ele não sentia nada.

Eles passaram a se desentender por coisas idiotas, e isso sinaliza duas coisas: o relacionamento tinha se desgastado e precisa ser superado, e o mais interessante, eles tinham alguma coisa, tinham um relacionamento! Às avessas mas tinham. Mas mesmo depois dessa constatação, Nina viu que ela tinha apenas uma parte do relacionamento. A parte de companhia, apoio, ...ela não tinha.
Bom, de qualquer forma daquele jeito não dava pra ficar! Eles tinham que superar isso! Mas, como atualmente, nessa geração descartável é mais fácil descartar um problema do que resolvê-lo...(por isso os relacionamentos não duram tanto!porque acham que resolver um problema desgasta, cansa...É mais fácil arrumar outro(a)!)
-Olha, cansei._entregou Emanuel
-Ah! VOCÊ se cansou?
-É. Não quero mais falar sobre isso...
-Tudo bem. A gente não fala, desde que você tenha entendido e confie em mim.
-Tô indo embora.
-Assim?

E ele foi.
Nina ficou uns dias bem pensativa, tentando entender tudo aquilo. Ela tinha a mania de querer entender pra não cometer os mesmos erros novamente!
Emanuel...bom, sobre ele ...pouco se sabe. A última notícia que teve era que ele estava com outra pessoa. ( Outra? Isso sempre esteve, Nina que achava diferente e o defendia sempre que perguntavam por ele!)
Nina tentou fazer o mesmo. Mas ela não conseguia ir muito longe. Ela sempre pensava que Emanuel é que tinha que estar ali.

Mas não desistiu de prosseguir. Paulo apareceu no seu caminho. Ele era uma pessoa muito boa, homem já com seus 33 anos, trabalhava muito, muito mesmo! Mas sempre arranjava um tempinho para vê-la. A última vez ele tinha que trabalhar (em casa) e convidou-a pra fazer companhia enquanto concluía o serviço e depois ficariam juntos.
Nina se encantava com aquilo, mas não tinha tirado Emanuel do coração ainda.
"Eu acho lindo, ótimo e tal...Mas quero alguém que mexa com minhas estruturas, que me faça perder o fôlego e a cabeça!", conversava com sua amiga Carla.
-Nina, dê uma chance pra ele, pra você. Quem sabe...
-Mas...ele nunca se preocupou em como me chamar. Me chama simplesmente de Nina. É estranho isso...Mas darei chance sim. Mas...e o bebê?
-Que bebê? Você está esperando um filho de Emanuel?
-Ai Carla, eu não te contei porque eu não sei o que fazer!
-Como assim? Não sabe o que fazer? Você não vai contar para o Emanuel???
-Vou! Sou não sei quando nem como. Ele não quer me ver nem falar comigo! Eu estou com medo.
-Nina! Ele precisa saber!


(Continua...)
Daqui de minha varanda eu vejo apenas uma coisa: a cidade.
E lá de fora, quando se olha pra minha varanda e me vê, vê meu mundo inteiro!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Quer saber?

Sabe uma coisa que eu esqueci de falar?
Se eu fico chateada se alguém pensa que pode me comprar e tenta fazer isso??? Fico, fico sim. Mas o que ele pensa...pouco me importa, por isso não dói.
Eu sei quem sou, tenho consciência de quem sou e o que os outros pensam é só o que os outros pensam! Mas o que você pensa...aí sim me importa! Porque você não é "os outros", porque vc...eu permito que exerça influência em minha vida, porque você me conquistou e quero ter por perto ...
E é assim...por isso os tiros que dão em minha direção passam raspando, o que pode causar ferimentos leves. Mas o que VOCÊ dá, me atinge. Por isso que o que você fala ou me causa muita alegria ou muita dor.
Os outros que pensem o que quiserem, VOCÊ NÃO. Se quiserem duvidar...que duvidem! VOCÊ NÃO! Você tem que confiar, mesmo que esteja tudo escuro...tem que confiar!
Se eu sei e se você sabe...o resto que fique com seus pensamentos.

É assim que deve ser!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Não importa como, apenas me chame ( II ).



