sábado, 27 de fevereiro de 2010

Conversas.

Ele chamou-a pelo nome no meio do tumulto da festa e disse cantando:
-"Se eu pedir vc volta pro meu coração? Pelo amor de Deus não me diga NÃO..."

Podia parecer que não era a hora certa pra responder, mas 'pra verdade sempre tem espaço e tempo. Oportunidade a gente cria quando quer'. É o que ela pensa.

-Sabe, ...eu quero alguém que ande comigo de mãos dadas hoje. Mas AMANHÃ também.
Alguém que tenha orgulho da coragem que tem de se comprometer, mesmo num mundo que te oferece "aperitivos" praticamente na bandeja.
Alguém que ouse amar numa época de desapego e desamor. Que se arrisque a manifestar esse amor quando estamos a sós. E não se envergonhe de demonstrá-lo em público.
Não estou dizendo pra me fazer de troféu e sair exibindo. Não.
Mas troféu maior é ir contra a multidão desalmada.
Não quero alguém que pense que não ter caráter é algo "LEGAL", ou que não saiba a diferença entre liberdade e molecagem.
Não quero alguém que ache engraçado ter que beber em excesso para conseguir achar a vida engraçada. Quero que ele a faça engraçada e divertida sóbrio.
Quero alguém que confie em mim, que confie em si e que eu possa confiar nele. Que quando eu não estiver por perto, eu esteja dentro. No coração.
Alguém que me ensine as milhares de coisas que não sei. E me corrija nos milhares de erros que cometo.
Quero poder amar e doar meu amor sem regras.
Quero alguém que queira e aceite ser amado mesmo que ele não cumpra tudo que eu acabei de dizer.
Alguém que me olhe diante dos outros e diga: É ELA!

E...
Não acho que essas sejam "super" exigências ou "querer demais". Quando se decide amar tudo isso é natural.

Mas,...respondendo à sua pergunta...Temo que eu é que não queira mais esperar ou acreditar. Não sei.Talvez não queira nem te amar.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Escrevo

Grandes autores contam histórias. Eu não.
Eu apenas escrevo cartas sem remetente e sem destinatário.
Tem gente que escreve com regras, com pautas, com lógica. Não eu.
Minha única regra é não ter pauta e passar longe da lógica.
Grandes escritores escrevem narrações, contos, poesias...
Já eu, escrevo vida, escrevo sujeitos e verbos. Às vezes até mal conjugados.
Tem gente que escreve em cadernos enfeitados que se tornam livros. Eu não.
Escrevo em guardanapos rasgados e os guardo na bolsa.E depois os uso limpando a boca com letras, enxugando lágrimas com palavras.
Depois de já usados, minhas mãos embaralham frases e as jogam no meu cesto de "nãos".

A Loja de Brinquedos



Era uma pequena loja numa pequena cidade com habitantes de pequena mentalidade e coração.
Como toda loja de brinquedos era muito visitada, especialmente por crianças, o que fazia com que ela se parecesse maior do que era na realidade.
Pra quem não sabe, já vou contar um segredo das lojas de brinquedos: quase todas são ENCANTADAS. (Acho que é resultado da união de tanta magia, fé, inocência...essas coisas.)

Apesar de estar numa pequena cidade o giro de mercadorias era intenso. Toda semana todo estoque era praticamente renovado. Mas havia UM brinquedo que estava ali na estante há muito, muito tempo.
Era uma linda caixa de música, sabe...dessas mais antigas. Não estava velha. Nem um pouco.
Era apenas uma reinvenção daquelas caixinhas de música que tanto enfeitaram casas e alegraram corações.
Os demais brinquedos eram muito legais também, mas semanas depois eram substituídos por outros novos que chegavam, ainda mais modernos, mais eletrônicos, mais auto-suficientes.
Esses brinquedos atuais praticamente brincam sozinhos. Falam, andam, cantam...desconfio que até comem. Tudo muito moderno, eletrônico e prático.
"Não dá pra competir com esses brinquedos", pensava solitária a caixinha de música.
Ela cantava uma melodia incrível mas precisava que alguém "desse corda". Ela não era auto-suficiente como os demais.
Os demais brinquedos aletarvam-na dizendo: "Você precisa se 'modernizar'! Precisa atualizar seu modo de ser e pensar senão nunca sairá da prateleira!".

Eles não falavam isso por maldade, é o que eles realmente pensavam e acreditavam. Apesar de eles saírem de lá e dias depois serem trocados por outros mais e mais modernos.
"O povo é insatisfeito e consumidor. Eles nunca vão dar grande valor à brinquedos porque apenas os usam, não criam laços, não se apegam. Apenas se divertem e até gostam dos brinquedos, mas se chegar algo aparentemente melhor...o outro vai pra 'caixa de doações' ou para o lixo mesmo.
Antigamente, as meninas brincavam muito de boneca e sempre tinham uma em especial. Podia até chegar outras mais "modernas", mas a graça estava em refazer, re-utililizar a antiga. Assim ela nunca perdia o valor."
_ falou Melissa, a dona da loja, numa reunião com os brinquedos.
Ela queria alertá-los para que não entrassem no comportamento fugaz e não se sentissem superiores aos demais por serem mais modernos. E nem os antigos se sentissem mal por estarem lá "estocados".

"O mercado é injusto.
Talvez se nós baixássemos o preço acharíamos algum comprador...",
disse a Caixinha de Música, que era representante dos 'brinquedos não mais fabricados atualmente'.

"Nãooo, nãooo. De maneira alguma!
Sei que não é nada fácil ver alguns brinquedos (até sem graça de tão modernos)saírem e acharem donos logo que chegam aqui na loja. Mas, chegará o momento que alguém de visão, alguém que dê valor às coisas permanentes também te levará."
_ isso, Melissa falou em particular, é claro.

