quinta-feira, 22 de abril de 2010

Se um dia a Solidão vier...que seja apenas uma visita. Não faça dela sua companhia.




Há dias que ela não aparecia. Aliás, pra falar a verdade, essa era a primeira vez que ele a via.
Estava escurecendo, fim de tarde. À meia luz tudo fica mais misterioso, às vezes encantador.
Sò dava pra ver-lhe a silhueta. Bela silhueta! Qualquer um iria querer passar um tempo com ela. Qualquer um se sentiria atraído!
Ela parecia algo gostoso( e na medida certa, até é). Mas é traiçoeira.

Quando ele percebeu já tinha escurecido. Escurecido demais. E aquilo que antes parecia uma boa idéia passou a ser densa, pesada.
Criou-se uma relação de dependência e ao mesmo tempo, uma urgência em mandá-la embora.
Poucos minutos com ela eram necessários. Mas quando o tempo se perdurava, o endoidecia.
Mas...é pra isso que o mundo caminha: para a falsa companhia.
Fica-se ilhado falando virtualmente com alguém tão carente quanto, mas ninguém assume (pra si) a necessidade do outro.
O individualismo, o medo de se envolver se esconde atrás da "falta de tempo", "outras prioridades", "meu espaço"...

O pior é que a gente se apega a ela, a Solidão. E quando vemos, andamos de mãos dadas com o nada.


Um dia, cansado do "sexo virtual, comunhão virtual" ou superficial (sim, superficial, mesmo falando coisas profundas. Porque a profundidade não está no tema, no assunto e sim no envolvimento)....Então, um dia cansado dessas coisas, ele tomou uma decisão. Primeiro ele abriu a janela e viu que já era dia, um outro dia. Depois foi pra rua.
E no meio de tantas informações reais, ele ficou perdido. Completamente perdido.

Um comentário:

  1. Acho que conversei sobre isso com alguém dia desses...
    Estamos cada vez mais nos perdendo dentro de nós mesmos...
    E cada vez tornamo-nos mais vazios e sozinhos...
    Mas ainda há luz...
    Ah se há!

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