"E.M.A.N.U.E.L", soletrava ela em voz baixa enquanto voltava pra casa.
Quase desceu na estação errada de tanto pensar naquela linda visão que provavelmente ela nunca mais veria! Além do nome, a única coisa que ela sabia era que ele também gostava daquela praia. "Pelo menos ele estava lá...Mas...e se aquela foi a primeira vez que ele esteve lá?", pensou ela querendo achar uma saída para revê-lo.

"Eu poderia ficar olhando-a dormir por horas!...Como devo chamá-la? Nina é lindo, mas ela não é só Nina! Bem que ao invés de Nina podia ser Minha!"
, ele, que adorava trocadilhos idiotas, pensava!
"Por que ela falou que TINHA que ir? Eu preciso reencontrá-la!"

Ela prosseguiu com sua vida mas nunca o tirou da cabeça. E sempre que dava, ela passava na praia pra ver se o encontrava, mas nunca teve sucesso.
Ele prosseguiu com sua vida e nunca se esquecia daquela cena.(Pra ele era uma boa cena que daria um bom filme de romance). Mas ele havia viajado pra um trabalho e desde então não tinha voltado ao local da cena.
Vez ou outra, lá estava ela pensando nele. "É involuntário, caramba!"
Cansado de apenas pensar, assim que ele chegou de viagem (após dois meses), foi até aquela praia. Foi ter uma daquelas conversas com Deus e acabou dormindo.
E como enquanto a gente descansa, Deus faz e sempre nos escuta...Naquele mesmo dia, Nina resolveu fazer uma última tentativa.

"Ele falou que nem precisava chamar! Eu já o chamei tanto...Se ele quisesse me encontrar teria ido à praia...Mas não! Ele era só um galanteador barato? Será?",
conversava Nina com ela mesma, tentando entender os acontecimentos. Quando, de repente, ela avistou de longe aquele mesmo cara, dessa vez com camiseta, deitado na areia.
O coração, bobo como ele só, disparou como se tivesse querendo sair correndo na frente! Ela foi se aproximando e lá estava ele...desta vez ele estava dormindo.
Silenciosamente ela sentou-se ao lado dele e ficou ali, observando-o e imaginando mil e uma coisas.
"Esse pode ser um último momento. Pode ser a última vez que o vejo.", pensando assim ela tomou coragem e se aproximou mais um pouco. Deitou suavemente sobre peito dele para ouvir o que o coração dele dizia. Mas a música que o mar sempre cantava estava alta e ela não pôde entender muita coisa.
Sem mexer muito, ele apenas abriu os olhos, sorriu pra Nina e a envolveu num abraço.

Ficaram assim por, pelo menos, duas horas.
Nina -Você disse que eu não precisava lhe chamar...
Emanuel -E não precisa. Estou aqui.
Ela -Não...você não esteve aqui durante dois meses. Por dois meses eu o procurei, o chamei e...
Ele -E escreveu sobre mim?
Ela -Eu dizia seu nome...era involuntário! Acabei escrevendo sim
Ele -Posso ler?
Ela -Não. Você não entenderia. Onde esteve?
Ele- Aqui (apontando novamente para o coração dela, como na primeira vez)
Ela- Mas eu queria você aqui também(apontando para o seu lado). Eu queria sua presença, sua companhia.

Ele a olhou, não explicou onde esteve, e simplesmente a beijou.
Era um momento mágico, mas a dúvida de saber do sumiço dele persistia.
Conversaram. Conversaram tanto que já era quase dia quando eles descansaram por mais um tempo ali mesmo. Abraçados.
Conheceram-se tanto até o ponto de estarem encantados um com o outro.

Ele tinha que trabalhar. Ela tinha que ir pra casa pra preparar o café-da-manhã de seu avô.
- Nos veremos novamente?, se antecipou Nina.
- Claro!
- Mas como?
A hipótese de ele desaparecer novamente a deixava angustiada e confusa.
- Bom, diferente do sonho que você me contou, estamos numa época que tem telefone! Me dê seu número!
- Engraçadinho! Anote aí. É 8751-7678
- Ok. Anotado, minha Nina! Quando posso te ligar para nos encontrarmos?
- Quando quiser!
É...era a resposta que ele queria ouvir mas que não podia ouvir. Nina não sabia que quando se passa segurança demais pra o cara, ele realmente aparece quando quiser...e o querer dele pode ser muito instável ou conveniente! Mesmo que o cara seja Emanuel, a linda visão!
Nina dava liberdade demais pra imaginação pois sempre a usou para escrever, mas não sabia segurá-la quando era pra viver.
Emanuel já era prático. Sensível, doce mas prático. E um certo "realismo" pairava sobre os pensamentos dele. E como já disse Nelson Rodrgues "Não será esta atitude negativa o disfarce de um otimismo inconfesso e envergonhado?".
Nina achava que sim.