"Ah! Mas deve ser uma pessoa chata, velha e que vive de passado e vai me deixar lá para enfeitar a casa!", retrucou a Caixinha.

"Nãoo. Claro que não! Muito pelo contrário.
Pode ser uma pessoa incrível, de coração sem igual e visão limpa, que não se deslumbrou com as coisas fugazes.
Ou... se deslumbrou mas viu que era sem sentido. Se for assim é ainda melhor porque
não deve cair no mesmo erro duas vezes e você não corre o risco de ser desvalorizada"
. _Melissa, era jovem mas sábia.

As palavras eram até belas, esperançosas mas a realidade não parecia bem assim.
Passaram-se dias, meses...As mercadorias eram trocadas. Umas até riam da cara e da situação dos que estavam ali há um tempo.
Não era nada fácil crêr contra a esperança.

Ao mesmo tempo, do outro lado do rio, numa outra cidade...Vitório ouviu dizer das coisas que existiam naquela 'Loja de Brinquedos' e tratou de arrumar suas malas o mais rápido possível com medo de perder seu tão sonhado brinquedo.

Ele levou 3 dias para chegar até a cidade e foi direto para a Loja.
Ao ver a Caixa de Música seus olhos se encheram (de lágrima, encanto e alívio).
"Há anos que procuro um brinquedo como esse!!! Tá difícil achar! Os atuais que tentam imitá-lo são feitos de material praticamente descartável!". E continuou: "Eu pago 500 moedas grandes!"

Melissa riu e disse: " Mas, senhor, eu cobro apenas 200. Pode levar pelo preço que está aqui há anos!"

"Como? Não! Eu sou dono de um antiquário e sei bem quanto vale uma peça dessa!
Claro que vou levar, mas pelo preço justo. Pelo preço que realmente vale."
_ressaltou Vitório.

Melissa surpreendeu-se por ter achado tão bom comprador pra Caixa mas mesmo assim preferiu fazer uma observação.

"Senhor, eu a tenho há muitos anos e sempre esperei encontrar um bom dono pra ela e não apenas um comprador. Como dono de antiquário, temo que o senhor a venda para alguém que a deixará apenas como enfeite e..."


Vitório interrompeu-a, não por falta de educação mas por estar excitado por ter finalmente encontrado sua "preciosidade" e já queria garanti-la.
"Não se preocupe, cara amiga. Essa jóia jamais será vendida! Eu a procurava para mim mesmo, para fazer-me companhia e ouví-la cantar todos os dias.
Pode embrulhar. Mas ó...muito cuidado! Embale da melhor forma possível! Não quero que quebre, arranhe ou sofra qualquer coisa no caminho."









segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Por trás de tanta palavra corajosa,



existe uma criança assustada.

Por trás de uma decisão tomada, pode ter um coração sangrando.

Por trás de tanta força, existe uma alma sensível.

Debaixo de muito entulho, máscaras e "minha forma de ser", existe um coração que ama e anseia ser amado.


É o que eu acho.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Há um desejo em meu coração...

Há um desejo no meu coração de não errar tanto
Um desejo de ser achada pelo Senhor
...de ser uma 'carta viva' aqui.

Sei que tenho errado, que tenho falhado em meu testemunho,
em meus exemplos. Não falo disso com o coração alegre e aberto.
Falo com pesar, pois mesmo sabendo do que é melhor, mesmo sabendo o caminho
que devemos seguir, muitas vezes agimos de forma tola e pegamos o caminho contrário.
Pegamos atalhos. Pegamos o caminho mais fácil, mesmo sabendo que o Caminho é estreito.

E é estúpido pensar que muitas vezes agimos assim de forma consciente.
Talvez por confundir autonomia com rebeldia, liberdade com libertinagem.

Meu interior dói ao assumir essas coisas. Mas não acho nada vergonhoso
assumir que preciso de Deus ou assumir que em mim mesmo, sem a graça Dele, não há de se achar muita coisa boa.
Vergonha eu tenho de algumas atitudes minhas.

Só peço ao Pai um pouco mais de paciência comigo,
e que ELE me dê mais coragem.
Pois sei que "o morno Deus vomita" e não quero ser vomitada por ELE.
Não quero estar no meio do caminho, em cima do muro...

E...OBRIGADA SENHOR, PORQUE SEI QUE TU ESTÁS COMIGO.


E assim termino minha oração.


Obs: Sei que algumas pessoas podem não entender isso. Mas relacionamento com o Pai não é pra ser entendido, é pra ser praticado e vivido.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Compartilhando fragmentos de um livro.

Ao ler um livro onde o autor começou a explicar diversos tipos de reações, um me chamou mais atenção. Acho que é o tipo que mais encontramos atualmente. E se existe resquícios disso em nós é melhor nos atentarmos pois não é nada saudável.

“A quarta resposta é a do cínico: ‘Tudo não passa de conversa fiada’. Os cínicos ridicularizam tudo. Nada há de verdadeiro, bom ou belo debaixo do sol. Na verdade, o cínico é um sentimentalista magoado e ao avesso. ‘Nunca mais vou confiar em ninguém’[...]
No amor sexual, o cínico distingue luxúria; no sacrifício e na dedicação, culpa; na caridade, depreciação; nas habilidades políticas, manipulação; nos poderes da mente, racionalização; no pacifismo, enfado; na boa vizinhança, interesse próprio; na amizade, oportunismo. A vitalidade do idoso é patética; a exuberância do jovem é imatura; a estabilidade da meia-idade é puro tédio. Ainda assim, mesmo o mais desiludido dos cínicos anseia por algo verdadeiro, bom ou belo."

_Brennan Manning

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Era só um faz-de-conta...



Quando era menina, carnaval era só um motivo para não ir à aula e viajar com a família.
Ela via aquele tanto de mulher pelada na televisão e nunca entendia o motivo. Ela achava que era pobreza, falta de roupa...ficava até com dó.
Quando perguntava aos adultos, respondiam apenas :
" Ah! É porque é época de carnaval."
E?
Típica explicação de adulto impaciente ou talvez tão ignorante quanto ela.
-E por que nas ruas as pessoas ficam fantasiadas?
-"Ah! É só um faz-de-conta coletivo e gigante."

Foi ficando moça e o carnaval continuou estranho e sem respostas.
A única coisa que ela sabia era que nessa época, viajava com os amigos, brincavam, se divertiam...e era tudo colorido.
Tudo que ela fazia sempre que quisesse, só que com o feriado ela ganhava uns dias a mais.


A adolescência passou.
Eis que chega a vida adulta.
E por incrível que pareça a menina, que agora é mulher, continua sem entender 'por que' as moças da televisão ficam peladas.

E mais uma dúvida surgiu: as pessoas se fantasiam para ser o que não são ou se fantasiam para serem o que realmente são?

Hoje ela fica com o coração inquieto ao ver que muita gente não sabe brincar de faz-de-conta.
É gente caindo, vomitando, tendo intimidade com que não tem a mínima intimidade... perdendo o rumo, a identidade e alguns até a vida!
"Era só um faz-de-conta, gente..."

Acho que gente grande não sabe brincar de faz-de-conta.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

=/

Negar um sentimento me dá a mesma sensação de estar morrendo aos poucos.
Sem querer exagerar, mas...é como se alguém estivesse me sufocando com um travesseiro. Me falta ar. Dói...é uma mistura horrível de sensações.
Não acho nada aconselhável fazer isso.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Texto de Maya Angelou.

Quando digo... "eu sou cristã", não estou gritando "eu sou pura". Estou sussurrando "eu estava perdida, agora eu fui encontrada e perdoada". E não falo disto com orgulho. Estou confessando que eu tropecei e preciso de Cristo para ser meu guia. Também não estou tentando ser forte. Estou confessando que sou fraca e preciso de Sua força para continuar.

Quando digo... "eu sou cristã", não estou me gabando de sucesso. Estou admitindo que tenho falhado e preciso de Deus para limpar minha bagunça. Não estou clamando ser perfeita, minhas falhas são muito visiveis, mas Deus acredita que mereço.


Quando digo... "eu sou cristã", eu ainda sinto a ferroada da dor. Eu tenho minha parcela de angústias, então, eu chamo por Seu nome. E não afirmo que sou mais santa que você, sou apenas uma simples pecadora que recebeu a boa graça de Deus de alguma forma.

(Maya Angelou)



obs: faço das palavras dela, as minhas.

Um barco solitário.



É bem mais fácil abandonar o barco do que entrar numa viagem sem rumo e enfrentar tempestades quase fictícias de tão loucas que são.
E de vez em quando achamos até sábio fazer isso.
Mas, abandonar o barco... todo mundo faz.
E eu estou longe de ser todo mundo.
Não tenho vocação pra SER coletivo.
Posso estar com coletivo, mas ser não.

Sei que pode ser muito, muito difícil levar um barco à um lugar seguro passando por tempestades, ventos fortes, ondas inconstantes, a escuridão da noite...tudo isso sozinha.
Mas mais difícil ainda é o barco fazer isso só. Ainda mais com as velas rasgadas.
Um barco não tem senso de direção. É confuso.

Bom, acho bom colocar o colete salva-vidas e orar pra que o barco não vire.
Nem que eu deixe o barco num porto-seguro e volte sozinha nadando, eu vou.
Ou então, como disse uns dias atrás...Se me lançarem em alto-mar, eu ando sobre as águas.

E...Lá vamos nós.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Jane Collins

Jane Collins é uma grande escritora e conhecedora da alma humana.
Consegue dar nomes à quase tudo.
Traduz o que pensam.
Verbaliza o que é praticamente impossível.
Foi por isso que se tornou conhecida. As pessoas sentiam que falavam através dela.
Hoje ela tem 4 grandes obras publicadas. Dentre elas, 3 romances e 1 que não sei bem em qual categoria se encaixa.
E também tem uma página só dela no maior Jornal do País, onde escreve semanalmente o que tem vontade, seja conto, crônica, poesia, carta...

Dizem que para escrever bem o primeiro passo é saber ler e gostar de ler.
E isso é o que ela sempre fazia!
Aliás, fazia até demais.
Virou "desculpa" pra quando não queria enfrentar a vida.
Virou pretexto para fugir de emoções,dizia que já tinha lido histórias assim antes e elas nunca acabavam bem.

Realmente ela lia muito bem, tanto livros como pessoas.
Lia tanto que acabava se esquecendo de escrever sua própria história.

Seus livros estavam entre os mais vendidos!
Suas frases entre as mais citadas.
Mas sua vida não estava nem entre 'os mais' nem entre 'os menos'...Estava disfarçada.

De repente ela foi obrigada a ler seu próprio conto em voz alta.
Percebeu que suas análises passavam antes por seus olhos, sua mente...e tudo não passava de sua (exclusivamente sua) interpretação.


Ela escrevia sobre o amor, falava sobre o amor e até desejava, mas tinha medo dele.
Ela orientava todos a amarem sempre e sem receio, mas ela mesma...não cumpria tudo o que dizia.
Ela acreditava simmm no amor ...para os outros.
Pra ela, era algo praticamente de outro mundo.