(Continua...)

Carta de minha reflexão.

E se você tiver razão nas coisas que diz? E aí?
A gente brigou pra ver quem tinha razão? É isso mesmo?
Não contar algo não significa falta de amor. Assim como contar tudo não significa amor.
Contar tudo pra alguém é abrir a possibilidade de não apenas ser lida, como também rabiscada, sublinhada.
Muitas vezes a gente não conta pra preservar o outro (que nada poderá fazer pra ajudar).
A gente não conta por falta de coragem ou por coragem demais e acha que pode enfrentar tudo sozinha, sem preocupar ou perturbar o outro.
E há momentos (muitos!) que a gente quer muito falar, contar mas a pessoa não está. Nunca está.
Eu nunca soube se você queria ouvir. Apoio...em nada recebi.
Se não falo é porque estou escondendo.
Se falo é pra irritar.
Se falo que sinto falta, é drama. Se falo que estou feliz por ter amigos, é pra provocar!
Difícil agradar.
Fico sem opção. Aí resta apenas me calar. Mas se me calo é porque faço mistérios.
São tantas razões estranhas que você acha pra coisas simples!
Eu até acho que errei em algumas coisas, mas não nisso!
Se sinto ciúmes...é bobagem porque não temos nada.
Se você sente ciúmes, eu explico, justifico...e tudo em vão. Porque não temos nada. Mas é um nada que respeito.
Se alguma mulézinha me incomoda...eu falo, mesmo que a gente não tenha nada.
Se algo te incomoda, você não fala! Tenho que advinhar? Nãoo, nada é óbvio quando se trata de GENTE. Porque a gente ri quando quer chorar, chora quando está com raiva, sente raiva por amar alguém, agride quando na verdade queremos acariciar, e ama quando não deve amar! Por isso...NADA É ÓBVIO até que se fale!

Eu não sei quem tem razão ou não.
Que vitória é essa que dá a sensação de perder? Não adianta você ter razão e perder o respeito, assim como não adianta eu ter razão e perdê-lo de vista!
Eu nunca quis ter razão, só queria ser respeitada em minha opinião. Se eu bati de frente, não era pra te convencer de que estou certa; era apenas pra você entender que há outras maneiras de enxergar além da sua.
Nunca disse que você estava errado. Aliás, acho que pode estar certo em várias coisas! Eu só estava lutando pelo minha sobrevivência.
Quanto mais o tempo passa, eu vejo que você estava certo em querer saber, mas errado ao negar eu saber de você. Errado ao sumir e quando voltava, aparecia como se estivesse sempre ali.
Não! Você não estava!
Nesse caso, eu estava certa em não compartilhar minha vida. Como eu iria compartilhar a minha vida com alguém que simplesmente desaparecia com meus pedaços? Não tem como me exigir inteira, se você nunca foi inteiro. Não tem como você querer que eu confie plenamente, se eu não sei nem mesmo se um dia volto a te ver, se é tudo tão incerto! Não dá!

Mas não vim discutir quem está com a razão. Até porque...mesmo que eu estivesse com a razão, ela nunca estaria comigo, pois entre os caminhos...escolho o do coração.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Não importa como, apenas me chame ( I ).





Era um final de tarde lindo, de céu rosado e o Sol corado, como se sentisse vergonha da Lua que se aproximava.

Naquela época não tinha celular, pensava-se apenas em quem se guardava no coração e não em agendas telefônicas. E quando sentia-se a falta do outro, se encontravam. Se tocavam.
E sendo assim, lá estavam eles se abraçando após um breve período que pareceu uma eternidade.
Quando ele foi dizer que...