Um dia desses ela percebeu que o tão temido sentimento estava querendo colocar as "asinhas pra fora".
E pressionada pela situação, pelo medo de ser enrolada mais uma vez, tratou logo de se afastar de vez.
Tentou se enganar dizendo que isso era uma atitude de coragem, mas no fundo sabia que estava sendo mais uma vez covarde.
"Mas melhor sofrer um pouco agora do que muito depois. Pois e se eu me apegar ainda mais e ele me deixar?"
Ela pensava como se a sentença de sofrer fosse uma certeza, só não sabia quando. Então, na dúvida sempre escolhia abortar qualquer sentimento que a tirasse do controle.
Uma vez ela ouviu "Sempre quem tem o controle da relação é quem sente menos."
Claro que isso era frase desses desalmados...mas não deixava de ser verdade.


No meio desse turbilhão pessoal, as pessoas a procuravam para ouvir as coisas de sempre. Ouvir as palavras que ela sempre falava, acreditava mas...Agora estava confusa com o próprio reflexo.

Ela não deixou de acreditar em momento algum, mas precisava viver aquilo que acreditava. E pra isso teria que enfrentar muitos fantasmas que a atormentavam.
Não era uma tarefa fácil. Ela sabia disso.
E o primeiro passo foi parar de escrever suas histórias por um tempo. Até que a sua própria história tenha passado da primeira página(pelo menos).

Seus leitores assíduos aguardam um livro, ou uma crônica que seja no jornal há dias.
Ninguém tem notícias dela.
Uns dizem que ela está trancada em sua casa num desses países frios da Europa, desiludida.Completamente desiludida.
Outros contam que ela decidiu viver o amor que tanto falava e se mudou lá pras 'bandas' da América Latina.
Outros ainda acham que, independente de qual alternativa acima esteja correta, ela não abandonaria seus leitores nem sua escrita. E esperam ansiosos por seu retorno.
Há ainda os que pensam que talvez 'Jane Collins' seja um pseudônimo. Sendo assim, ela sequer existiu.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Só uma questão de interpretação (de texto)...



Querendo usar a pedra que estava no meio do caminho do poema de Drummond,
as pessoas criaram uma frase pra tentar fazê-la útil.

Não sei se Drummond ia gostar dessa história toda porque se ele pudesse tirar a pedra, com certeza ele faria isso.
Agora se ele se limitou a dizer que "tinha uma pedra no meio do caminho...", é porque nada podia ser feito.

Aí, chega um e diz que "com as pedras eu faço meu castelo".
Primeiro, que não eram pedras. Era só uma. E provavelmente gigante.
Sendo assim, o máximo que se poderia fazer era um buraco nela pra que ela tornasse uma caverna.

As pessoas ainda esquecem que ele disse "Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas".
Ou seja, foi algo que marcou a vida dele.
Talvez a pedra tenha rolado morro abaixo e o acertou, e essas foram suas últimas palavras.(por isso têm que ser respeitadas)
Talvez a pedra fosse pequena mesmo e ele a usava pra brincar de amarelinha.(aí se vc tira ...a brincadeira acaba!)
Talvez a pedra fosse um pouco maior e havia acertado sua retina. (Pelo menos, ele citou ela...e ainda disse que estavam fatigadas.)
Ou ainda, talvez 'o caminho' que ele se referia era a palavra CAMINHO, e a pedra era apenas o pingo no "i". (aí se a pedra sumir, a palavra fica sem acentuação...sei lá, o "i" fica sem pingo e a escrita fica toda errada).


Não me importa.
Sei que não dá pra pegar a pedra do poema de um cara renomado como o Drummond e sair fazendo castelo.
Alguém perguntou a ele se podia?


Vocês acham que se pudesse mesmo nós já não estaríamos vivendo como na época medieval? Cidades cheias de castelo...
O meu então...tomaria conta da minha cidade inteira!
Porque nunca vi caminho pra ter mais pedras do que o meu!!!

Escrever pra mim não é um dom. É necessidade.


Tem dor que não dá pra descrever
Aí à outra coisa tenho que me recorrer
Chorar, chorar e chorar alivia sim minha alma
Já sem forças até fico mais calma!

Sei que não sou muito boa pra rimar
Nem chego aos pés de Clarice Lispector pra me expressar
Mas independente de saber ou não falar
Tudo isso é muito mais fácil que amar.

Mentira se eu disser que...

Mentira é algo que sempre abominei.
Acho estúpido e desnecessário.
Sempre achei.

E hoje fazendo isso me flagrei.
Não era à ninguém que eu fazia de otário.
Era a mim mesma. E com isso me desrespeitei.

Mas, tente entender
Assumir que ama assim faz a gente se perder.
Dá medo de o amor ser jogado ao vento e depois a gente sofrer.

No mundo atual(moderno) amar é um mau negócio
Muito melhor é "aproveitar" com alguém o ócio.
Assim ambos satisfazem o corpo, o desejo
Mas ao dormirem não ganham boa noite muito menos beijo.

Mas mesmo assim não acho que a mentira que contei seja justificável
Enganar a si mesmo não é nada agradável.

Pode acreditar, mais vergonhoso que mentir
é não ter coragem de sentir.
E agora, depois de me redimir
Tentando não errar de novo vou partir.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Conversa da Madu.

Casa cheia. Família reunida e...No meio de tantas vozes, uma falou mais alto.
-Titiaa!!!
-Oi, meu bem...
-Eu queria ser você!
- ...
Depois de um silêncio. A tia perguntou:
-Hã? Queria ser eu? Pra quê? Você é tãooooo mais legal, mais bonita...Melhor você ser você mesmo.
-Ah! Mas eu queria ser você...grande.

A Tia que já estava com um choro atravessado na garganta, ficou ainda mais sufocada. Porque não via muita vantagem nessa história toda...Não hoje.

Outro dia.

Naquele dia o Céu presenciou a tristeza da menina.
O nó na garganta. O choro engolido. E o sorriso fingido.

Apesar de saqueada, dormiu tranquila, aliviada.
Sabia bem que o seu Deus não a deixaria sozinha nessa jornada.
Sabia que pra ELE ela era A amada.