"Cause every time I see your bubbly face, I get the tingles in a silly place". É... tocou a música "Bubbly" da Colbie. Era o toque do celular dela. Ela estava sonhando.
Realmente quando ela chegou na praia estava um final de tarde lindo, mas ela adormeceu e o Sol, que estava envergonhado, se escondeu. E quando o telefone tocou já era noite.
Quando conseguiu achar o celular dentro da bolsa já tinha parado de tocar.
Ela acordou assustada, olhando ao redor, verificando sua bolsa...e ainda deitada deu uma última olhada pra ver se alguém tinha visto seu cochilo.
Não tinha mais ninguém, aliás só um cara sentado um pouco a sua frente olhando o mar.

Era uma noite quente. Ele estava sem camisa. Sentado, apoiando as mãos atrás. E com a camisa jogada no ombro direito.
"Que linda visão!", ela sussurrou. E não estava falando do mar, nem do céu, nem da praia. Era a linda visão de um cara conversando com Deus, mas não com palavras,e sim com o coração. A visão de um cara que não temia se aquietar.
E ela pôde sentir seu coração pulsar. "Nãooo, eu não iria me apaixonar pelas costas de alguém e sem ao menos conhecê-lo!", pensou.
Ela ficou mais um tempo pra ver se tomava coragem de ir até ele. Mas a coragem não vem com o tempo, vem com uma decisão. E com covardia, pegou sua bolsa e...
-"Ei, moça!", virando pra trás, ele a chamou."Você fica linda dormindo! Devia estar tendo um sonho incrível"!
Ela olhou e sorriu meio sem graça, mas ao mesmo tempo fingiu estar à vontade e aproveitou pra se aproximar e sentou-se ao lado dele.
-Ah, obrigada! Eu estava um pouco cansada e o mar canta músicas de ninar pra mim_ justificou.
-Se eu fosse o mar cantaria músicas de ninar, mas cantaria mais ainda pra você acordar e a gente poder curtir a praia junto.[...] Desculpe. É que...,
E antes que ele tentasse justificar seu momento de 'inspiração', com um sorriso no rosto ela emendou um "- então cante! Ainda não acordei direito."
Eles se olharam.
"Achei que ela fosse achar brega e me julgaria ridículo por isso..."_ pensou ele.
Mas ela não era de julgar.
"Pra quem ouve e não sente pode até parecer brega e fora de moda o que ele disse. Mas...achei tão sincero! E tão oportuno! " _pensou ela.

Meio sem jeito com a situação, ela se levantou.
Com pressa para não deixá-la ir...ele também.
-Como posso te chamar?_ele perguntou
-Você é criativo. Me chame como achar que deve!
-Se eu fosse você, não me daria essa liberdade!
-Por que? Você não suportaria essa liberdade? Ok...Meu nome é, Nina.
-N.i.n.a. Combina com você. Na verdade tanta coisa combina com você...
-Sobre as combinações quero saber depois. Agora tenho que ir. E eu, como posso te chamar?
-Não precisa me chamar. Eu estarei sempre aqui.(disse apontando para o coração dela)
-Basta eu pensar? Mas e se eu quiser falar de você, escrever sobre você? Que nome devo usar?
-Emanuel.[...]Escrever sobre mim?! Você escreve?
-Sobre você...sim.

Despediram-se assim. Sem se tocarem fisicamente, mas sendo tocados profundamente um pelo outro.



(continua...)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Observação.



Estou redescobrindo como é bom ter amigas!
As antigas voltaram! Na verdade, acho que nunca se foram. Estavam apenas andando por aí. As que sempre permaneceram, permanecem.
É bom ter amigos(homens), mas chega uma hora que a peneira fica mais fina. E nem todos passam por ela ( o que não é algo triste. Apenas real).
Sou sempre muito agradecida a Deus por tantas pessoas únicas em minha estrada!

Sem condicional é mais verdadeiro.

-Você seria uma pessoa incrível se não fossem esses defeitos! Eu até te amaria...

-E eu te acho incrível mesmo com os defeitos!E amo mesmo que esses defeitos batam de frente comigo às vezes.[...]Amar o imperfeito é que é o desafio! É isso que falo, é isso que quero dizer quando digo que pra amar é preciso "amar apesar de". E aceitar mesmo que não concorde. Esse é o amor que aprendi.

Sem título.

Que me perdoem os que me lêem, mas escrevo mais pra mim do que pra vocês.
E no momento, meu íntimo está gritando tanto que estou quase ficando surda!
Tá. Você pode se perguntar " mas se é pra ninguém ler, pra quê publicar?".
Primeiro, porque o blog é meu e não tem tanta democracia nele. Escrevo o que passa pela minha cabeça.
Segundo, porque alguém pode passar pelas mesmas coisas que eu, e isso pode ser útil.
E terceiro...ahhhh....não tenho que dar explicação em algo que ME pertence, né!?!

Vamos lá...
Eu sei sim brigar pelo que acredito, sei falar não, mas também sei fazer o 'não' virar amigo. Sei usar o que tenho nas mãos.
O que acontece na minha mente pode ser até estranho para uns, mas é que, geralmente, acontece antes no coração. E quando as coisas são vistas pelo coração, o filtro é mais respeito, mais amor, mais aceitação...O filtro é contrário a reação natural.É meio loucura mesmo, meio na contramão...
Se me tratam com desrespeito, fico chateada, óbvio,e até falo que não gosto... mas se retratam-se, ...andemos! É pra frente que se anda! Vou ficar punindo a pessoa pra sempre? Não, né.
As pessoas me ensinam a ser indiferente (ignorando o que digo, não reagindo, não falando...) e quando o sou, acham absurdo!
Quando me acham estúpida, até paro pra pensar...e se vejo que realmente fui, assumo. Mas o fato de assumir não quer dizer que eu pensava assim desde o início. Quer dizer que escuto algumas pessoas, reflito....e vejo se elas estão com a razão. E se tiverem....mudo de idéia sim. Mais estúpido seria se eu não mudasse de idéia nunca e me achasse sempre certa!
Sei que às vezes tentam me fazer de idiota( e até conseguem, mesmo alguém me avisando).
Mas isso não significa que TODAS AS PESSOAS NO MUNDO VÃO TENTAR ME FAZER DE IDIOTA. Não sou de generalizar. E também não significa que a pessoa que me avisou estará sempre certa em suas percepções!
Não sei se isso é bom ou ruim. Porque pode acabar acontecendo várias vezes a mesma coisa idiota. E talvez eu realmente tenha que mudar. Embora eu já tenha mudado um pouco e tenha passado a encarar algumas maldades de frente, encarar o fato de que realmente há gente ruim...Deve faltar um pouco mais de realismo? É isso que alegam?

O fato de eu enxergar o lado bom, não significa que eu não enxergue o ruím. Eu apenas opto por ver o lado bom, focar o bom. Se é ruím...o nome já diz...não presta pra nada! Só presta pra ser tratado, curado, resolvido...quando necessário. Porque também não ignoro a ponto de não confrontá-lo. Mas confronto do meu jeito.

Outras vezes, posso parecer estúpida por acreditar nas pessoas. Mas se eu não acreditar...como vai ser? Viver desconfiando? Se eu odeio que desconfiem de mim, o mínimo que tenho que fazer é confiar.
É estranho pensar que o fato de eu acreditar e tentar entender ações/reações seja visto como algo horrível e inaceitável.
A incompatibilidade existe, muitas vezes, simplesmente pelo fato de não aceitar o outro com suas diferenças.
E a riqueza existe em unir as diferenças e crescer um com o outro.
A incompatibilidade é intolerância ao que não é espelho.
Riqueza é soma de valores. Óbvio, não? Não, às vezes não.


"Não ser ninguém além de si num mundo que dia e noite se esforça ao máximo para transformá-lo em uma pessoa igual a todas as outras significa entrar na mais dura das batalhas que um ser humano pode enfrentar, e nunca deixar de lutar."
(E. E. Cummings)


‎"A demasiada atenção que se dedica a observar os
defeitos alheios, faz com que se morra sem ter tido tempo para conhecer
os próprios. Se você quer julgar alguém, calce os sapatos dele, percorra
o caminho que ele percorreu e o julgue se for capaz!!!"

domingo, 11 de julho de 2010

Aqui nãooo!!! Casa muito bem guardada!