Acordou.
Outro dia.
Em solidariedade ao que viu, o Céu inteiro se cobriu.
O tempo fechou.
E o 'bem-te-vi' que ela sempre via, hoje ela não viu.
Uma falta estranha ela sentiu.

Prosseguiu com sua rotina habitual.
Mas hoje nada estava tão normal.
Na sua refeição predileta, o pão estava seco.
O mel sem doce.
O leite sem graça.
O chocolate sem sabor.
Talvez seja só uma gripe, resultado da mistura de chuva e calor.

Deixou tudo no mesmo estado
E foi ler o livro "O Menino do Pijama Listrado".
Era o capítulo final, aliás algo que coincidiu com seu mundo atual.
Na história do menino ela entrou
e aproveitando, suas lágrimas ali deixou.

Meu Pequeno Dicionário-Decepção

Decepção é quando eu escancaro a janela do quarto, apago a luz cheia de esperança, aguardando receber a serenata de sempre e...nada.
O silêncio da noite me engole.
E a escuridão fica palpável pois nem a Lua apareceu pra me desejar 'Boa Noite'..




obs: e a pior decepção não é com o outro. Essa é tranquila. A pior é com a gente mesmo. Essa ultrapassa a dor emocional. As vezes, chega ao físico.

Dissemelhança


Às vezes dependendo do ângulo que vemos parecem ser a mesma coisa.
Os sintomas se confundem, nos confunde.
Mas há uma diferença entre eles.
Talvez seja apenas diferença de idade, de tempo.
Mas talvez não.
Acho bem provável que a diferença vá além disso.

Dois sentimentos que podem vir juntos ou separados.
Paixão e amor.

A paixão parece ter a ousadia da juventude e muitas vezes nos passa uma rasteira.
Quando percebemos ela se apossou de nossos pensamentos.
Podemos perder a cabeça por causa dela.
Mas é fugaz, tem prazo de validade. Segundo pesquisas científicas dura no máximo dois anos e meio.
Não estou dizendo que quando chega o 'dia do vencimento' cada um vira pra um lado e vai embora. Não. Ainda existem humanos. Não somos robôs.
O carinho continua, o 'querer bem'...
Só que a paixão é lenha,...quando ela acaba logo o fogo se apaga.
Não deixa de ser boa. Não deixa de ser interessante.
Não deixa de ser uma experiência válida.
Mas decisões importantes não devem se basear no que não tem raíz.

Ela até parece Amor.
Mas o amor....Ahh o Amor!


O Amor tem toda a paciência do mundo, entra com delicadeza.
Às vezes nem percebemos que ele entrou. Mas lá está ele fazendo dos detalhes a maior maravilha do mundo.
Só que como o Amor é mais maduro, ele também sabe a hora de se retirar.
E ele só fica no coração de quem o quer.
Amar é uma escolha também.
E diferente da paixão que se apossa de nossos pensamentos, o amor é uma escolha que toma conta de nosso coração com sabedoria. E você sabe, né...Quando algo se apossa do coração, toma o corpo todo.
O amor respeita o outro. Se algo fere o coração do outro ele sabe ceder. Ele calça os sapatos do outro, enxerga através dos olhos do outro.
Claro que o Amor Se RESPEITA também, mas sabe que ceder em uma coisa aqui NÃO significa SE abandonar ou se anular. Isso é construção de relacionamento.

Achamos a paixão ousada demais...Mas muito mais corajoso é o Amor. Que nasce sem "porquês" e quando necessário, sabe abrir mão do que se ama e continua amando.

Enquanto a paixão é inconsequente (às vezes), para se assumir o amor tem que ter responsabilidade e pra assumir uma responsabilidade é preciso muita coragem.

A paixão até sabe viver sozinha com alguém.
Explico: quando uma pessoa está apaixonada por outra e a outra nem tanto, a pessoa apaixonada consegue manter a chama pelos dois.

O Amor não.
Ele ama sozinho também, é claro. Afinal, é um sentimento divino.
Mas, ele precisa do outro pra ser completo. Ele pensa no outro.


É muito bom quando os dois caminham juntos sempre.
Porque assim, quando a impaciente paixão decidir embora, o Amor é porto-seguro. E a paixão pode voltar sempre se houver amor.


"Às vezes, quando o desejo nos impele, amar é espontâneo, mas muitas vezes significa escolher amar, decidir amar. Caso contrário, o amor não passaria de emoção, de superficialidade, ou até de egoísmo, e não aquilo que é na sua essência profunda: algo que compromete a nossa liberdade. (Jacques Philippe)

"Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós." (Clarice Lispector)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Era só uma carta...





"Brasil, 05 de fevereiro de 2010.


Eu sei que escrever cartas atualmente é um tanto ultrapassado. Mas... "
(Ultrapassado, querida? Vc está sendo gentil. Em que mundo você vive?, interrompeu um dos Pensamentos. Ele sempre fazia isso.
Afff....já começou?, disse ela.
'Mas' você foi criada no interior, na roça pra ser mais específico, e criou um mundo particular na sua cabecinha e insiste em viver nele!
Não é verdade!

"Mas eu estou com vontade de escrever e você não pode me impedir."
Essa era pra ser a resposta pra aquele Pensamento irritante, que sempre se achava o dono da verdade.
Mas não foi. Ela acabou escrevendo na carta, e deixou daquele jeito mesmo.

"Não você, Você. Mas ele.", tentou consertar e ficou pior.
"Bom, eu queria te contar sobre as coisas que têm acontecido.
Contar de como o Céu por aqui tem chorado, as estrelas sumiram.
Ele se sente só. Acho que é isso.
A única companhia dele tem sido uma nuvem enorme que se apossou de nosso espaço aqui no campo e insiste em ficar bem em cima de nossa casinha.
Eu até gosto de brincar quando ele chora. Não é de maldade! Tento distraí-lo um pouco. Mas as vezes não adianta e ele derrama mais lágrima ainda.
É tanta água que dá pra soltar uns barquinhos de papel (que eu faço) na enxurrada que se forma perto da casa.