A tristeza bem que tentou entrar,
Mas a porta estava bem guardada.
Dois anjos enormes se posicionavam, um de cada lado.
Mas ousada como ela só, a tristeza tentou se camuflar.
Se esparramou no chão pra entrar pela fresta que fica entre o chão e a porta.
Como uma massa se espalhando, esticou-se tanto que passou os dedos.
Naquela hora tive frio. A tristeza quase sempre vem junto com a frieza da indiferença alheia, ou da solidão particular.
Confesso que fiquei um pouco apreensiva.
Mas era impossível ela entrar!
A casa já estava muito bem ocupada com tantas coisas incríveis que não tinha espaço pra ela.
Mas mesmo assim, eu quase me deixei levar por aqueles dedos medíocres e, pensando bem, desprezíveis. Quase achei que o mundo estava realmente perdido. Que eu estava perdida.
Quase.
(Tem horas que eu amo o "quase"!)

Mas como toda boa casa...a minha era bem ocupada e melhor, muito bem guardada por aqueles dois anjos!
É...dois que ficavam apenas na porta.(sem falar dos outros!)
Um deles percebeu aquela mancha no chão ousando entrar, e apenas agitou suas asas. Pronto. A mancha se desfez.
E o outro, por pura bondade, quis me fazer uma graça e convidou mais uma alegria para entrar.
Não deu outra...há dois dias a casa está em festa! A porta se abriu de tanto balão que tem...Transborda alegria por lá.
E pelo jeito...não param tão cedo.
Ainda bem!

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A volta da escrita ou...a escrita que dá volta.



Eu preciso voltar a escrever!
Sim, escrever com letras, palavras...frases bem pontuadas.
E não imprimir sentimento e emoções nessa tela.
Preciso de mais pauta e menos alma.
Mas pra isso é preciso ter calma.
E calma é uma coisa que para os outros eu tenho, pra mim nem tanto.

Releio meus textos e vejo como mudo a cada instante.
Ou pelo menos tento mudar, o que é mais importante.

Ora tenho fé, ora decepção.
Mas que FÉ é essa que se bobear cai no chão?
Mas aí, passo a entender que Fé é uma decisão.
As decepções vêm? Vêm...claro. E pior, sempre acompanhadas de quem mais amamos e desejamos bem.
Mas existe uma lógica nisso tudo. Se não amássemos, seríamos indiferentes e a decepção jamais chegaria.
Nesse caso, melhor amar e estar preparado para o que vem junto, do que viver indiferente a tudo e todos, se guardar de emoções, esconder sentimentos e negar sofrimentos.

Depois de usar a razão entendo que a Fé não nos protege (às vezes) de uma tempestade, ela apenas nos dá a certeza de que vamos sobreviver e chegar ao destino desejado.
Então eu retiro minhas acusações sobre minha pequena Fé, e lhe agradeço. Neste caso, eu 'ME' agradeço por decidir crer. E claro, por saber em QUEM crer. Porque eu creio, não em mim ou em meu poder, mas no Pai e em seu perfeito querer.

É...e mais uma vez eu retardo meu ESCREVER racional. Falar da alma pra mim não é opcional...é natural.
E me despeço aqui, ao menos sabendo usar o ponto final.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Alívio de poucos minutos e consolo eterno.




Então, amanheci assim. Vazia de segredos, vazia de pretextos, ...exposta. Completamente exposta mas...aliviada.
Alívio que não teve muito tempo pra se mostrar.

...segredo justificado.
Sumiço inexplicável.
Verdade dita.
Ausência declarada.

Não entendo.
Não mesmo!

Abandonei minhas armas pra declarar PAZ
E levo um tiro que vem de trás.
Prefereria ser ferida durante uma luta
do que desconfiarem de minha conduta.

O que me conforta é que o verdadeiro é que realmente importa.
O verdadeiro querer, o verdadeiro sentir, o verdadeiro conhecer.
E essas pessoas que conhecem o 'verdadeiro' me estimulam a
continuar amando tudo mesmo sem merecer.

Porque amor não é mérito, é decisão e coração.

terça-feira, 6 de julho de 2010

" Porque, às vezes, acordar tem lá suas desvantagens."

-Ele me convidou pra sair!!!
-Aiii...que bommm!!! Finalmente, né...Ele me decepcionou muito por decepcionar você!
-É...o pior é que uma coisa mínima me alegra!
-É...não se empolgue tanto.
-Tem razão...
-Mas...e aí, vc aceitou?
-Claro! Eu sempre esperei por isso...
-Amiga, lembre-se que antes de te conquistar ele fez mil e uma coisas. Parecia ser um cara de coração, diferente... Depois que te conquistou, se conformou e parou. Mudou.
-Hã? Mas, você acha que ele quer me reconquistar?
-Exatamente esse é o perigo: Ele te reconquistar (como se fosse preciso, né?!Você já é mais dele do que tudo...).Mas o perigo é ele querer te reconquistar simplesmente pelo prazer de tê-la nas mãos...e não no coração.
-Entendi. Você pode estar certa.
-Mas tomara que não! Eu torço por ele, por vocês...mas não gosto que te façam sofrer. Você confia demais, espera demais e esses 'homens de merda' acham que estão jogando 'WAR' e quanto mais territórios eles conquistarem melhor.
Homem de verdade conquista várias vezes a mesma mulher como se fosse a primeira vez!
- Ahhh eu vi esse filme ontem pela milésima vez! Aí sonhei que no meu encontro com ele, ele falava! Sim...falava tudo que estava em sua cabeça, falava o que sentia...e o sentimento me favorecia! Ele me abraçava e me amava...
- Ai meu Deus, pra quê sonhar enquanto dorme? Já não basta sonhar acordada? Acorda porque a realidade é diferente!
-Acordar pra quê? Deixe-me sonhar! Sonhar que ele realmente já me amou, que não fui trofeuzinho, que a gente viveu coisas bacanas e que não precisam acabar assim!
-Sonhar...a gente já sonha demais, amiga. Eu te falo essas coisas porque somos parecidas. O mundo é muito mais frio e indiferente do que você imagina. Aliás, você sabe disso. Você sabe bem que a indiferença é o sentimento mais presente entre muitos. Por mais que digam que não, na prática é. Você sabe, sabeeee que essa droga de tecnologia cooperou pra isso!
-Você é contra a tecnologia? Até parece meu avô falando...rs...
-Não! Não sou contra, mas sou a favor de saber usá-la em nosso favor. As pessoas acham que porque se falaram por e-mail, msn, facebook, orkut, telefone, sei lá,... acham que porque se falaram por esses meios, não precisam mais se encontrar, ver, abraçar, pegar, sentir! Isso me mata! Tem dias que o que mais quero é um abraço, ou deitar no colo de alguém,mas as pessoas NÃO TÊM TEMPO! Engraçado que tempo para as "virtualidades" elas têm. Querem abraçar o mundo e no final estão solitárias, medíocres, pobres de si e dos outros... E infelizmente, eu me incluo nisso às vezes, por mais que eu tente fazer diferente!
-Ooo amiga, você sabe que te ver sempre me deixa feliz,né?! Mas, infelizmente, a distância não me permite abraçá-la...
-Tá vendo!Nem minha melhor amiga está mais aqui!
-Mas você também sabe que não é por causa das 'modernidades'...A distância é real.
-Eu sei. Eu sei. Perdão pelo desabafo. Vai se arrumar pra sair! Não quero desanimá-la de seu encontro!
-Hum....

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eu sei em QUEM tenho crido.



Comecei a vida às pressas, ansiando tudo, acreditando em todos, perguntando 'na lata' o que me vinha na cabeça, ... 
Atropelava o querer, negava o sofrer e ria dos "porquês". 
Depois de tanto correr, parei. 
Parei sem perceber. 
Entrei num barco, aparentemente inviável de se navegar. 
Todo pescador, marinheiro - gente que mexe com Mar, em geral -sabe que barco tem que ter nome. O barco que entrei se chama Fé. 
Entrei sem saber pra onde ia. Mas num barco com esse nome, não precisa saber, precisa crer. 
Passei por várias tempestades. Às vezes achava que Fé iria naufragar, mas não, ele permanecia ali, me levando pra algum lugar. 
Não é fácil navegar num mar bravo com este pequeno barco. 
Claro que vez ou outra dá um medo de Fé não aguentar! Não sou de ferro! Espera-se sempre que pra mar violento precisa-se de grandes barcos. Mas não é bem assim. 
Fé tem uma boa vela que faz bem seu trabalho: ser guiada pelo Vento. 
E o Vento quem sopra é o cara que mais me ama nesse mundo, é o cara que fez TUDO -absolutamente TUDO - por mim. Ele me ama de uma forma tão absurda que, às vezes, me constrange. E por isso sei que posso confiar. 
ELE...Ahhh, ELE sabe soprar! 
ELE me deu o fôlego de vida com seu sopro, e continua soprando pra me guiar por ela. 
ELE?! ELE é meu Pai, Aba Pai. Só quem O conhece de verdade sabe que com ELE (que também é chamado de Jesus, o Cristo) o impossível é possível. Ele contraria a matemática alimentando uma multidão com 5 pães e 2 peixinhos; Ele contraria a religião fazendo milagre no sábado (que não era permitido) e se sentando pra jantar com ladrões e prostitutas, e contraria a Morte, vencendo-a, porque ELE ressuscitou e vive HOJE dentro de quem O quer! 