Nessa hora, quase sempre dá um clarão. Ilumina tudo!!! E vem uma voz forte.
Eu nunca sei o que essa voz diz, mas sempre funciona. Ele para de chorar instantes depois. Mas eu sei também que ele se sente muito útil fazendo um caminho para que o barquinho chegue ao seu destino.
Acho que isso ajuda ele a pensar mais um pouco e engolir o choro."


(Nossaaaa, meninaaaaaaaaaaaaaaa....Como você é irritante com essa sua forma inútil e idiota de ver as coisas, hein!?!!!!!! Não é mais fácil você contar que caiu uma chuva 'da porra' na semana passada, e que sua casa quase desmoronou e mesmo assim, você ficou feito besta brincando e dançando na chuva?! Eu, pelo menos, acho.
Não preciso dizer que essas foram as palavras dele, né...do Pensamento Lógico.

Você vai me deixar terminar de escrever a carta? Obrigada. E quem foi que perguntou o que você acha? Você me ouviu te chamando? Então, por favor não dirija a palavra a mim.)

"Ah! Mas não se preocupe. Isso não durou muito tempo.
Me explicaram que quando as nuvens ficam cheias e não aguentam mais, elas choram. E depois, quando já desabafaram, sentem-se aliviadas e sobem para o andar de cima do Céu ou simplesmente somem.
Mas eu não acredito totalmente nessa história. Acredito em partes.
Na verdade, o que aconteceu foi que um dia a chuva quis vir, como havia feito durante toda a semana. Mas nesse dia o SOL estava muito alegre e nada o impediria de aparecer.
Houve uma pequena confusão celestial entre a chuva e o Sol.
De novo veio aquela voz forte e alta (e confesso, assustadora naquele dia) e disse outra coisa, que continuo sem saber o quê. Sei que deu certo.
Fizeram um acordo. Eu sei do acordo porque sempre que fazem um acordo há uma aliança, né?! E dessa vez foi uma aliança gigante (proporcional às duas partes do acordo), ia de um lado a outro do Céu, com 7 faixas de cores diferentes.
Foi lindo! Foi a aliança mais bonita que já vi! Você tinha que estar aqui pra ver! A gente ia deitar na grama e ficar assistindo a...."
(Ahhhhh nãoooo..Não me diga que você vai entrar nessa de "saudade...sentir falta..." ...Essas baboseiras que só você sente e acha que é normal!!! Não é possível que eu vou ter que ser mais claro com você!
Esse negócio de "Oi amorzinho, ...", e todos os diminutivos não são mais usados!
Minha queridaaaa, estamos no século 21. O negócio é máquina. É SER máquina, lidar com elas...e só!
Você vai ter coragem de mandar isso??? Isso é ridículo! É infantil. É...
Aliás, pra quem você vai mandar?! Quem é o condenado?
_ O Pensamento tinha a terrível mania de interromper. E pra piorar era sarcástico!

Olha só, eu pedi pra você NÃO me interromper! Tenho sido educada, mas estou vendo que com você não funciona. Então ...dá pra calar a boca?! Ou terei que apelar?!
_ela tentou ser indiferente aos comentários dele, mas...acho que não conseguiu porque logo depois ela continuou falando.
E tem mais! Quem foi que te disse que vou mandar?! Existe uma grandeeeeeeeeeeeeee distância entre escrever cartas e mandá-las! É clarooooo que não vou mandar. Sei que ele não entenderia. Não sou tão estúpida assim!

A voz dela já estava meio embargada, mas ela disfarçou.

Quer saber?! Nem vou terminar mais a carta. Você conseguiu.
Tá satisfeito?

Não é que eu tenha conseguido. Você é que viu que eu tenho razão!
E tem mais: você acha mesmo que o coitado gastaria tempo pra ler algo de uma menina maluca que conversa sozinhaaaa???!!!

Mas...diz aí, pra quem era?

Ela deu de ombros.
Não vai dizer?!

Não! Não vou dizer.
Apesar de você achar que está no controle, não está.
E a prova disso é que vai morrer curioso! E tomara que morra mesmo!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Pedra de gelo dentro do peito pode ser melhor. Pode ser.


Demorou mas decidiu.
E quando o fez, o vento veio mais forte e muito mais gelado.
Ela continuou lá sentada no chão.
Abraçou forte as pernas contra o peito pra tentar espantar o frio.
Tinha medo que seu coração virasse uma pedra de gelo pra sempre.

Cora...o quê?!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E tenho dito.

Não me preocupo em postar bons textos.
Isso aqui é só uma expressão do que se passa na minha mente.
São apenas as pernas da criatividade (ou falta dela).
Ou mãos que tecem no ócio.
As vezes, é apenas a voz do meu coração.
Outras, simplesmente letras de meus pensamentos. Sejam eles bons ou maus.

Talvez seja melhor não colecionar tantos pensamentos.

Como o de costume, logo após acordar, olhar (ainda deitada) para o Céu pela janela do quarto e dizer "Bommmm Diaa, todo mundooo" em alto e bom som (detalhe: ela mora sozinha)e com o bom humor de sempre ,...ela caminha rumo ao banheiro.
Faz xixi (como toda pessoa óbvia),levanta a camisola (se por algum milagre ela tiver dormido vestida com qualquer coisa que seja) e se olha no espelho.
(Contrária a maioria das mulheres, geralmente o momento em que ela se acha mais bonita é ao acordar. Talvez seja justamente porque ainda está sob os efeitos do sono.)
Sai do banheiro e segue para a cozinha, ansiosa pela refeição que mais gosta.

MAS, desde a semana em que ela 'passou mal' e rejeitava até o café-da-manhã (que era praticamente sagrado), o ritual matutino mudou um pouco.
Agora, todas as vezes que ela se olha no espelho demora mais. E mais.
Parece até que ela vê mais alguém!
"Não! Não é possível! Não pode ser.", ela dizia, apesar de saber que não era impossível. Poderia ser no máximo difícil. Mas impossível não.
"Não, não e não. Tá bom que é o sonho dos sonhos mas...Não agora. Não nessa circunstância.", repetia indignada que tal coisa passasse pela sua cabeça.

O apetite voltou ao normal. Graças a Deus! Ela deu uma tranquilizada.

Mas mesmo assim seu ritual já não era o mesmo.
Agora, ela dá um 'bom dia' cheioo de incertezas (mas ainda com o bom humor de sempre). Vai cambaleando rumo ao banheiro e não mais como uma pessoa óbvia. Ela nem se lembra de fazer xixi! Vai direto ao espelho para se ver, pra ver se...
"Carambaaa, meus seios estão maiores.", constatou. "E doloridos. Apesar de faltar mais de 15 dias pra entrar 'naqueleees dias'."
Junto com os seios, cresceu a insegurança.

Apesar de agora ter a companhia da insegurança e incerteza quase sempre,
ela se sentia sozinha. Coisa que nunca sentiu.

"Ahh!!!!! É paranóia minha", pensou ela..
Acho que é isso. Ela sempre pensa demais. Sempre teve a companhia de mil e um pensamentos desde menina (por isso ela não se sentia sozinha nunca!).
Mas dessa vez seus companheiros passaram do limite!!! Andam desgovernados e trombando um no outro. Sem contar que alguns estão pesando toneladas!
Acontece é que ...junto com ela, os pensamentos cresceram e já não cabem mais.
Talvez seja só isso.
Talvez esteja apenas cheia de pensamentos.


Pra não entender.

-Você não devia ter feito isso!
-Isso o quê?
-Por que você inverteu os Valores?
-Não fui eu!
-Tá, tá. Mas você permitiu. E a consequência é a mesma.
-Ahhhh!!! Então você quer dizer que...
-Não quero dizer mais nada. Já disse.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Relativizando.

Não gosto tantoooooooooo assim de relativizar tudo. Senão algumas coisas acabam ficando expostas ao nada e perdem o valor.
MAS, não há como negar que...

Adrenalina pra alguém pode ser saltar de pára-quedas e pra outro, molhar a ponta dos pés no mar.

Medo pra um pode ser do escuro e pra o outro, de ouvir um 'não'.

'Fazer uma loucura de amor' pra um pode ser viajar quilômetros pra encontrar alguém e pra outro, simplesmente olhar nos olhos de quem se ama.

'Ser alguém na vida' pra um pode ser ter um trabalho que lhe dê muito dinheiro, e pra outro, fazer algo que lhe dê prazer.

'Ter sucesso' pra um pode ser ter fama, e pra outro ter felicidade.

Sexo pra um pode ser necessidade e pra outro, amor.

Estar apaixonado pra um é gritar aos quatro cantos e pra outro, assumir pra si o que sente.

Ser decidido pra um é saber o que quer e pra outro, saber o que NÃO quer.

Ser realista pra um é usar a razão e pra outro, nada mais real que ouvir o coração.

Coragem pra um é mudar de país pra uma vida nova e pra outro, enfrentar o próprio país para uma vida nova (mesmo que demore mais).

Ousadia pra um é falar o que lhe vem à mente (e xingar se for preciso) e pra outro, é falar o que pensa sem ofender ninguém.

Força pra um é esmurrar o que lhe desagrada e pra outro, é carregar o mundo.

Espontaneidade pra um é tagarelar de tudo, rir alto e pra outro, é saber falar também, mas se não quiser falar nada, não falar.

Ser livre pra um é poder beber o quanto quiser, transar o quanto quiser...e pra outro, é não depender disso pra se sentir livre.

Cuidar pra um é carregar o outro no colo e para o outro, é ensinar a andar.

Segurança pra um é estar numa casa 'blindada' e pra outro, ter a certeza de que é amado e respeitado.

Aproveitar a vida pra um é sair de domingo a domingo, beijar o máximo de pessoas e beber até cair. Pra outro, é sair sim, mas é saber ficar em casa com a própria companhia (e com outros), assistir um filme e ler um bom livro.

Falo isso porque às vezes um dá o seu máximo, mas para o outro é pouco.

Não estou questionando o que é certo ou errado.
Mas expondo que diante da particularidade de cada um, as reações ou os conceitos de determinados sentimentos podem ter uma grande diferença.

Mas também há coisas que são indubitáveis, como por exemplo...

Infidelidade é falta de caráter.

Talento é algo nato. Não está à venda.

E ... Amar é uma das coisas mais ousadas que fazemos na vida!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Apenas uma observação.

Concluí que não existe hora certa ou incerta para as coisas ou decisões. Pelo menos, para a maioria delas.
Existe sim covardia ou ousadia.


Eu, atualmente, prefiro a ousadia.
Meus momentos de covardia já tiveram seus dias de glória.
Já deu.

Encontro de Contos.



Lembram da 'Menina que lia livros'? Aquela de uns contos atrás.
Hoje ela acordou com a canção da alvorada puxando seus cílios pra cima e com o Livro ainda nas mãos. Esfregou os olhos pra tentar arrancar as letras do 'Livro Encantado', mas não adiantou muito. Suas escritas já estavam no coração.