Hoje?!!! Hoje não tenho tanta pressa, quero precisão. 
Prefiro andar mais devagar e no caminho certo do que correr feito louca no mesmo lugar. 
Anseio, sim, muita coisa, mas muita coisa também perdeu seu valor. 
Ainda acredito nas pessoas, mas tento 'olhar melhor'. 
Continuo perguntando o que me vem à cabeça, mas antes pergunto pra mim mesma se vale à pena ou se o outro não achará ruim, invasivo... 
Não atropelo mais o querer, tento ouví-lo. 
Não nego o sofrer, respeito-o...Tem hora pra tudo e devemos respeitar cada momento. 
Não rio mais dos "porquês". Questiono algumas coisas (ou coisas demais. Nesse quesito acho que fui para o outro extremo...Mas um dia entro no eixo!) 
E dou gargalhadas sem motivos! 

Não cheguei no meu destino ainda, mas estou no barco sendo guiada pelo Vento! Quer coisa melhor? No final das contas...."Fé ri das impossibilidades"

Dessa vez faltou cor...

Você bem tentou que conseguiu.
Sinta-se satisfeito!
Diante de declarações você riu.
Agora achei um final perfeito.

Perfeito não é final feliz
Perfeito é final, seja ele qual for.
Lembro-me de tudo que você não diz
E mando embora você e a dor.

Talvez o que escrevo tenha muita frieza
Mas é resultado de muita tristeza.
Eu preferia terminar com o coração
E não com uma baita decepção.
Mas você quis me ignorar
E eu decidi não mais te amar.

Não sei o que sinto
Ou se minto.
Mas as vezes falar ajuda a ter coragem.
E se eu não tiver, faço mais uma viagem.

É...Dizem que viajo quando não consigo enfrentar
Mas o problema não é enfrentar, é aceitar.
Pensando bem...dessa vez não viajo, não.
Prefiro manter meus pés aqui...no chão.

Vou seguir meu caminho
E tentar não olhar pra trás
Depois de tanta indiferença
Agora, eu é que não quero mais!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Aceite-me como sou.




Tenho tantos sonhos
Tantos pedidos
Mas um se sobressai entre os demais
Apenas um grita com toda a força que ainda resta:
Aceite-me como eu sou!

Não estou pedindo para se conformar e não me estimular a mudar no que for necessário
Estou sussurrando para me aceitar com minhas virtudes e defeitos
Com meus sonhos e em meus pesadelos
Com minha alegria e em minhas tristezas
Com minha força e em minhas fraquezas

E por falar em força, esse pedido acaba de perder suas últimas ...
Ele já não grita, nem sussurra
Ele apenas olha.
Ele olha pra você para que você olhe pra ele.
Olha pra você esperando compreensão, esperando estímulo...esperando até mesmo um pedido de perdão.

Sei que na teoria pode parecer fácil 'aceitar-me como sou',
Mas na prática a história é outra.
Quando os defeitos aparecem, as pessoas desaparecem.
É fácil, muito fácil amar quem julgamos ser incrível
Difícil é achar incrível depois de conhecermos as falhas.

Na teoria, ama-se de graça
Na prática, o preço é caro e injusto, muitas vezes.
Por isso, não peço mais, não falo mais. Apenas olho.
Se um dia me olhar e me ver, minha lágrima para de descer.
Olho, para que me aceite.
Não estou fazendo drama ou qualquer outra coisa.
Te olho pois sei que é possível. É possível mudar o ponto de vista, o ângulo...
Estou dizendo porque um dia eu te olhei e te vi.
Vi tuas falhas, tuas angústias não compartilhadas, vi...e ainda assim, amei.