Ainda deitada, esticou-se toda, dançando com o lençol.
Foi tirando aos poucos as mãos do Sono que estavam sobre seus ombros. Sentou-se na beira da cama e espreguiçou mais um vez, dessa vez tentando alcançar o Céu.
E pra não perder aquele momento de crepúsculo, só fez uma trança de lado (mal feita) nos cabelos e saiu do jeito que estava. De camisola de algodão e descalça.

Era muito cedo. Ainda estava escuro.
Ela caminhou pela rua ainda deserta. Jamais imaginou encontrar qualquer pessoa naquela rua e naquele horário. Mas pra sua surpresa havia um menino sem camisa sentado na calçada com os pés (também descalços)apoiados na Rua.

Era outono e haviam muitas folhas enfeitando o chão com cobre, ouro e flores que se lançavam de um lado para o outro à medida que o vento soprava.

O Menino estava com a cabeça baixa entre as pernas, desenhando palavras no chão e solfejando uma melodia particular.
Ele também não planejava encontrar ninguém.
Mas essa é a hora que as pessoas que não querem encontrar ninguém saem e por ironia do destino acabam encontrando.

Sem hesitar ela sentou-se ao lado dele, a uns dois palmos de distância.
Era perto demais para sentar ao lado de um desconhecido. Ainda mais pra quem tinha uma rua inteira para explorar. Mas a Menina gostava de ficar perto e queria ouvir a música que ele cantava.

Ele continuou cantarolando e escrevendo não sei o quê. Ignorou-a por um instante.
Ela não se importava, afinal ela estava acostumada a viver só. Apenas com seu Livro.
O Menino levantou os olhos em direção à ela e ensaiou um sorriso, e ela fez uma cara de "pois é...tô aqui" e sorriu apenas com um canto da boca.
Os olhares se cruzaram, a janela da alma de ambos se abriu.
Ela o reconheceu do Livro. Era ele, "Lírio...o Homem com essência de Menino"!
Ele a olhava, sentia uma ligação mas não sabia "porquê". Foi quando ele desviou olhar para as mãos dela e viu que ela segurava um livro com toda a força.

Naquele momento o tempo parou e o vento veio forte em em círculo, bagunçando os pensamentos deles e o cabelo dela.
Os dois temiam. Temiam uma aproximação maior.
Ele gentilmente passou os dedos no rosto dela, puxando uns fios que haviam abraçado sua boca. Ela piscou os olhos lentamente, agradecendo-o.


Eles compartilharam o silêncio. Compartilharam o primeiro raio de Sol entre os galhos de uma árvore, compartilharam o chão escondido sob a renovação. Compartilharam a respiração, e a música da alma.
Compartilharam o amor sem trocar uma palavra.

Nem tão Romance assim,

É complicado falar, ou melhor, escrever sobre romances. Poque eles acabam se tornando repetitivos, óbvios...Todo mundo sabe o final e tal.
Mas aí é que está. Por isso esse merece ser contado. Não tem final. Ele simplesmente evapora no tempo, como a água no calor.


Sofia tem a vida que muita gente pede à Deus. Mas se o fazem é porque não sabem dos ursos que ela tem que matar à noite, sem que ninguém veja.
Não, ela não caça ou coisa assim, enfrenta os 'ursos' da vida que aparecem vez ou outra para atemorizá-la. As vezes ela os vence, outras...a batalha é mais dura e sangrenta, e a guerra acaba sendo adiada.
Mas até concordo que ela tenha uma vida muito boa.
Não é rica em dinheiro, mas rica de valores (praticamente esquecidos).
Gosta de ler e assistir filmes. Ela entra na história, participa, sente...vive ali.
Acho que é por isso que gosta tanto. Mas gosta mais das histórias com 'final feliz'. Justificável, já que ela faz parte delas. É uma forma de ter esse final também.

Mas...o perigo de gostar tanto de arte é acreditar demais nela e se frustrar mais que o normal quando as histórias terminam de um jeito estúpido (estúpido pra ela).

Opa! Mas não quero falar só dela! Aliás, Sofia é uma pessoa um pouco complicada de se explicar. Sei lá.

Bom, e se vamos falar de romance não dá pra ter apenas UM personagem, né?!
Que entre o cavalheiro(e cavaleiro) montado em seu cavalo branco, esguio, ...galopando entre as árvores com a espada em punho!!!!

Putz! Entrei no mundo irreal de Sofia. Foi mal.

Victor é o nome do cara. (é...tem até nome de Rei, príncipe e tal)
O Victor é uma delícia de pessoa. Quando o vi pela primeira vez, bem no dia em que conheceu Sofia, vi que uma pequena observação o acompanhava. Tipo etiqueta, sabe?! Escrito assim: aprecie com moderação.
Carambaaaa...não é que o cara vicia mesmo!
Não é o meu caso. Sou uma mera coadjuvante dessa história. Apenas assisti (de camarote) e agora estou aqui metendo a língua nos dentes. Ou melhor, com as mãos inquietas contando historinhas da vida dos outros. (a que ponto chegamos, hein)


Mas...ele é 'simplão' no jeito de ser.
Tenta ser no jeito de encarar as coisas, a vida também...Mas, acaba complicando ainda mais às vezes.
É...não adianta querer ver tudo raso. Há coisas que são profundas e exigem que a gente entre nas águas e molhe tudo, até os cabelos.
Tem coisas que são tão profundas que se não tiver boa respiração se afoga num instante.

Na verdade, do Victor não sei tanto. Sabe como é, né?! Homem é mais fechado. E mesmo ele sendo claro, é fechado.

Ele também gosta de ler. Aliás até mais que ela. Não sei é se o tipo de livro que gostam bate muito.
Ele gosta de pensar nas 'razões'. Ela gosta de pensar nos 'porquês'.
Ah! No final das contas acaba sendo quase a mesma coisa.
É só uma diferença de anatomia. Ele usa a mente e ela o coração.

Mas...vamos concluir as apresentações e dar início a história.